PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO (CE - PPGE)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: ANE FLÁVIA DE SOUZA RODRIGUES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANE FLÁVIA DE SOUZA RODRIGUES
DATA: 30/06/2022
HORA: 18:00
LOCAL: por via remota no Link: https://meet.google.com/pep-repz-woc
TÍTULO: LIMOLAYGO TOYPE: NOSSA EDUCAÇÃO É NOSSA RESISTÊNCIA. EDUCAÇÃO INDÍGENA E A PEDAGOGIA DECOLONIAL, POVO XUKURU DO ORORUBÁ, PE.
PALAVRAS-CHAVES: Educação Indígena. Xukuru do Ororubá. Decolonialidade. Educação Popular.
PÁGINAS: 200
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Educação
SUBÁREA: Tópicos Específicos de Educação
ESPECIALIDADE: Educação Permanente
RESUMO: A presente pesquisa buscou impulsionar o debate sobre a decolonialidade no campo da educação popular, a partir da educação indígena e mais especificamente do caso do povo indígena Xukuru do Ororubá, do estado de Pernambuco-Brasil. A educação indígena, como compreendemos, é pensada em sua gênese a partir da comunidade e se desenvolve no território, para além da sala de aula. Detentora de propósitos muito específicos, que vão muito além do saber ler e escrever, a educação escolar indígena volta sua atenção tanto para práticas micro - processos pedagógicos de ensino e gestão -, como também para o espaço macro - o sistema de organização social, ao se construir, paralelamente ao currículo escolar, o projeto de vida dos povos. Se a decolonialidade implica partir da desumanização e considerar as lutas dos povos historicamente subalternizados, dando visibilidade a essas pessoas, suas práticas sociais, epistêmicas e políticas, é necessário pensá-la para além da sua dimensão subjetiva, evocando seu objetivo final, de reconstrução radical do poder, do ser e do saber. Nesse sentido, essa pesquisa teve como proposta analisar o processo histórico - social da educação escolar indígena do povo Xukuru do Ororubá, a partir do Limolaygo Toype (em brobo, língua materna do povo Xukuru do Ororubá, “terra ancestral”), que apontem a decolonialidade, e elencamos como objetivos específicos: descrever e analisar as práticas pedagógicas escolares do povo Xukuru do Ororubá e os princípios que as sustentam; e discutir as práticas pedagógicas do povo Xukuru do Ororubá a luz de suas aproximações e distanciamentos da pedagogia decolonial. Para tanto, a metodologia proposta foi ancorada em uma abordagem qualitativa, com uso de triangulação metodológica, através da observação participante, da pesquisa bibliográfica e da pesquisa documental. Nessa direção, partimos de memorial crítico-reflexivo, costruido na perspectiva de evidenciar aspectos significativos da experiência da pesquisadora, enfatizando observações da mesma sobre as práticas pedagógicas escolares do povo Xukuru do Ororubá. Em seguida, situamos a presença indígena no Nordeste Brasileiro e a dimensão da territorialização, resistência e estratégia dos índios dos sertões. Apresentamos a ideia do Limolaygo e seus sentidos para a territorialização dos povos Indígenas, incluindo as estratégias, alianças, lutas e resistências dos povos indígenas do Brasil. Destacamos aspectos históricos do Povo Xukuru do Ororubá e elementos de sua construção social e política. Ademais, debruçamo-nos em uma construção teórica sobre os conceitos em torno da decolonialidade, os estudos pós-coloniais, tensionamentos e rearranjos epistemológicos, a partir dos quais traçamos o debate histórico da educação indígena, educação escolar indígena e o diálogo com a educação popular. Finalmente, problematizamos questões emergentes da análise sobre recentes produções sobre a pedagogia do Povo Xukuru do Ororubá na literatura acadêmica, bem como estudamos materiais oriundos dos registros da construção dessa pedagogia em acervos documentais do próprio povo. A história do povo Xukuru do Ororubá aponta a revolta política e a revolta epistêmica – ancoradas em reflexões acerca do estado atual do povo, da retomada do valor de nossos saberes e tessitura desses saberes, possibilitando a criação de alternativas de enfrentamento das estruturas dominantes das instituições- aquelas que mantêm o capitalismo e os interesses do mercado, possibilitaram a reconfiguração das escolas no território, em espaços de afirmação da identidade étnica, a partir de princípios escolares, práticas pedagógicas, metodologias e conteúdos que dialoguem com quem fomos, quem somos e quem seremos, no processo de formatação de nosso projeto de vida. Entre tentativas, erros e acertos, o sistema de educação escolar indígena Xukuru do Ororubá desenvolve, nos últimos trinta anos, um trabalho que tem fundamentalmente um objetivo: formar guerreiros e guerreiras capazes de defenderem o legado do nosso povo, nosso território e nossas tradições, a partir do fortalecimento de nossa identidade, reconhecendo a nossa humanidade, promovendo e estimulando a auto estima, e problematizando a cosmologia do branco – o desenvolvimentismo – através do trabalho educacional, favorecendo os princípios ancestrais das folhas secas do Ororubá.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2884817 - PEDRO JOSÉ SANTOS CARNEIRO CRUZ
Interno - 1423789 - NILVANIA DOS SANTOS SILVA
Externo à Instituição - REINALDO MATIAS FLEURI
Externo à Instituição - ROBERTO DOS SANTOS LACERDA