PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA (CCEN - PPGG)

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA (CCEN)

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Banca de QUALIFICAÇÃO: SEVERINO JUSTINO SOBRINHO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: SEVERINO JUSTINO SOBRINHO
DATA: 27/08/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Auditório do Departamento de Geociências
TÍTULO: RESIGNIFICAÇÃO DO ESPAÇO CAMPONÊS, AGROECOLOGIA E COMERCIALIZAÇÃO DE ORGÂNICOS EM ALAGOA NOVA-PB
PALAVRAS-CHAVES: Camponeses; Mercado; Agroecologia; Ressignificação; Sobretrabalho; Agrompresa.
PÁGINAS: 106
RESUMO: As tessituras aqui apresentadas são discussões parciais da tese de doutoramento do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFPB, coadunando com a pesquisa realizada com os camponeses e sua relação econômica com a Empresa de hortifrutigrangeiros, Hortaliças Sempre Verde, em Alagoa Nova-PB. O texto tratará do percurso teórico metodológico escolhido para a realização da pesquisa, das pretensões para seguimento do curso e dos resultados alcançados até o momento. a observação participativa, entrevistas semiestruturadas guiados pela perspectiva dialética. Os pacotes voltados para modernizar à agricultura no mundo e, no Brasil, denominados de Revolução Verde, se expressavam pela intensificação, especialização produtiva e difusão de tecnologias, que envolvem com motomecanização, uso de variedades vegetais geneticamente melhoradas, fertilizantes de alta solubilidade, pesticidas, herbicidas e irrigação. Os impactos socioambientais da modernização trouxeram à cena política, os atores sociais mais prejudicados: pequenos proprietários, trabalhadores rurais assalariados, trabalhadores sem-terra e camponeses (DIAS, 2006, apud CARVALHO, 2008). Em oposição às práticas impostas pelo Estado, que favorecem os aparatos técnicos da industrialização da agricultura, atrelada ao agronegócio, práticas agrícolas da agricultura familiar coexistem aos modelos hegemônicos existentes no espaço agrário, incluindo as agriculturas alternativas. O processo de agriculturas alternativas se dissemina em todo o Brasil, para Brandenburg (2002), esse momento constitui a base para o surgimento de uma Rede de Organizações Não Governamentais de cunho desenvolvimentista na agricultura, em diversas regiões no Brasil, a ponto de se formar um movimento que se articula nacionalmente e busca construir uma via alternativa à modernização conservadora como resposta aos pacotes tecnológicos adotados pelo Estado para a modernização da agricultura. Dessa forma, cada uma dessas redes contribui para fortalecer a agroecologia no Agreste da Paraíba, com respeito às subjetividades de cada agricultor, sua forma e cultura de produzir na terra. Assim, para Petersen (2007) o Polo Sindical da Borborema vem se articulando com a Agricultura Familiar, com a agroecologia, com as famílias, grupos comunitários, portanto, com iniciativas ao desenvolvimento local. No tocante as relações agrarias de produção percebe-se uma exploração e expropriação camponesa a anos. Entendemos que toda produção é mercadoria e a produção do espaço agrário é mutável, é contraditória, é dialético, sendo assim, uma união de contrários. Para Santos (1996), não há produção que não seja produção do espaço e não há produção do espaço que se dê sem o trabalho. Viver para o homem é produzir o espaço. Para entender o desenvolvimento do capitalismo e o campesinato na Rússia, Lenin (1982) traz a concepção do desenvolvimento do capitalismo naquele país que penetrava o campo e transformava-o. Para Wolf (1970) ao tratar das sociedades camponesas ressalta que há diferentes formas de campesinato pelo mundo havendo rotulações de camponeses que são chamados de tradicionais, conservadores, opostos ante a sociedade moderna. “Os camponeses, no entanto, são rurais cujos excedentes são transferidos para as mãos de um grupo dominante” (Wolf,1970. p.16). Em relação ao mercado, o camponês está sujeito a flutuações, a demanda. Há assim um desencontro de preços que segundo Wolf (1970), aumenta os encargos para o camponês. O que se observa hoje são sujeições e dependências muitas vezes com a produção encaminhada pelo camponês a empresas que abastece o mercado. Fato que ocorre no Brasil e na região Nordeste. No Agreste da Paraíba, configurou-se uma agricultura familiar minifundista, baseada na policultura de alimentos. Na Paraíba, e em todo o Brasil, a questão agrária, a questão fundiária, a concentração de terras e renda, de acordo com Mariano Neto (2006), ainda são aspectos limitantes para o desenvolvimento da agricultura familiar. O surgimento de organizações que defendem a agroecologia nos anos 90, na Paraíba, como a AS-PTA, o Polo Sindical da Borborema, a Ecoborborema, etc., fazem brotar no agreste uma dinâmica produtiva que fortalece o mercado local.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2047706 - JOSIAS DE CASTRO GALVAO
Interno - 1762569 - AMANDA CHRISTINNE NASCIMENTO MARQUES
Externo ao Programa - 1753482 - ALINE BARBOZA DE LIMA
Externo à Instituição - MARIANA BORBA DE OLIVEIRA