PROGRAMA MULTICÊNTRICO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS (PMPGCF)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Banca de DEFESA: GEORGIANNA DE ARAUJO HENRIQUES FERREIRA
Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: GEORGIANNA DE ARAUJO HENRIQUES FERREIRA
DATA: 25/08/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Plataforma Google Meet
TÍTULO: EFEITOS DA INTERVENÇÃO COM UMA FORMULAÇÃO PROBIÓTICA
DE Limosilactobacillus fermentum SOBRE A MICROBIOTA INTESTINAL E OS
PARÂMETROS CARDIOMETABÓLICOS EM RATOS
PALAVRAS-CHAVES: Dislipidemia. Microbiota intestinal. Hiperatividade simpática. Probióticos. Hipertensão arterial.
PÁGINAS: 69
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Fisiologia
RESUMO: A Hipertensão Arterial Sistêmica é uma doença crônica não transmissivel ́ de
etiologia multifatorial. O estilo de vida sedentário associado à um contexto alimentar rico
em ácidos graxos saturados (AGS) e açúcares culmina em dislipidemias, as quais podem
favorecer o desenvolvimento da HAS. Por sua vez, a HAS desenvolvida em um quadro
dislipidêmico é associada com alterações qualitativas e quantitativas do microbioma
intestinal, caracterizando a disbiose intestinal. Alterações sistêmicas surgem junto à
disbiose intestinal, como o aumento do estresse oxidativo, inflamação e hiperatividade
simpática, refletindo em maiores niveis de press ́ ao arterial (PA). O microbioma intestinal ̃
pode ser recuperado a partir da inoculação de bactérias com potencial probiótico e essa
modulação intestinal pode afetar órgãos de controle da PA, visto que em estudos
experimentais anteriores probióticos atenuaram a disfunção autonômica e em estudos
clinicos reduziram fatores de risco para doen ́ ças cardiovasculares. Cepas de
Limosiactobacillus fermentum apresentaram boas caracteristicas probióticas (agregação,
antagonismo, adesão, entre outras) e exerceram papel hipolipemiante em ratos, no entanto
a atuação em distúrbios cardiovasculares e metabólicos não foi estudada. Por isso, o
presente estudo investigou os efeitos da administração de uma formulaçao probiótica de
L. fermentum (cepas 139, 263 e 296) sobre os parâmetros cardiorrespiratórios,
metabólicos e alterações na microbiota intestinal de ratos aos 90 dias alimentados com
uma dieta rica em AGS. Ratos Wistar (n=18) adultos com 90 dias foram alimentados com
dieta controle (CTL) ou dieta rica em AGS (high-fat diet, HFD). Os animais foram
divididos em 3 grupos: grupo controle (CTL: n=6); grupo dieta rica em AGS +
formulação probiótica de L. fermentum 139, 263 e 296 (HFD-LF: n=6); grupo dieta rica
em AGS (HFD: n=6). A administração das cepas de L. fermentum (109 UFC/mL de cada
cepa) foi realizada diariamente via gavagem do 90o ao 120o dia de vida. Ao 120o dia de
vida, as fezes foram coletadas para análise da microbiota fecal, nas amostras de sangue
foram quantificados colesterol total (CT), lipoproteina de alta densidade (HDL -colesterol), lipoproteina de baixa densidade (LDL ́-colesterol), triglicerideos (TG) e foi feito o teste de tolerância à insulina (TII). Parâmetros cardiovasculares foram obtidos a partir do registro da PA e da frequência cardiaca (FC) em níveis basais e após administração de hexametônio (fármaco bloqueador ganglionar do sistema nervoso simpático; dosagem 25mg/kg) para avaliar a contribuição do tônus simpático. A variabilidade da FC e PA foi avaliada em condições basais. O grupo HFD-LF apresentou niveis séricos de TG, CT e LDL-colesterol menores, maior concentração plasmática de HDL-colesterol e menor área sob a curva do TII após receber o tratamento da formulação probiótica de L. fermentum por 4 semanas, quando comparado ao grupo HFD (p<0.05).
Os niveis de PA foram menores no grupo HFD -LF em relação ao grupo HFD (p<0.05),mas sem alteração da FC (p>0.05). Na análise espectral, a formulação probiótica com L. fermentum preveniu um aumento nas oscilações de LF da pressão arterial sistólica (PAS)
e a razão LH/HF do intervalo cardiaco do grupo HFD ́-LF (p<0.05) em relação ao grupo
HFD. No entanto, o tratamento não interferiu em oscilações de HF e na sensibilidade
espontânea do barorreflexo em comparaçao ao grupo HFD (p>0.05). Ap ̃ ós administração
do hexametônio, o aumento do tônus vasomotor foi prevenido nos animais do grupo
HFD-LF em relação ao grupo HFD (p<0.05). Considerando a composição da microbiota
intestinal, foi encontrada baixa riqueza e baixa diversidade no grupo HFD-LF em relação
ao CTL. No grupo HFD, a dieta rica em AGS aumentou a abundância relativa de bactérias
que prejudicam integridade intestinal, como as ordens Enterobacteriales, e
Campylobacterales, as famílias Clostridiaceae, Peptostreptococcaceae e demonstrou uma
correlação positiva com as espécies Ruminococcus torques e Ruminococcus gnavus, as
quais também prejudicam a função de barreira intestinal. Em adiçao, a dieta rica em AGS ̃
reduziu a abundância relativa de bactérias que favorecem a integridade intestinal, como
as famílias Lachnospiraceae, outras espécies de Ruminococcaceae, Erysipelotrichaceae,
e as ordens Mollicutes RF39, Gastranaerophilales do grupo HFD em relação ao grupo
CTL. Após a administração de L. fermentum foi encontrada menor abundância de
bactérias que afetam o microbioma intestinal Campylobacterales, Helicobacteraceae e
correlação negativa com Ruminococcus gnavus e Ruminococcus torques. Foi encontrada
correlação positiva com bactérias que fortalecem a barreira intestinal, como
Ruminococcaceae_UCG-004. O tratamento com formulação probiótica de L. fermentum
melhorou a composiçao da microbiota intestinal, atenuou desordens no perfil lip ̃ idico, ́
preveniu a resistência à insulina e a hiperatividade simpática em ratos alimentados com
uma dieta rica em AGS.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2293231 - JOSE LUIZ DE BRITO ALVES
Interno - 1889422 - TATJANA KEESEN DE SOUZA LIMA CLEMENTE
Externo à Instituição - THYAGO MOREIRA DE QUEIROZ