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ATALIA FERREIRA DE LIMA
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Estudo dos mecanismos glutamatérgicos astrogliais do bulbo e hipotálamo na modulação cardiovascular em ratos com hipertensão renovascular
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Data: 26/11/2021
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Hora: 14:30
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Os Astrócitos modulam a atividade neuronal por meio de diferentes
mecanismos, incluindo a recaptação de neurotransmissores do meio
extracelular. Sabe-se que na hipertensão renovascular (HRv) há aumento na
liberação do glutamato por neurônios de núcleos bulbares envolvidos com a
modulação cardiovascular, contribuindo para o aumento da atividade de
neurônios pré-simpáticos. Entretanto, pouco se sabe sobre a participação dos
astrócitos na recaptação e conversão do glutamato na região do bulbo de ratos
hipertensos. O objetivo deste estudo foi analisar a participação dos astrócitos
na recaptação e reciclagem do glutamato no bulbo de ratos com HRv. Para
tanto, realizamos o implante de cânula-guia na região intracisterna magna
(ICM) de ratos normotensos e com HRv (pelo modelo 2Rins-1Clipe / 2R1C)
para a realização das microinjeções: a) do Inibidor do transportador de
glutamato astrocítico GLT1 [DHK (1 mM)], b) do inibidor da glutamina sintetase
astrocítica [L-AAA (2 mM)] e c) da gliotoxina fluorocitrato [FCt (0,2 mM)]. Um
grupo de animais com HRv foi tratado com Losartan (antagonista AT1) por
gavagem na dose de 30mg/kg/dia durante 4 semanas após o período de
estabilização do quadro hipertensivo. Para os estudos in vitro, realizamos, por
meio da técnica de western blotting, a análise da expressão proteica do
citoesqueleto astrocítico - glial fibrillary acid protein - (GFAP), dos recaptadores
de glutamato (GLT1 e GLAST) e da enzima glutamina sintetase (GS) das
regiões do órgão subfornicial (SFO), núcleo paraventricular do hipotálamo
(PVN), bulbo ventrolateral rostral (RVLM), núcleo do trato solitário (NTS) e
Córtex. Nossos resultados mostraram que a inibição dos transportadores de
glutamato astrocíticos com o DHK ou a inibição da enzima GS com a L-AAA
ICM não promoveu alterações cardiovasculares significativas entre os animais
dos grupos SHAM, 2R1C e 2R1C/LOS. Entretanto, a inibição da atividade da
glia com o FCt ICM promoveu aumento significativo na pressão arterial média
(PAM) dos animais 2R1C, mas não nos animais SHAM ou 2R1C/LOS. A
análise da expressão proteica no bulbo mostrou que os animais hipertensos
apresentaram redução da expressão dos transportadores GLT1 e GLAST no
RVLM, bem como redução na expressão de GFAP e da GS no NTS e no
RVLM. Na região do hipotálamo, observamos redução na expressão proteica
do transportador GLAST no SFO e aumento na expressão de GFAP no PVN
dos animais hipertensos. Nossos resultados mostraram que os transportadores
de glutamato astrocíticos e a GS da superfície bulbar parecem não estar
envolvidos com a modulação cardiovascular de animais normotensos ou com
HRv. Entretanto, a glia parece estar envolvida com a modulação da PAM nesta
fisiopatologia. Além disso, nossos estudos in vitro mostraram alterações na
expressão proteica de diferentes marcadores da atividade astrocítica nos
núcleos bulbares (NTS e RVLM) e hipotalâmicos (SFO e PVN) de animais com
HRv. Nesse sentido, nossos estudos sugerem a participação das células da
glia na modulação da pressão arterial na HRv, contudo são necessários
estudos adicionais, para melhor compreendermos a participação dos astrócitos
na modulação cardiovascular em ratos hipertensos.
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ATALIA FERREIRA DE LIMA
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Estudo dos mecanismos glutamatérgicos astrogliais do bulbo e hipotálamo na modulação cardiovascular em ratos com hipertensão renovascular
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Data: 26/11/2021
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Hora: 14:00
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Os Astrócitos modulam a atividade neuronal por meio de diferentes
mecanismos, incluindo a recaptação de neurotransmissores do meio
extracelular. Sabe-se que na hipertensão renovascular (HRv) há aumento na
liberação do glutamato por neurônios de núcleos bulbares envolvidos com a
modulação cardiovascular, contribuindo para o aumento da atividade de
neurônios pré-simpáticos. Entretanto, pouco se sabe sobre a participação dos
astrócitos na recaptação e conversão do glutamato na região do bulbo de ratos
hipertensos. O objetivo deste estudo foi analisar a participação dos astrócitos
na recaptação e reciclagem do glutamato no bulbo de ratos com HRv. Para
tanto, realizamos o implante de cânula-guia na região intracisterna magna
(ICM) de ratos normotensos e com HRv (pelo modelo 2Rins-1Clipe / 2R1C)
para a realização das microinjeções: a) do Inibidor do transportador de
glutamato astrocítico GLT1 [DHK (1 mM)], b) do inibidor da glutamina sintetase
astrocítica [L-AAA (2 mM)] e c) da gliotoxina fluorocitrato [FCt (0,2 mM)]. Um
grupo de animais com HRv foi tratado com Losartan (antagonista AT1) por
gavagem na dose de 30mg/kg/dia durante 4 semanas após o período de
estabilização do quadro hipertensivo. Para os estudos in vitro, realizamos, por
meio da técnica de western blotting, a análise da expressão proteica do
citoesqueleto astrocítico - glial fibrillary acid protein - (GFAP), dos recaptadores
de glutamato (GLT1 e GLAST) e da enzima glutamina sintetase (GS) das
regiões do órgão subfornicial (SFO), núcleo paraventricular do hipotálamo
(PVN), bulbo ventrolateral rostral (RVLM), núcleo do trato solitário (NTS) e
Córtex. Nossos resultados mostraram que a inibição dos transportadores de
glutamato astrocíticos com o DHK ou a inibição da enzima GS com a L-AAA
ICM não promoveu alterações cardiovasculares significativas entre os animais
dos grupos SHAM, 2R1C e 2R1C/LOS. Entretanto, a inibição da atividade da
glia com o FCt ICM promoveu aumento significativo na pressão arterial média
(PAM) dos animais 2R1C, mas não nos animais SHAM ou 2R1C/LOS. A
análise da expressão proteica no bulbo mostrou que os animais hipertensos
apresentaram redução da expressão dos transportadores GLT1 e GLAST no
RVLM, bem como redução na expressão de GFAP e da GS no NTS e no
RVLM. Na região do hipotálamo, observamos redução na expressão proteica
do transportador GLAST no SFO e aumento na expressão de GFAP no PVN
dos animais hipertensos. Nossos resultados mostraram que os transportadores
de glutamato astrocíticos e a GS da superfície bulbar parecem não estar
envolvidos com a modulação cardiovascular de animais normotensos ou com
HRv. Entretanto, a glia parece estar envolvida com a modulação da PAM nesta
fisiopatologia. Além disso, nossos estudos in vitro mostraram alterações na
expressão proteica de diferentes marcadores da atividade astrocítica nos
núcleos bulbares (NTS e RVLM) e hipotalâmicos (SFO e PVN) de animais com
HRv. Nesse sentido, nossos estudos sugerem a participação das células da
glia na modulação da pressão arterial na HRv, contudo são necessários
estudos adicionais, para melhor compreendermos a participação dos astrócitos
na modulação cardiovascular em ratos hipertensos.
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GEORGIANNA DE ARAUJO HENRIQUES FERREIRA
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EFEITOS DA INTERVENÇÃO COM UMA FORMULAÇÃO PROBIÓTICA
DE Limosilactobacillus fermentum SOBRE A MICROBIOTA INTESTINAL E OS
PARÂMETROS CARDIOMETABÓLICOS EM RATOS
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Data: 25/08/2021
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Hora: 14:00
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A Hipertensão Arterial Sistêmica é uma doença crônica não transmissivel ́ de
etiologia multifatorial. O estilo de vida sedentário associado à um contexto alimentar rico
em ácidos graxos saturados (AGS) e açúcares culmina em dislipidemias, as quais podem
favorecer o desenvolvimento da HAS. Por sua vez, a HAS desenvolvida em um quadro
dislipidêmico é associada com alterações qualitativas e quantitativas do microbioma
intestinal, caracterizando a disbiose intestinal. Alterações sistêmicas surgem junto à
disbiose intestinal, como o aumento do estresse oxidativo, inflamação e hiperatividade
simpática, refletindo em maiores niveis de press ́ ao arterial (PA). O microbioma intestinal ̃
pode ser recuperado a partir da inoculação de bactérias com potencial probiótico e essa
modulação intestinal pode afetar órgãos de controle da PA, visto que em estudos
experimentais anteriores probióticos atenuaram a disfunção autonômica e em estudos
clinicos reduziram fatores de risco para doen ́ ças cardiovasculares. Cepas de
Limosiactobacillus fermentum apresentaram boas caracteristicas probióticas (agregação,
antagonismo, adesão, entre outras) e exerceram papel hipolipemiante em ratos, no entanto
a atuação em distúrbios cardiovasculares e metabólicos não foi estudada. Por isso, o
presente estudo investigou os efeitos da administração de uma formulaçao probiótica de
L. fermentum (cepas 139, 263 e 296) sobre os parâmetros cardiorrespiratórios,
metabólicos e alterações na microbiota intestinal de ratos aos 90 dias alimentados com
uma dieta rica em AGS. Ratos Wistar (n=18) adultos com 90 dias foram alimentados com
dieta controle (CTL) ou dieta rica em AGS (high-fat diet, HFD). Os animais foram
divididos em 3 grupos: grupo controle (CTL: n=6); grupo dieta rica em AGS +
formulação probiótica de L. fermentum 139, 263 e 296 (HFD-LF: n=6); grupo dieta rica
em AGS (HFD: n=6). A administração das cepas de L. fermentum (109 UFC/mL de cada
cepa) foi realizada diariamente via gavagem do 90o ao 120o dia de vida. Ao 120o dia de
vida, as fezes foram coletadas para análise da microbiota fecal, nas amostras de sangue
foram quantificados colesterol total (CT), lipoproteina de alta densidade (HDL -colesterol), lipoproteina de baixa densidade (LDL ́-colesterol), triglicerideos (TG) e foi feito o teste de tolerância à insulina (TII). Parâmetros cardiovasculares foram obtidos a partir do registro da PA e da frequência cardiaca (FC) em níveis basais e após administração de hexametônio (fármaco bloqueador ganglionar do sistema nervoso simpático; dosagem 25mg/kg) para avaliar a contribuição do tônus simpático. A variabilidade da FC e PA foi avaliada em condições basais. O grupo HFD-LF apresentou niveis séricos de TG, CT e LDL-colesterol menores, maior concentração plasmática de HDL-colesterol e menor área sob a curva do TII após receber o tratamento da formulação probiótica de L. fermentum por 4 semanas, quando comparado ao grupo HFD (p<0.05).
Os niveis de PA foram menores no grupo HFD -LF em relação ao grupo HFD (p<0.05),mas sem alteração da FC (p>0.05). Na análise espectral, a formulação probiótica com L. fermentum preveniu um aumento nas oscilações de LF da pressão arterial sistólica (PAS)
e a razão LH/HF do intervalo cardiaco do grupo HFD ́-LF (p<0.05) em relação ao grupo
HFD. No entanto, o tratamento não interferiu em oscilações de HF e na sensibilidade
espontânea do barorreflexo em comparaçao ao grupo HFD (p>0.05). Ap ̃ ós administração
do hexametônio, o aumento do tônus vasomotor foi prevenido nos animais do grupo
HFD-LF em relação ao grupo HFD (p<0.05). Considerando a composição da microbiota
intestinal, foi encontrada baixa riqueza e baixa diversidade no grupo HFD-LF em relação
ao CTL. No grupo HFD, a dieta rica em AGS aumentou a abundância relativa de bactérias
que prejudicam integridade intestinal, como as ordens Enterobacteriales, e
Campylobacterales, as famílias Clostridiaceae, Peptostreptococcaceae e demonstrou uma
correlação positiva com as espécies Ruminococcus torques e Ruminococcus gnavus, as
quais também prejudicam a função de barreira intestinal. Em adiçao, a dieta rica em AGS ̃
reduziu a abundância relativa de bactérias que favorecem a integridade intestinal, como
as famílias Lachnospiraceae, outras espécies de Ruminococcaceae, Erysipelotrichaceae,
e as ordens Mollicutes RF39, Gastranaerophilales do grupo HFD em relação ao grupo
CTL. Após a administração de L. fermentum foi encontrada menor abundância de
bactérias que afetam o microbioma intestinal Campylobacterales, Helicobacteraceae e
correlação negativa com Ruminococcus gnavus e Ruminococcus torques. Foi encontrada
correlação positiva com bactérias que fortalecem a barreira intestinal, como
Ruminococcaceae_UCG-004. O tratamento com formulação probiótica de L. fermentum
melhorou a composiçao da microbiota intestinal, atenuou desordens no perfil lip ̃ idico, ́
preveniu a resistência à insulina e a hiperatividade simpática em ratos alimentados com
uma dieta rica em AGS.
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FABIANA GÓES BARBOSA DE FREITAS
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O IMPACTO DO TEMPO DE CIRCULAÇÃO EXTRACORPÓREA NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO
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Data: 27/07/2021
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Hora: 14:00
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A cirurgia cardíaca é uma intervenção importante pois reduz o índice de morbimortalidade dos
pacientes com doenças cardiovasculares com baixa probabilidade de cura, sendo a
revascularização do miocárdio a mais frequente. Esta tem como objetivo amenizar os sintomas
causados pela obstrução das artérias coronarianas, prolongando a vida dos indivíduos. O uso
da circulação extracorpórea tem sido o padrão ouro para a realização dessa cirurgia, contudo,
pode desencadear efeitos deletérios ao organismo como uma resposta inflamatória sistêmica,
depressão miocárdica, coagulopatias, instabilidade hemodinâmica e disfunção pulmonar.
Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar o impacto do tempo de CEC no pós-operatório
imediato dos pacientes submetidos à revascularização por meio da análise de parâmetros
cardiovasculares e marcadores biológicos de indivíduos submetidos a CEC por diferentes
períodos. Foram analisados 153 pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do
miocárdio num hospital da cidade de João Pessoa-PB, sendo divididos em 3 grupos de acordo
com o tempo de CEC: Grupo 0-60 (pacientes submetidos a CEC por 0 a 60 minutos; Grupo 61-
60 (pacientes submetidos a CEC por 61 a 90 minutos); e Grupo 91+ (pacientes submetidos a
CEC por mais de 90 minutos). Foram analisadas, no pós-operatório imediato, as variáveis:
pressão arterial média, frequência cardíaca, pressão venosa central, creatinina, glicemia,
gasometria arterial, número de leucócitos, hemoglobina e o tempo de extubação. Foi possível
observar que o perfil dos pacientes foi sexo masculino, idade média de 63,06 ± 9,41 anos,
hipertensos e idosos. Com base nos dados obtidos, não houve correlação entre os diferentes
tempos de CEC e os níveis de pressão arterial média, frequência cardíaca e pressão venosa
central. O mesmo foi observado para os parâmetros ventilatórios, pressão parcial de gás
carbônico e oxigênio e saturação de oxigênio. Houve uma correlação negativa entre o tempo
de CEC e os níveis sanguíneos de bicarbonato (r=-0,2576; p=0,0013) e excesso de base (r=-
0,2940; p=0,0002). Não foi apresentada correlação entre os níveis de leucócitos e os grupos
avaliados. Por outro lado, observamos correlação nos níveis de hemoglobina (r=-0,3608;
p<0,0001) e glicemia (r=0,1714; p=0,0400). Quanto ao tempo de extubação, observou-se que
os indivíduos com menor tempo de CEC apresentaram com maior frequência a extubação ainda
no bloco cirúrgico quando comparado aos demais. Os dados obtidos sugerem que o tempo de
CEC teve impacto no equilíbrio ácido-básico, nos valores de glicemia, hemoglobina e no tempo
de extubação dos pacientes analisados, influenciando diretamente a homeostase desses
indivíduos. Apesar do tempo de uso da CEC não ser o único responsável pelo surgimento de
complicações, os dados obtidos, até então, demonstram a necessidade de uma atuação precisa
e qualificada dos profissionais envolvidos no pós-operatório imediato como enfermeiros,
médicos e fisioterapeutas, a fim de diminuir os efeitos deletérios do pós-operatório imediato de
cirurgia cardíaca.
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MICAELLE OLIVEIRA DE LUNA FREIRE
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Formulação probiótica de Lactobacillus fermentum atenua dislipidemia, inflamação e estresse oxidativo em ratos alimentados com uma dieta hiperlipídica.
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Data: 07/06/2021
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Hora: 13:00
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O desequilíbrio da microbiota intestinal (MI) induzido por uma dieta rica em gordura vem sendo associado ao desenvolvimento distúrbios cardiometabólicos. Alguns estudos demonstraram possíveis métodos para manter a homeostase da MI, sendo a administração com probióticos uma das escolhas para utilização de intervenção não-farmacológica. Esses compostos são conhecidos por contribuir para saúde do hospedeiro, através de suas propriedades hipocolesterolêmicas, anti-inflamatórias e antioxidantes, podendo ser uma estratégia promissora para o tratamento de doenças metabólicas e cardiovasculares. O presente estudo teve como objetivo investigar os efeitos da administração oral de uma formulação probiótica contendo Lactobacillus fermentum 139, 263 e 296 nos parâmetros bioquímicos, inflamação e estresse oxidativo em ratos alimentados com uma dieta hiperlipídica. Para isso, os ratos foram divididos em três grupos experimentais: grupo controle (dieta controle + placebo), grupo HFHC (dieta rica em lipídeos e colesterol + placebo), e grupo HFHC + Lf (dieta rica em lipídeos e colesterol + L. fermentum 139, 263 e 296). Esses grupos foram submetidos à suplementação com solução placebo ou L. fermentum 139, 263 e 296, por 4 semanas, duas vezes ao dia. A avaliação de peso corporal e consumo alimentar ocorreu durante todo experimento, e após 4 semanas de suplementação, ocorreu coleta de soro, tecidos do cólon e coração, e fezes, para realização de: mensuração sérica de perfil lipídico e citocinas inflamatórias, quantificação de ácidos orgânicos e açúcares nas fezes dos animais, além de avaliação de malondialdeído (MDA) e atividade de enzimas antioxidantes e grupamentos tióis totais em tecidos do cólon e coração. Os resultados do presente estudo demonstraram que o grupo HFHC-Lf apresentou redução dos níveis séricos de colesterol total (CT), lipoproteína de baixa densidade (LDL) e triglicerídeos (TG), e redução de lipoproteína de alta densidade (HDL), além de reduzir os índices aterogênicos quando comparado ao grupo dislipidêmico. A administração com L. fermentum 139, 263 e 296 promoveu redução de IL-1β e aumento de IL-10. A administração com L. fermentum 139, 263 e 296 contribuiu para o aumento de rafinose nas fezes, mas sem alterações significativas na frutose e ácidos graxos de cadeia curta. Adicionalmente, a suplementação com L. fermentum 139, 263 e 296 foi capaz de reduzir as concentrações de MDA e aumentar atividade de superóxido dismutase (SOD), glutationa-S-transferase (GST) e grupamentos tióis totais no cólon, e ainda, promover aumento da atividade de catalase (CAT), GST e quantidade de grupamentos tióis totais nos tecidos cardíacos. Portanto, estes resultados indicam os efeitos potenciais promovidos por L. fermentum 139, 263 e 296 em parâmetros bioquímicos, além das propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes dessas cepas probióticas, podendo ser utilizadas como possíveis agentes terapêuticos em distúrbios cardiometabólicos.
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ALYNNE CARVALHO GALVÃO
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AVALIAÇÃO DOS EFEITOS INDUZIDOS PELA CARBOXIMETIL-GLUCANA (CM-G)
SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS E HIPERTENSOS.
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Orientador : VALDIR DE ANDRADE BRAGA
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Data: 11/05/2021
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Hora: 14:30
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A hipertensão arterial (HA) é uma doença de alta prevalência em todo
o mundo, sendo caracterizada por uma condição clínica multifatorial. Nesse
contexto, este estudo teve como objetivo investigar os efeitos da carboximetil-
glucana (CM-G) na pressão arterial (PA), sensibilidade do barorreflexo (SBR) e
modulação vascular em ratos com hipertensão renovascular. Ratos Wistar foram
divididos em quatro grupos: SHAM+SALINA; 2R1C+SALINA (submetidos à
cirurgia de indução da hipertensão dois rins um clipe); SHAM+CM-G (tratados
com CM-G) e 2R1C+CM-G (tratados com CM-G). O tratamento diário com CM-
G (40 mg/kg) foi realizado durante o período de duas semanas. Pressão arterial,
frequência cardíaca (FC), variabilidade da pressão arterial sistólica (PAS),
sensibilidade do barorreflexo e tônus vascular simpático foram avaliados. Após
seis semanas da cirurgia de indução da hipertensão, ratos do grupo 2R1C
apresentaram hipertensão arterial (171 ± 11 vs. 118 ± 4 mmHg, p < 0.05),
redução na SBR (−1.30 ± 0.10 vs. −2.59 ± 0.17 bpm.mmHg-1, p < 0.05) e
aumento da atividade simpática em 81%, quando comparados aos animais
normotensos. A administração oral de CM-G em ratos com hipertensão
renovascular reduziu a hipertensão (126 ± 4 vs. 171 ± 11 mmHg, p < 0.05) e
melhorou a SBR (−2.03±0.16 vs. −1.30 ± 0.10 bpm.mmHg−1, p < 0.05) em ratos
hipertensos quando comparado ao grupo 2R1C tratado apenas com salina.
Estes efeitos parecem ter sido causados por uma redução na atividade
simpática. Ademais, ratos do grupo 2R1C apresentaram aumento da
contratilidade vascular em resposta à fenilefrina (126.60% ± 2.97% vs. 95.24%
± 5.49%; p < 0.05), que foi normalizada pelo tratamento com CM-G (90.26% ±
8.54%vs. 95.24% ± 5.49%; p > 0.05). O vasorelaxamento em resposta à
acetilcolina e ao nitroprussiato de sódio foi potencializado pelo tratamento com
CM-G. Por fim, o tratamento oral com CM-G reduziu os níveis séricos de
malondialdeído, um importante biomarcador utilizado na avaliação do estresse
oxidativo, em animais hipertensos tratados quando comparados aos tratados
apenas com salina (14,62 ± 0,93 vs. 21,82 ± 1,27 nmol/mL, p ˂ 0,05). O presente
2
estudo revelou pela primeira vez que o tratamento com CM-G reduziu a
hipertensão arterial e restaurou a sensibilidade do barorreflexo por meio da
redução no tônus simpático, mormalização da reatividade vascular e redução do
estresse oxidativo em ratos com hipertensão renovascular.
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LUCAS RANNIER RIBEIRO ANTONINO CARVALHO
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Efeitos do consumo de nitrato inorgânico (NaNO3) sobre a longevidade e envelhecimento de ratos Wistar.
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Data: 31/03/2021
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Hora: 09:00
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A busca com intervenções e fármacos que aumentem a longevidade e
diminuam os efeitos do tempo sobre o organismo (envelhecimento), é tão
antiga quanto a própria humanidade. Com base nas recentes descrições de
efeitos benéficos dos nitratos sobre diversas condições de saúde, o consumo
de vegetais ricos neste sal, como o espinafre e as folhas da beterraba, tem sido
estimulado. No entanto, os efeitos crônicos dessa suplementação ainda não
foram descritos e, devido seu potencial tóxico, avaliações a longo prazo são
urgentes e necessárias. Sendo assim, com este trabalho objetivou-se a
avaliação dos efeitos do consumo de nitrato de sódio sobre a longevidade e
envelhecimento de ratos idosos. Para tanto, foram utilizados ratos Wistar de
ambos os sexos, com 15 meses de idade, suplementados continuadamente
com água de beber (placebo) ou solução nitrato de sódio (NaNO3 - 10mM), até
a morte natural por senescência. Durante o período de tratamento, os animais
foram submetidos a acompanhamentos clínicos semanais e exames
laboratoriais a cada três meses. Após a morte, foi realizada a avaliação da
reatividade vascular e coleta de amostras para análise histopatológica e
determinação da causa mortis. Os resultados demonstram que a
suplementação com nitrato inorgânico, por longos períodos, não altera o tempo
de vida e o envelhecimento dos indivíduos. Além disso, o consumo crônico foi
responsável por uma significativa melhora no efeito e sensibilidade de
substâncias vasoconstritoras e vasodilatadoras, sugerindo uma melhora da
função vascular, sem indícios de tolerância. Quanto ao acompanhamento
laboratorial, não foram demonstradas alterações causadas pelo nitrato,
independente do sexo, apenas alterações relacionadas ao envelhecimento
saudável. Similar ao diagnóstico da causa da morte, onde foram descritas
alterações causadas pelo envelhecimento em quase todos os sistemas
orgânicos, porém não houve diferenças entre os grupos. Dessa forma, foi
possível concluir que a suplementação a longo prazo com nitrato inorgânico
não interfere significativamente no tempo de vida e processo de
envelhecimento saudável, sugerindo tratar-se de uma intervenção segura e de
fácil acesso, para o consumo por longos períodos. No entanto, seus efeitos
parecem ser dose-dependentes e estudos que avaliem seu custo-benefício são
necessários.
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MICKAEL SOUSA DA LUZ
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Avaliação do efeito do borneol sobre a modulação autonômica da pressão arterial de ratos normotensos e hipertensos.
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Data: 26/02/2021
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Hora: 14:00
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O borneol é um monoterpeno bicíclico extraído de óleos essenciais de diversas plantas medicinais. Este composto é utilizado há muito tempo na medicina tradicional chinesa com efeitos cardiovasculares promissores. Alguns estudos demonstraram o potencial antioxidante, vasodilatador e anti-hipertensivo do borneol em animais normotensos e com hipertensão L-NAME, entretanto nada tem sido relatado sobre seus efeitos na hipertensão renovascular, assim como na modulação autonômica da pressão arterial e em seus mecanismos de controle. O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos induzidos pelo borneol em parâmetros cardiovasculares de ratos normotensos e com hipertensão renovascular. Para isso, uma combinação de protocolos in vivo foi realizada em ratos SHAM e 2R1C, assim avaliou-se o efeito do tratamento oral por 14 dias com o borneol sobre a pressão arterial, frequência cardíaca, atividade autonômica simpática e parassimpática e sensibilidade do barorreflexo. O tratamento oral com o borneol foi capaz de reduzir a pressão arterial apenas em ratos 2R1C (2R1C: 169,43 ± 9 vs. 2R1C + borneol: 123,12 ± 6 mmHg, p < 0,05), assim como diminuiu a pressão arterial sistólica (2R1C: 196 ± 11,39 vs. 2R1C + borneol: 144 ± 5,3 mmHg) e diastólica (2R1C: 154,9 ± 4,6 vs. 2R1C + borneol: 103,1 ± 4,5 mmHg). O tratamento não provocou alterações significativas na frequência cardíaca. Ao avaliar a função autonômica, o borneol não induziu alterações na atividade parassimpática, entretanto, foi capaz de reduzir a hiperatividade simpática em ratos 2R1C (2R1C: (-73,43 ± 4,969 vs. 2R1C + borneol: -48,52 ± 7,289 mmHg, p < 0,05). Adicionalmente, também reduziu as bandas de baixa frequência - LF (2R1C: 9,16 ± 0,52 vs. 2R1C + borneol: 3,59 ± 0,68 mmHg2, p < 0,05), sem demonstrar alteração nas bandas de alta frequência HF e índice simpato-vagal (LF/HF). Finalmente o tratamento oral com o borneol melhorou a sensibilidade do barorreflexo induzido farmacologicamente com agentes vasoativos (2R1C: -1,3 ± 0,1 vs. 2R1C + borneol: -3,6 ± 0,3 bpm.mmHg-1, p < 0,05), assim como no barorreflexo espontâneo (2R1C: -1,38 ± 0,1 vs. 2R1C + borneol: -3,56 ± 0,64 bpm.mmHg-1, p < 0,05). Esses dados prévios sugerem um efeito anti-hipertensivo do borneol, uma vez que ele reduziu a pressão arterial somente em ratos com hipertensão renovascular. Este efeito pode estar relacionado, em parte, pela sua atividade vasorrelaxante e capacidade de reduzir a atividade simpática. Essas informações associadas com a melhora na sensibilidade do barorreflexo fazem do borneol uma molécula com um futuro importante na terapia da hipertensão.
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