PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO (CE - PPGE)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: ALEXANDRE NASCIMENTO DA SILVA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ALEXANDRE NASCIMENTO DA SILVA
DATA: 31/07/2025
HORA: 14:00
LOCAL: laboratório do PPGAES
TÍTULO: EDUCAÇÃO SUPERIOR EM DÍVIDA: A FINANCEIRIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PRIVADO BRASILEIRO (1999–2024)
PALAVRAS-CHAVES: Ensino Superior. Endividamento. Financeirização
PÁGINAS: 285
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Educação
SUBÁREA: Planejamento e Avaliação Educacional
ESPECIALIDADE: Política Educacional
RESUMO: Este estudo analisa criticamente o processo de financeirização da educação superior privada no Brasil entre os anos de 1999 e 2024, com ênfase no papel desempenhado pelo Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) como vetor central desse fenômeno. A pesquisa defende que, ao transferir massivamente recursos públicos para o setor privado, o FIES contribuiu para consolidar um modelo educacional subordinado à lógica especulativa do capital financeiro, transformando o direito à educação em obrigação pecuniária. A trajetória do programa revela como a expansão do crédito estudantil, em articulação com o avanço neoliberal, estimulou a atuação de conglomerados educacionais na Bolsa de Valores, que passaram a operar sob métricas empresariais e financeiras. A pesquisa está ancorada no referencial teórico-metodológico do materialismo histórico-dialético e sustenta a hipótese de que as políticas públicas de financiamento — públicas e privadas — contribuíram decisivamente para o endividamento estrutural dos estudantes, o aumento da inadimplência e o aprofundamento das desigualdades socioeconômicas, evidenciando como o processo de financeirização impacta não apenas a esfera econômica, mas reconfigura os fundamentos das políticas públicas educacionais, subordinando a função social da educação à lógica de rentabilidade e acumulação de capital fictício. Ao analisar a atuação dos principais grupos educacionais privados listados na Bolsa — Cogna, Yduqs, Ânima, Ser Educacional, Cruzeiro do Sul e Vitru —, demonstra-se como o Estado brasileiro, ao invés de garantir o acesso universal à educação superior pública e gratuita, tornou-se fiador de um modelo de “capitalismo sem riscos”, que socializa perdas e privatiza ganhos. Essa dinâmica mercantil reflete a consolidação de grandes conglomerados econômicos que tratam a oferta educacional como um serviço rentável, competitivo e integrado às dinâmicas globais de acumulação de capital. A pesquisa se desenvolve sob a abordagem qualitativa com uso de dados quantitativos sob a dimensão da mediação dialética. Os dados foram coletados em fontes oficiais como INEP, MEC, FNDE e CVM, enquanto os dados qualitativos foram extraídos de entrevistas públicas, declarações corporativas e discursos de CEO's nos relatórios de resultados. Das analises acerca do processo da financeirização do ensino superior brasileiro, constata-se a reorientação às prioridades das políticas públicas, compromete a democratização do acesso e intensificação à dívida estudantil, contribuindo para a ampliação das desigualdades educacionais, sociais no país e ao capital privado.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 268015 - EDINEIDE JEZINI MESQUITA
Interno - 1346663 - ALDA MARIA DUARTE ARAUJO CASTRO
Interno - 1034264 - MARCUS QUINTANILHA DA SILVA
Interno - 1456736 - RHOBERTA SANTANA DE ARAUJO
Externo à Instituição - LUIZ FERNANDO REIS
Externo à Instituição - VERA LUCIA JACOB CHAVES