PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA (CCEN - PPGG)
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA (CCEN)
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Notícias
Banca de DEFESA: ANTONIO BENEVIDES SOARES
Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANTONIO BENEVIDES SOARES
DATA: 12/12/2025
HORA: 08:00
LOCAL: https://meet.google.com/txc-iwwi-wpz
TÍTULO: VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL ÀS INUNDAÇÕES EM ESPAÇOS
URBANOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MUNDAÚ-PE-AL
PALAVRAS-CHAVES: Vulnerabilidade socioambiental. Inundações. Espaços urbanos. Bacia
Hidrográfica do Rio Mundaú.
PÁGINAS: 250
GRANDE ÁREA: Ciências Exatas e da Terra
ÁREA: Geociências
SUBÁREA: Geografia Física
RESUMO: A complexidade da urbanização brasileira, marcada por profundas desigualdades sociais e um
crescimento urbano acelerado e frequentemente desordenado, tem intensificado a ocorrência de
problemas socioambientais. O Brasil, historicamente não associado a grandes desastres
naturais, tem visto sua posição deteriorar-se no ranking global de risco de desastres,
evidenciando a crescente vulnerabilidade do país. Nesse contexto, a Bacia Hidrográfica do Rio
Mundaú (BHRM), que abrange municípios de Pernambuco e Alagoas, é recorrentemente
impactada por inundações bruscas de grande poder destrutivo, sendo o evento de 2010 um
marco devastador, com mortes e a destruição quase completa de centros urbanos, infraestruturas
e serviços essenciais. Essa problemática transcende a esfera natural, sendo intrinsecamente
ligada à produção social do risco, às desigualdades socioeconômicas e à ineficácia das políticas
públicas na gestão territorial e na reocupação de áreas de risco. Diante deste cenário, o presente
estudo teve como objetivo geral analisar a vulnerabilidade socioambiental às inundações nos
espaços urbanos mais severamente atingidos pelo evento de 2010 na Bacia Hidrográfica do Rio
Mundaú. Para tal, foram estabelecidos objetivos específicos que incluíram a caracterização do
meio físico e da expansão urbana da BHRM, a elaboração de uma análise histórica das
inundações, a determinação da suscetibilidade ambiental e exposição a esses eventos e a
avaliação dos diferentes níveis de vulnerabilidade social nos espaços urbanos afetados. A
pesquisa seguiu os aportes teóricos da geografia socioambiental, adotando uma abordagem
sistêmica associada ao modelo teórico-metodológico do Sistema Ambiental Urbano (SAU)
proposto por Mendonça (2004). A operacionalização metodológica fundamentou-se no modelo
Hazards of Place (Perigos do Lugar) de Cutter (1996), integrando a análise da vulnerabilidade
biofísica e social. Para a vulnerabilidade social, foi construído um Índice de Vulnerabilidade
Social (IVS) a partir de variáveis socioeconômicas e infraestruturais do Censo Demográfico de
2010, processadas por análise fatorial. A suscetibilidade ambiental às inundações (IVI) foi
mapeada utilizando a metodologia do Serviço Geológico do Brasil (SBG/CPRM), combinando
relevo, altitude e o modelo Height Above the Nearest Drainage (HAND). A integração do IVS
e do IVI resultou no Índice de Vulnerabilidade Socioambiental (IVSA), expresso
cartograficamente mediante Sistema de Informação Geográfica (SIG). Os resultados obtidos
revelaram que a BHRM possui características físico-ambientais que a tornam intrinsecamente
suscetível a inundações bruscas. Constatou-se que os desastres atuam como indutores da
expansão urbana, gerando novos assentamentos que, frequentemente, são realocados para áreas
ainda suscetíveis, perpetuando o ciclo de risco. A análise da vulnerabilidade social (IVS)
indicou que 15% dos setores da bacia apresentavam vulnerabilidade muito alta e 45,7%
alta, sendo a baixa renda, saneamento precário, chefia feminina, analfabetismo e superlotação
domiciliar os principais fatores contributivos. A integração da suscetibilidade ambiental e da
vulnerabilidade social (IVSA) demonstrou que todas as cidades analisadas (União dos
Palmares, Branquinha, Murici, Santana do Mundaú, São José da Laje e Rio Largo) apresentam
altos níveis de exposição e vulnerabilidade socioambiental, com a persistência de ocupações
em áreas de risco. Dessa forma, conclui-se que as inundações não são meros desastres
naturais, mas o produto da interação entre processos naturais e uma estrutura socioespacial
vulnerável, moldada pela pobreza, desigualdade e planejamento urbano inadequado ou não
executado.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente(a) - 1620650 - CAMILA CUNICO
Interno(a) - 1785923 - DAISY BESERRA LUCENA
Externo(a) à Instituição - FABRIZIO DE LUIZ ROSITO LISTO
Externo(a) à Instituição - JOSÉ LIDEMBERG DE SOUSA LOPES
Externo(a) à Instituição - João Luís Sampaio Olímpio