PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA (PPGA)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: RAONI BORGES BARBOSA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RAONI BORGES BARBOSA
DATA: 09/07/2014
HORA: 14:00
LOCAL: CCHLA - SALA 402
TÍTULO: Medos Corriqueiros e Vergonha Cotidiana: Uma análise compreensiva do bairro do Varjão/Rangel, João Pessoa, PB
PALAVRAS-CHAVES: cultura emotiva, disputas morais, vergonha cotidiana, medos corriqueiros, pessoalidade
PÁGINAS: 182
RESUMO: Este trabalho tem por objetivo uma análise compreensiva do bairro do Varjão/Rangel da cidade de João Pessoa, Paraíba, como espaço de sociabilidade urbana de intensa pessoalidade sob a ótica da antropologia das emoções. O bairro é considerado como um dos mais violentos e problemáticos da malha urbana da cidade. Teve-se por hipótese a questão dos medos corriqueiros e da vergonha cotidiana como emoções centrais e organizadoras da cultura emotiva do bairro, bem como das ações dos moradores do mesmo enquanto unidades interacionais em relação a si mesmo, ao outro morador, ao bairro e à cidade. A proposta metodológica de cunho etnográfico, no interior de uma perspectiva simbólico-interacionista, foi realizada a partir de um trabalho de campo que combinou estratégias de observação participante e de entrevistas diretas. Os resultados da pesquisa revelaram uma lógica societária hierarquizante e excludente como elemento central na cultura emotiva da cidade de João Pessoa em relação aos bairros populares, dos quais o bairro trabalhado faz parte. Neste sentido, a dupla nominação do bairro aqui analisado, entre o oficial Varjão e o oficioso Rangel, demonstra o impacto das disputas morais em torno do processo de moralização e modernização do espaço urbano local, bem como reflete o estigma, a vergonha cotidiana e os medos corriqueiros de uma identidade ambígua e ambivalente, a do bairro do Varjão/Rangel. O morador do bairro, socializado em um ambiente comunicativo tenso e caracterizado por uma identidade deteriorada, assume a perspectiva de um “outro generalizado” que o percebe como um personagem potencialmente perigoso e que contamina a cidade como um todo. Esta lógica de classificação e argumentação da cidade sobre o bairro é assumida pelo morador do Varjão/Rangel, que, por sua vez, na intenção de salvaguardar a sua fachada, acaba caindo em um jogo de disputas morais cuja lógica de desculpas e acusações transforma todo morador do bairro, inclusive ele mesmo, em um personagem estigmatizado.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 332905 - MAURO GUILHERME PINHEIRO KOURY
Interno - 1437307 - MARCIA REIS LONGHI
Externo ao Programa - 1363922 - SIMONE MAGALHAES BRITO