Banca de DEFESA: CÍNTIA CINARA MORAIS BORGES SOARES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CÍNTIA CINARA MORAIS BORGES SOARES
DATA: 24/02/2025
HORA: 14:30
LOCAL: Sala de Multimídia C - CCHLA/CAMPUS I
TÍTULO: Trajetória de estudantes indígenas na UFPB: a universidade como espaço de disputas e conquistas
PALAVRAS-CHAVES: Estudantes indígenas no ensino superior; educação superior indígena; políticas públicas para indígenas; PET Indígena.
PÁGINAS: 273
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Antropologia
RESUMO: O aumento de estudantes indígenas no ensino superior promovido pela democratização da educação superior reverberou no debate sobre qual significado da presença indígena na universidade, transpassada pelos efeitos das políticas públicas de inclusão (Lei de Cotas) e permanência (Programa Bolsa Permanência/PBP). Após levantamento dos estudantes indígenas da UFPB, a busca foi pelo lugar onde estão e como são acolhidos no espaço acadêmico, considerando a repercussão da política para permanência executada pela UFPB, com ênfase para o PBP e para as ações da assistência estudantil, a partir das experiências dos estudantes. Estudo de cunho qualitativo e etnográfico, busca compreender os processos estabelecidos pelos indígenas na universidade, a partir da análise das narrativas dos estudantes Indígenas Potiguara da UFPB (ativos e egressos) e da análise situacional realizada no período de 2022 a 2024, pela participação nas reuniões do Programa de Educação Tutorial (PET) Indígena da UFPB e em eventos ocorridos no campus IV/UFPB(situado próximo ao Território Indígena Potiguara) e nas aldeias Indígenas Potiguara, que trouxeram elementos sobre a experiência de ser acadêmico indígena, contribuindo com a construção dos desafios e possibilidades da presença dos indígenas na universidade. As atividades desenvolvidas pelo PET Indígena e por projetos de extensão da UFPB, particularmente as ocorridas nas aldeias, a participação dos estudantes indígenas no X Encontro Nacional de Estudantes Indígenas (ENEI), que ocorreu em Território Indígena Potiguara na Paraíba, o Fórum da Cultura Indígena e a participação em encontros acadêmicos no campus IV e em outros Estados revelaram-se espaços expressivos de autoafirmação da identidade étnico cultural, de organização política dos estudantes indígenas e de vivência da interculturalidade na universidade. Como referencial teórico, utilizou-se os conceitos de identidade étnico cultural, interculturalidade e burocracia, categorias definidas a partir das narrativas e vivências dos estudantes indígenas da UFPB. O estudo constatou que a identidade étnica dos estudantes é construída coletivamente na universidade e na comunidade indígena (pela prática de rituais e uso dos sinais diacríticos), processo que envolve sentimento de pertencimento a um grupo, motivado pela dimensão política. O papel da universidade passa pela transmissão de saberes e fortalecimento da identidade, cultura e Território Indígena, numa relação de interculturalidade, ainda incipiente na UFPB. Entrar e concluir o ensino superior, num espaço universitário permeado por disputas e conquistas, reforça processos históricos de re(existência) do povo indígena no Brasil, atrelado a uma condição que transita da dominação à tutela do Estado.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1657215 - ALICIA FERREIRA GONCALVES
Externo ao Programa - 2587288 - ANDERSON ALVES DOS SANTOS
Externo à Instituição - FELIPE SOTTO MAIOR CRUZ
Externo à Instituição - MARIA ELENA MARTINEZ TORRES
Externo à Instituição - MARISTELA OLIVEIRA DE ANDRADE
Externo à Instituição - MERCIA REJANE RANGEL BATISTA
Interno - 1875765 - RITA DE CASSIA MELO SANTOS