PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUÍSTICA (PROLING)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Notícias
Banca de DEFESA: IRANICE ANÍBAL DE LIMA
Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: IRANICE ANÍBAL DE LIMA
DATA: 10/07/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Sala de Multimídia C do CCHLA
TÍTULO: ATITUDES LINGUÍSTICAS EM CONTRASTE: UM ESTUDO COM FALANTES DO SERIDÓ ORIENTAL PARAIBANO
PALAVRAS-CHAVES: Atitudes linguísticas. Seridó Oriental. Paradoxo. Preconceito linguístico.
PÁGINAS: 137
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Lingüística
RESUMO: A presente pesquisa teve por objetivo compreender as manifestações de atitudes linguísticas de paraibanos da microrregião do Seridó Oriental. À luz dos pressupostos da Teoria da Variação e Mudança Linguística (Weinreich, Labov e Herzog, 2006 [1968]; Labov, 2008 [1972]), em diálogo com considerações teóricas que versam sobre atitudes linguísticas (Allport, 1935; Lambert e Lambert, 1966; Fernández, 1998; Trudgill, 2003; Rodrigues, Assmar e Jablonski, 2009; Kaufmann, 2011), realizou-se um estudo de natureza qualitativa e de cunho descritivo. O corpus foi composto a partir de uma abordagem direta, com entrevistas gravadas em formato de áudio, contou com a participação de 20 (vinte) informantes residentes do Seridó Oriental paraibano, especificamente de cinco cidades que compõem a microrregião (Baraúna, Cubati, Picuí, São Vicente do Seridó e Tenório). Os informantes foram estratificados conforme critérios de zona territorial (urbana e rural) e nível de escolaridade (sem instrução formal até ensino médio ou ensino superior completo). Em vista disso, os resultados apontaram para relação complexa e muitas vezes paradoxal entre o seu próprio falar e o falar de sua comunidade, pois, em sua maioria, os participantes manifestaram uma atitude positiva quando o foco está na região geográfica, nas origens e na identidade nordestina/paraibana, mas, concomitantemente, uma tendência negativa quanto a traços estritamente linguísticos ou para comparações com variedades de maior prestígio social. Ademais, todos reconhecem o preconceito linguístico em âmbito nacional para com o falar paraibano, o qual pode estar moldando interna e significativamente as atitudes linguísticas da própria comunidade linguística, uma vez que alguns entrevistados revelaram experiências de discriminação sofridas localmente, ou seja, nos limites do próprio estado e da região Nordeste. No que se refere às variáveis extralinguísticas, verificou-se que podem estar relacionados à maneira como os informantes percebem a si mesmos e a variedade linguística, por exemplo: há uma tendência de maior segurança e consciência linguística entre aqueles com nível de escolaridade mais elevado; participantes oriundos da zona rural relataram mais frequentemente o preconceito direcionado à sua origem e, por vezes, a associação do falar rural a características negativas como "não saber falar," "falar errado," "arrastado," ou ser "do sítio. Contudo, esses aspectos não se manifestaram de maneira uniforme entre as categorias, pois, na amostra, identificou-se que ter ensino superior ou residir na zona urbana não garantem uma avaliação totalmente positiva do próprio falar. Então, os resultados demonstraram a coexistência de atitudes positivas e negativas que variam consoante o traço avaliado, como também a possibilidade de o Seridó Oriental paraibano constituir uma região microlinguística com fronteiras particulares se comparadas a atual divisão territorial adotada. Portanto, há uma complexidade de fatores e dinâmicas sociais que operam na engrenagem das atitudes linguísticas.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1653821 - RUBENS MARQUES DE LUCENA
Interno - 3212008 - CAROLINA COELHO ARAGON
Interno - 1924415 - CAROLINA GOMES DA SILVA
Externo à Instituição - ANILDA COSTA ALVES