Banca de DEFESA: CECILIA NORONHA BRAZ ALVES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CECILIA NORONHA BRAZ ALVES
DATA: 26/02/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Plataforma Google Meet
TÍTULO: ANECÚMENO, ISOLAMENTO E APAGAMENTO DO NEGRO QUILOMBOLA NORDESTINO: ARUANDA, DE LINDUARTE NORONHA, EM RELAÇÕES DIALÓGICAS
PALAVRAS-CHAVES: Relações Dialógicas. Vozes sociais. Documentário etnográfico. Aruanda.
PÁGINAS: 234
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Lingüística
RESUMO: Ao considerarmos que as análises mais recentes de filmes, sob a ótica da Análise Dialógica do Discurso, são realizadas, em sua maioria, em torno do gênero de ficção, essa tese é importante porque traz uma reflexão sobre novas possibilidades de aproximação entre o olhar da Metalinguística bakhtiniana e outras materialidades circulantes da esfera cinematográfica, a exemplo do gênero documental, ainda pouco estudado dentro dessa perspectiva. Tendo em vista esse panorama, a tese se propõe a investigar como as relações dialógicas constituem o sentido de anecúmeno, isolamento e apagamento institucional do negro quilombola nordestino, em Aruanda (1960), de Linduarte Noronha (1930-2012). Nosso trabalho é de natureza qualitativa, a partir de uma ação exploratória e descritivo-interpretativista dos dados coletados. Adotamos como base teórico-metodológica para o processo investigativo a Análise Dialógica do Discurso, baseada nas ideias de Bakhtin e o Círculo, segundo as quais é no fundamento da dialogicidade (manifestada no processo da linguagem), onde são assentadas as vivências individuais e sociais dos sujeitos. Para isso, fizemos uma revisão da literatura teórica, especialmente, das obras de Bakhtin (2011, 2012, 2016, 2017b, 2018a, 2018b, 2023b), Volochínov (2018, 2019) e Medviédev (2018). Por uma questão didática e de organização, dividimos nossas investigações em quatro eixos principais de discussão: 1) Condição do negro no pós-abolição; 2) Alternativas do negro no pós-abolição; 3) Assentamento negro no pós-abolição; 4) Consolidação do isolamento/exclusão do negro no pós-abolição. Compreendemos que o discurso linduarteano reflete e refrata a voz de vários sujeitos sociais entre os quais podemos citar os seguintes: o médico legista, psiquiatra e antropólogo Nina Rodrigues (Os africanos no Brasil); o escritor, ensaísta e sociólogo Gilberto Freyre (Vida social do Brasil nos meados do século XX; Nordeste; Casa Grande & Senzala; Sobrados e mucambos); o romancista alagoano Graciliano Ramos (Vidas Secas); os romancistas paraibanos José Américo de Almeida (A bagaceira) e José Lins do Rego (Menino de engenho); o musicólogo, etnógrafo e folclorista Câmara Cascudo (Viajando o sertão; Antologia do folclore brasileiro I); e o jornalista e autor-pessoa Linduarte Noronha (As oleiras de Olho D’Água da Serra do Talhado; Ritual africano em domínio branco). As relações dialógicas se dão tanto a partir de posicionamentos de concordância como pela discordância, ou ainda pela complementação dos sentidos do autor-criador, em um elo indissociáveis dos traços estilísticos-composicionais e das temáticas encontradas em várias redes dialógicas (desde textos dos chamados romances regionais, passando ainda por ensaios sociológicos e folclóricos, e até mesmo reportagens fotográficas). Essa pesquisa permite-nos uma reflexão sobre novas possibilidades de aproximação entre a Metalinguística bakhtiniana e outras materialidades artístico-visuais como é o caso do gênero documental etnográfico. Nosso estudo também contribui com trabalhos acadêmicos sobre a dialogicidade do enunciado linduarteano, que inspirou o movimento do Cinema Novo brasileiro e sempre pensou suas produções intelectuais com os olhos mirados, ao mesmo tempo, para a literatura, sociologia, jornalismo e o folclore brasileiro.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - EDILEIDE DE SOUZA GODOI
Externo à Instituição - ELIETE CORREIA DOS SANTOS
Externo ao Programa - 336609 - JOAO DE LIMA GOMES
Presidente - 1149362 - MARIA DE FATIMA ALMEIDA
Interno - 2356333 - PEDRO FARIAS FRANCELINO
Externo ao Programa - 2193172 - ROSEANE BATISTA FEITOSA NICOLAU