PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO (CE - PPGE)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: SUÊNYA DO NASCIMENTO COSTA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: SUÊNYA DO NASCIMENTO COSTA
DATA: 20/08/2020
HORA: 09:30
LOCAL: Plataforma Remota
TÍTULO: AS AULAS NOTURNAS NA PROVÍNCIA DA PARAHYBA DO NORTE: INICIATIVAS DE EDUCAÇÃO POPULAR NO IMPÉRIO (1870 - 1889)
PALAVRAS-CHAVES: Aulas Noturnas; História da Educação; Trabalho; Educação Popular; Cadeias; Império.
PÁGINAS: 164
RESUMO: Esta tese tem por objetivo identificar as aulas noturnas enquanto segmento de uma educação popular que buscava a difusão da instrução para o povo na Província da Parahyba do Norte. O marco temporal inicia-se em 1870, devido à publicação da lei nº 400 de 19 de dezembro, que criou as aulas noturnas na província paraibana, e, como marco final, o ano de 1889, marcando o fim do império no Brasil, as mudanças de regime político e, consequentemente, da legislação educacional. Foi pensado esse espaço de tempo para o recorte temporal, porque as escolas noturnas criadas durante a referida década eram percebidas como uma alternativa para escolarização do trabalhador livre, pobre, do liberto e do ingênuo na província paraibana. A partir disso, outros objetivos, de modo mais específico, pretenderam identificar os diferentes conceitos atribuídos à categorias como povo, cidadão e educação popular nos processos de propagação da escolarização; Compreender como os discursos das autoridades procuraram legitimar a criação e organização das aulas noturnas atreladas a um discurso sobre trabalho e formação do “cidadão útil” e analisar como as aulas nas cadeias compuseram, juntamente com as aulas noturnas, um conceito de educação popular que serviu de alternativa pelas autoridades em controlar determinados grupos da população. O argumento de tese é o de que as aulas noturnas serviram como um segmento que proporcionaria uma educação considerada popular segundo os conceitos da época, atrelando instrução e trabalho para formar sujeitos considerados úteis para a sociedade. Os aportes teórico-metodológicos desenvolvem-se num diálogo entre o Contextualismo Linguístico defendido pelo historiador inglês Quentin Skinner (1999, 2005), para tanto o que os sujeitos tinham a intenção de dizer, bem como a maneira com que desejavam que suas ideias fossem tomadas; a História Conceitual preconizada pelo historiador alemão Reinhart Koselleck (1992, 2006), a fim de compreender os conteúdos semânticos provenientes de conceitos políticos e históricos do período; e a História Social do Trabalho, pensando as relações de trabalho do contexto histórico Oitocentista, principalmente com as contribuições de Sidney Chalhoub (1986, 1990) e Marcelo Mac Cord (2012). As fontes analisadas abrangem jornais, relatórios, regulamentos, leis, decretos, dentre outros documentos que contribuem para a historiografia da educação ao nos debruçamos sobre o discurso educacional em seus contextos de produção, interpretando com base em vestígios presentes nas fontes analisadas sobre a escolarização de uma parcela específica da população. Assim, apontamos para o debate em torno da escolarização noturna, educação popular e trabalho, além do caráter político da linguagem, que passa a ser compreendida enquanto instrumento utilizado na tentativa de legitimar projetos e ideias, em meio aos debates e embates travados em torno de determinadas temáticas do final do século XIX.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1448877 - JEAN CARLO DE CARVALHO COSTA
Interno - 1551123 - MAURICEIA ANANIAS
Interno - 1679249 - SURYA AARONOVICH POMBO DE BARROS
Externo à Instituição - ALESSANDRA FROTA MARTINEZ DE SCHUELER
Externo à Instituição - CRISTIANO DE JESUS FERRONATO
Externo à Instituição - MAURO CASTILHO GONÇALVES