PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA (CCEN - PPGG)
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA (CCEN)
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Notícias
Banca de QUALIFICAÇÃO: ALANE MARIA SILVA DE LIMA
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ALANE MARIA SILVA DE LIMA
DATA: 26/08/2025
HORA: 14:30
LOCAL: GOOGLE MET
TÍTULO: MEMÓRIAS SILENCIADAS: A INVISIBILIDADE DAS MULHERES NO MOVIMENTO DAS LIGAS CAMPONESAS DA PARAIBA E PERNAMBUCO
PALAVRAS-CHAVES: Ligas Camponesas. Mulheres camponesas. Memória social. Reforma Agrária. Invisibilidade feminina.
PÁGINAS: 105
RESUMO: Esta dissertação investiga as memórias, trajetórias e lutas das mulheres camponesas que participaram das Ligas Camponesas na Paraíba e em Pernambuco entre 1955 e 1964. O estudo centra-se na análise da invisibilidade histórica imposta a essas mulheres, resultante tanto das narrativas oficiais quanto das estruturas patriarcais que marginalizaram seu papel no movimento. A pesquisa parte da caracterização do espaço agrário da Zona Canavieira do Nordeste (ZCN), marcado pela concentração fundiária, monocultura canavieira e intensa desigualdade de classe e gênero, onde o movimento das Ligas emergiu como uma das mais expressivas experiências de luta por Reforma Agrária no Brasil. Embora a atuação feminina tenha sido fundamental, a historiografia dominante relegou suas contribuições à condição de esposas ou coadjuvantes dos líderes masculinos.
A partir da perspectiva da escrevivência e fundamentada no materialismo histórico-dialético, aliado a uma abordagem qualitativa, a pesquisa mobiliza a história de vida e a análise da memória individual e coletiva para dar voz às mulheres silenciadas pela história oficial. Por meio da pesquisa documental e bibliográfica, reconstrói-se a atuação de mulheres como Elizabeth Teixeira, Deuzuite da Costa Silva, Cecília do Nascimento e Maria Júlia Araújo, evidenciando a participação feminina na organização e resistência camponesa.
Como autora me assumo na posição de mulher camponesa e pesquisadora, natural da comunidade Tradicional de Barra de Antas (PB), território histórico das Ligas Camponesas e reconheço que meu envolvimento político e afetivo com o tema é elemento constitutivo da pesquisa. Com isso, proponho uma leitura crítica que articula classe, gênero, raça e território, buscando não apenas reparar lacunas historiográficas, mas fortalecer a construção de uma memória contra hegemônica das lutas camponesas, centrada na autonomia e resistência das mulheres. A dissertação afirma, assim, a urgência de revisitar e resgatar as narrativas subterrâneas das mulheres camponesas, compreendendo a memória como campo de disputa e possibilidade de transformação social.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 335294 - EMILIA DE RODAT FERNANDES MOREIRA
Interno - 1627937 - MARIA FRANCO GARCIA
Externo à Instituição - CHRISTIANE CAMPOS