PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO (CE - PPGE)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Telefone/Ramal
Não informado

Notícias


Banca de QUALIFICAÇÃO: ZARA GONÇALVES DE BRITO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ZARA GONÇALVES DE BRITO
DATA: 03/12/2025
HORA: 15:00
LOCAL: Formato remoto via Plataforma Google Meet
TÍTULO: JUVENILIZAÇÃO DA EJA: TENSÕES COTIDIANAS E ADOECIMENTO DOCENTE NA REDE MUNICIPAL DE VITÓRIA DA CONQUISTA
PALAVRAS-CHAVES: Educação de Jovens e Adultos; Juvenilização; Trabalho Docente; Saúde do Professor; Políticas Educacionais.
PÁGINAS: 56
RESUMO: A Educação de Jovens e Adultos (EJA) representa uma conquista histórica das classes populares brasileiras, resultado de longas lutas por acesso, permanência e direito à educação. Contudo, a modalidade tem enfrentado, nas últimas décadas, profundas transformações em sua composição discente, marcadas pelo fenômeno da juvenilização, processo caracterizado pela presença crescente de adolescentes e jovens que, por diferentes razões, não conseguiram concluir o ensino fundamental na idade regular. Essa nova configuração tem imposto desafios significativos às práticas pedagógicas, às relações escolares e, sobretudo, às condições de trabalho dos docentes. Este estudo tem como objetivo analisar os impactos da juvenilização da EJA ofertada no turno diurno sobre o trabalho e a saúde dos professores da rede municipal de Vitória da Conquista (BA). A pesquisa, de abordagem qualitativa, fundamentou-se em entrevistas semiestruturadas e na realização de grupo focal com docentes da modalidade, buscando compreender suas experiências cotidianas, sentimentos e percepções sobre o adoecimento físico e mental decorrente das da rotina do trabalho. Os resultados evidenciam que a juvenilização, ao mesmo tempo em que reafirma a relevância social da EJA, amplia a sobrecarga docente, intensifica a precarização das condições de trabalho e contribui para o aumento de sintomas de estresse, ansiedade, fadiga emocional e afastamentos por motivos de saúde. Tais situações revelam não apenas o desgaste individual, mas, sobretudo, a expressão de problemas estruturais do sistema educacional, vinculados à ausência de políticas públicas específicas para a EJA e à desvalorização do magistério. Conclui-se que o mal-estar docente não deve ser compreendido como fragilidade pessoal, mas como reflexo de um contexto institucional que demanda reconhecimento, apoio psicológico e políticas de cuidado voltadas aos profissionais da educação. Ainda assim, a pesquisa evidencia a força e a resiliência dos professores, que fazem da EJA um espaço de resistência, acolhimento e esperança, reafirmando o compromisso ético e humano que sustenta a escola pública.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente(a) - 338352 - SEVERINO BEZERRA DA SILVA
Interno(a) - 1220709 - CHARLITON JOSE DOS SANTOS MACHADO
Externo(a) ao Programa - 1813891 - QUÉZIA VILA FLOR FURTADO