PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MODELOS DE DECISÃO E SAÚDE (PPGMDS)
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA (CCEN)
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Notícias
Banca de DEFESA: SAUANA ALVES LEITE DE ALENCAR
Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: SAUANA ALVES LEITE DE ALENCAR
DATA: 03/11/2025
HORA: 13:30
LOCAL: Laboratório Integrado de Estudos da Voz (LIEV)
TÍTULO: ESCALA DE SINTOMAS VOCAIS (ESV-TRI): validade com base na relação com outras variáveis e responsividade
PALAVRAS-CHAVES: Voz; Disfonia; Sinais e sintomas; Autoteste; Protocolos; Estudo de validação.
PÁGINAS: 155
GRANDE ÁREA: Multidisciplinar
ÁREA: Interdisciplinar
RESUMO: Objetivo: Investigar a evidência de validade baseada nas variáveis externas e a responsividade da Escala de Sintomas Vocais validada para o português brasileiro a partir da TRI (ESV-TRI). Métodos: A pesquisa foi estruturada em dois estudos complementares: o estudo transversal contou com 293 participantes disfônicos atendidos em clínica-escola de Fonoaudiologia. Foram coletados dados sociodemográficos, medidas de autoavaliação (PTV, ESV-TRI, IDV-TRI, QVV-TRI e EDTV-TRI), julgamento perceptivo-auditivo (JPA), análise acústica e exame laríngeo. Foram realizadas análises de correlação de Pearson, policórica e tetracórica, regressão logística com eliminação recursiva de variáveis (RFE) e modelos de aprendizado de máquina (Random Forest, Regressão Logística e Gradient Boosting), com validação cruzada estratificada (k=5). O estudo longitudinal envolveu 72 participantes divididos em grupo intervenção (GI) e grupo controle (GC). O GI realizou seis sessões de terapia vocal, e ambos os grupos foram avaliados pela ESV-TRI, JPA e medidas acústicas nos momentos pré e pós-seis semanas. As análises foram realizadas pelos testes de Wilcoxon, Mann Whitney e ANOVA mista. Resultados: A ESV-TRI apresentou correlação positiva forte com os instrumentos IDV-TRI (r = 0,636; p < 0,001), QVV-TRI (r = 0,602; p < 0,001) e EDTV-TRI (r = 0,720; p < 0,001), confirmando validade convergente. Houve associação significativa com o JPA (p = 0,011) e correlação positiva moderada com o grau geral da voz (p = 0,025), demonstrando validade de critério concorrente. A ESV-TRI apresentou especificidade de 75% e acurácia de 67% para distinguir vozes alteradas, com desempenho clínico adequado para triagem vocal. Foram observadas correlações fracas, porém significativas, entre a ESV-TRI e medidas acústicas (F0sd, F0cv, shimmer, HNR e CPPS). A regressão logística e o modelo Random Forest identificaram dez variáveis acústicas mais preditivas do escore da ESV-TRI, com o Random Forest apresentando acurácia de 82% e AUC > 0,80, indicando excelente capacidade preditiva, ainda que com risco de sobreajuste. Houve correlação positiva moderada entre a ESV-TRI e a presença de alteração laríngea (p = 0,048) e diferenças significativas entre pacientes com e sem alteração estrutural (p = 0,002). Pacientes com disfonia comportamental ou orgânica apresentaram escores mais elevados na ESV-TRI (p < 0,001), enquanto não foram observadas associações significativas com variáveis sociodemográficas ou clínicas (p > 0,05), indicando independência da ESV-TRI em relação a fatores externos. No estudo longitudinal, o grupo de intervenção apresentou redução significativa dos escores da ESV-TRI (p < 0,001) e melhora em sete medidas acústicas (F0desvio, F0quartil1, F0min, LNPSD, GNE2000, GNE3000 e CPPSmax), enquanto o grupo controle manteve-se estável. A ANOVA mista confirmou interação significativa entre grupo e momento (p = 0,001), evidenciando melhora vocal apenas no GI. A ESV-TRI apresentou especificidade de 90,91%, acurácia global de 80,70% e valor preditivo negativo de 85,11% em relação ao JPA, indicando excelente desempenho diagnóstico para descartar disfonias e detectar mudanças clínicas relevantes. Conclusão: A ESV-TRI demonstrou elevada validade convergente, discriminante e de critério, além de alta responsividade, confirmando sua precisão e aplicabilidade clínica como instrumento de autorrelato para avaliação e monitoramento de disfonias. Podemos considerar que a ESV-TRI apresenta: (1) validade convergente com o IDV-TRI, QVV-TRI e EDTV-TRI; (2) validade discriminante em relação à intensidade do desvio vocal do JPA, às categorias diagnósticas laríngeas e aos dados sociodemográficos; (3) validade de critério concorrente com a presença de alteração estrutural laríngea, alteração vocal pelo JPA e medidas acústicas; (4) validade de critério preditiva entre a ESV-TRI, medidas acústicas e alteração vocal segundo o JPA; e (5) alta responsividade, evidenciada pela capacidade de detectar mudanças significativas nos sintomas vocais ao longo da terapia. Essa característica reforça sua utilidade clínica, permitindo uma avaliação sensível e precisa da evolução dos pacientes, com identificação de melhorias ou persistência de sintomas vocais durante a intervenção. O conjunto dos resultados confirma que o estudo atende plenamente aos critérios acadêmicos, demonstrando impacto prático e inovação no campo da avaliação vocal.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente(a) - 1668545 - ANNA ALICE FIGUEIREDO DE ALMEIDA QUEIROZ
Interno(a) - 588112 - JOSE CARLOS DE LACERDA LEITE
Interno(a) - 2634755 - LEONARDO WANDERLEY LOPES
Externo(a) ao Programa - 6331987 - JOAO AGNALDO DO NASCIMENTO
Externo(a) ao Programa - 6336620 - LUIZ BUENO DA SILVA
Externo(a) à Instituição - FELIPE THIAGO GOMES MORETI