PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS JURÍDICAS (CCJ - PPGCJ)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Banca de DEFESA: DÁVILA TERESA DE GALIZA FERNANDES PINHEIRO
Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DÁVILA TERESA DE GALIZA FERNANDES PINHEIRO
DATA: 25/07/2025
HORA: 09:00
LOCAL: https://classroom.google.com/c/NTg5ODI5ODUyMjA1?cjc=xqxvvsi
TÍTULO: ACORDOS INTERNACIONAIS DE INVESTIMENTOS NO BRASIL (ACFIs) E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: A dinâmica relacional investidor-Estado à luz do enfoque da justiça relacional
PALAVRAS-CHAVES: APPRIs. ACFIs. Desenvolvimento Sustentável. Investidor. Estado-anfitrião. Reciprocidade. Institucionalidade. Socialidade.
PÁGINAS: 93
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Direito
RESUMO: Historicamente os tratados bilaterais de investimentos, também conhecidos como acordos de promoção e proteção recíproca de investimentos (APPRIs) foram concebidos com base em uma relação fortemente assimétrica entre as partes signatárias (Estado-investidor e Estado-anfitrião), atribuindo obrigações unilaterais apenas a um dos lados, os Estados-anfitriões geralmente países pobres ou em vias desenvolvimento enquanto conferiu amplas garantias aos investidores, sem responsabilidades equivalentes. Essa configuração persiste ainda hoje, gerando sobretudo impactos socioambientais negativos aos países receptores de investimentos e graves inconsistências com o imperativo da sustentabilidade global. Diante das limitações estruturais do regime tradicional de acordos de investimentos, propostas alternativas têm surgido melhor compatibilizando a proteção ao investimento estrangeiro com os compromissos internacionais de desenvolvimento sustentável. Dentre elas, o modelo brasileiro de acordo denominado Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI), que introduziu inovações normativas e institucionais como cláusulas voltadas à salvaguarda socioambiental e à promoção de uma governança cooperativa entre os Estados signatários. Nesse contexto, a presente pesquisa, realizada em regime de cotutela internacional entre a Universidade de Málaga (Espanha) e a Universidade Federal da Paraíba (Brasil), teve como objetivo principal investigar a relação entre investidores e Estados-anfitriões levando-se em consideração a complexa relação de assimetria estrutural entre eles, no sentido de melhor equilibrar o binômio: proteção do investimento e promoção do desenvolvimento sustentável. Justifica-se a investigação pela reflexão crítica que se faz em torno do recente movimento de reformas do regime internacional de investimentos, que requer, dentre outras mudanças, acordos mais equilibrados e alinhados aos objetivos e metas da Agenda 2030, permitindo que os fluxos de capital estrangeiro se tornem efetivamente promotores, e não entraves, do desenvolvimento sustentável nos países anfitriões. Para tanto, a tese enfrentou o seguinte problema: de que modo tem se estruturado a relação investidor-Estado quanto à promoção de desenvolvimento sustentável? E até que ponto os ACFIs estão preparados para promover investimentos no espírito dos ODS? A fim de comprovar a hipótese levantada para a tese, a pesquisa fez uso do enfoque metodológico da justiça relacional, o qual, a partir de sua estrutura tridimensional institucionalidade, reciprocidade e socialidade , proporcionou uma visão mais clara e mais crítica da dinâmica relacional entre investidores e Estados, o que permitiu sustentar a tese de que referida relação apresenta vazios de justiça especialmente no que diz respeito à dimensão da reciprocidade, necessitando se (re)orientar a fim de desencadear um ciclo de cooperação sustentado pela boa-fé e pela fidúcia entre as partes. O modelo de acordo brasileiro, não obstante seu grau de inovação, adequou-se parcialmente aos apelos de elaboração de acordos compatíveis com os ODSs; sendo necessário acompanhar e monitorar a execução desses acordos, caso a caso, a fim de que na prática o Brasil promova o desenvolvimento compartilhado sem ambições neoimperialistas. A tese estruturou-se numa pesquisa qualitativa, fundamentada na apreciação analítica de fontes primárias, como os próprios ACFIs e dados de organismos internacionais especializados na matéria, além de fontes secundárias, baseadas na doutrina nacional e internacional.
MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1812723 - ADRIANO MARTELETO GODINHO
Presidente - 2354732 - ALESSANDRA CORREIA LIMA MACEDO FRANCA
Interno - 024.958.144-25 - JOSE IRIVALDO ALVES OLIVEIRA SILVA - UFCG
Externo à Instituição - LAURA MAGALHÃES DE ANDRADE
Interno - 424.214.974-34 - MARIA LUIZA PEREIRA DE ALENCAR MAYER FEITOSA - UFPB
Externo à Instituição - ROCÍO CARO GANDARA