PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUÍSTICA (PROLING)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Notícias


Banca de DEFESA: HONORIO LIMA NANQUE

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: HONORIO LIMA NANQUE
DATA: 29/07/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Plataforma Google Meet
TÍTULO: As políticas linguísticas declaradas, percebidas e praticadas no domínio escolar: as vo-zes dos documentos oficiais e da comunidade escolar em guiné-bissau
PALAVRAS-CHAVES: Políticas Linguísticas. Guiné-Bissau. Ideologia linguística. Domínio escolar.
PÁGINAS: 150
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Lingüística
RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo geral investigar as políticas linguísticas declaradas, percebidas e praticadas em escolas públicas nas vozes dos documentos oficiais e da comunidade escolar guineense. Para isso, elaboramos os seguintes objetivos específicos: descrever as políticas e ideologias linguísticas presentes em documentos oficiais que abordem o ensino, analisar o(s) papel(is) das línguas no domínio escolar na percepção de educadores, alunos e pais guineenses e descrever as políticas linguísticas praticadas e suas razões no domínio escolar na perspectiva de educadores, alunos e pais. O trabalho tem como embasamento teórico a noção de política linguística de Spolsky (2004, 2009, 2012), por levar em consideração os três componentes que constituem as políticas linguísticas: práticas, crenças e gestão. Quanto às ideologias linguísticas, baseamo-nos nos pressupostos teóricos de Woolard e Schieffelin (1994), Woolard (2007), Kroskrity (2004), Del Valle (2007), Del Valle e Arnoux (2010) e Del Valle e Meirinho-Guede (2016). Metodologicamente, o trabalho se insere no paradigma qualitativointerpretativista (Lin, 2015). A primeira análise tem caráter documental. O corpus é constituído pela Lei nᵒ 7 de 2007 (Guiné-Bissau, 2007), pela Lei de Bases do Sistema Educativo Guineense (Guiné-Bissau, 2011), pelo Plano Setorial da Educação (2017-2025) (Guiné-Bissau, 2017) e pelas respostas de 16 colaboradores – 4 pais, 4 alunos, 4 professores, 2 diretores de escola e 2 presidentes do Conselho Disciplinar – a uma entrevista semiestruturada. Os resultados mostram que a gestão da Língua Portuguesa em Guiné-Bissau partiu de um nível macro para um micro, caracterizando uma política linguística que vem de cima para baixo, priorizando a língua portuguesa. A maioria dos entrevistados atribuiu à língua portuguesa um papel mais relevante no domínio escolar do que a língua guineense. Os motivos revelados são o fato de o português se constituir como: língua oficial da escola; interação entre as pessoas de diferentes nacionalidades da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), valorização do status do indivíduo na sociedade, fortalecimento do laço colonial entre Guiné-Bissau e Portugal. Em relação à língua guineense, alguns educadores lhe atribuem um papel importante no contexto escolar, visto que ajuda na compreensão dos conteúdos por parte de alunos, uma vez que é a língua mais utilizada no dia a dia dos alunos. Identificamos que as políticas linguísticas praticadas se assemelham às políticas linguísticas previstas nos documentos oficiais, ou seja, as práticas escolares refletem diretamente o que está previsto nos documentos. Entretanto, em algumas situações, os professores realizam uma prática linguística diferente da prevista no documento oficial, quando visam atender às necessidades dos estudantes. Concluímos que, por mais que a maioria dos entrevistados concorde com o uso exclusivo do português no domínio escolar, tendo em conta o papel que essa língua desempenha no país, é importante que o Estado guineense e a comunidade escolar (pais, alunos, professores, diretores e presidentes do Conselho Disciplinar) repensem suas políticas linguísticas, de modo a criar uma política mais democrática e inclusiva em relação às demais línguas.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1657457 - ANDREA SILVA PONTE
Externo à Instituição - MARIA EROTILDES MOREIRA E SILVA
Interno - 1285220 - REGINA CELI MENDES PEREIRA DA SILVA
Presidente - 2733966 - SOCORRO CLAUDIA TAVARES DE SOUSA