Com a crescente adoção de projetos e processos de Desenvolvimento Distribuído de Software (DDS), muitas organizações que praticavam o desenvolvimento tradicional, co-localizado, passaram a atuar no mercado global, dividindo suas unidades colaborativas em vários pontos geográficos do globo. Além da aproximação com o mercado internacional, a utilização de DDS possibilita uma redução do time-to-market, melhor qualidade dos produtos gerados, redução de custos e maior facilidade para encontrar mão-de-obra qualificada. Entretanto, a distância entre as equipes envolvidas no DDS gera uma série de problemas relacionados a comunicação, não enfrentados no desenvolvimento co-localizado. Segundo a NBR ISO 10006, o fator humano é chave para o sucesso dos projetos de software, já que é uma atividade genuinamente humana. No desenvolvimento tradicional, empresas utilizam processos de alocação de recursos humanos para encontrar os profissionais adequados para realizar uma determinada atividade. Porém, a distância geográfica, como também os fatores culturais e temporais existentes no DDS, não são enquadrados nesses processos. Neste contexto, a fim de reduzir os problemas de comunicação durante a fase de implementação, o presente trabalho apresenta uma abordagem para alocação de equipes em projetos de DDS, tendo como objetivo mitigar os efeitos problemáticos gerados pela necessidade de comunicação entre as equipes geograficamente dispersas. Considerando que o acoplamento existente entre os componentes de software interfere na comunicação requerida para desenvolvê-los, a abordagem proposta leva em consideração características não-técnicas das equipes, como atributos temporais, culturais e de afinidade, para descobrir o grau de proximidade das equipes, comparando-as com o nível de acoplamento entre os componentes, de modo a identificar quais equipes possuem melhores condições de implementar os componentes de software com grau de comunicação satisfatório com as demais equipes. Deve-se destacar que as equipes candidatas à alocação com base em atributos não-técnicos são equipes tecnicamente habilitadas para a implementação dos componentes. Pela complexidade do problema de alocação ser alta, é utilizado um algoritmo genético, com função de avaliação baseada nos atributos não-técnicos para a alocação das equipes, tornando o problema tratável computacionalmente em tempo hábil.