PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL (PPGSS)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Notícias
Banca de DEFESA: ALEXANDRE ROSAS LEAL DE ALBUQUERQUE
Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ALEXANDRE ROSAS LEAL DE ALBUQUERQUE
DATA: 29/10/2025
HORA: 15:30
LOCAL: LEPES.CCHLA
TÍTULO: SAÚDE MENTAL E REFÚGIO: O CASO DOS INDÍGENAS DA ETNIA WARAO EM JOÃO PESSOA-PB
PALAVRAS-CHAVES: PALAVRAS-CHAVES: Saúde Mental, Migração, Refúgio, Warao.
PÁGINAS: 140
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Serviço Social
SUBÁREA: Serviço Social Aplicado
ESPECIALIDADE: Serviço Social da Saúde
RESUMO: O presente estudo tem por objetivo compreender as implicações do processo de migração para a saúde mental dos indígenas da etnia Warao, refugiados em João Pessoa-PB. Como objetivos específicos evidenciam-se: a) descrever as experiências e os desafios enfrentados por estes indivíduos no processo de migração de seu país de origem, Venezuela, até sua chegada ao Brasil; b) compreender o sentido do sofrimento e saúde mental para os Waraos. A técnica de coleta de dados escolhida foi a entrevista narrativa do tipo episódica, e a análise dos dados será realizada por meio da análise de conteúdo temática proposta por Bardin. Foram realizadas 05 (cinco) entrevistas do tipo narrativa episódica com indígenas refugiados em João Pessoa-PB. Sobre o perfil dos participantes pode-se destacar: 03 (três) homens e 02 (duas) mulheres. Os participantes possuem entre 3 e 5 filhos, evidenciando uma estrutura familiar alargada e preocupação com manutenção dos vínculos culturais durante o processo migratório. Observou-se ainda baixa escolarização entre os adultos pesquisados; 60% são analfabetos, 20% têm ensino fundamental completo e 20% ensino superior incompleto. Em relação ao trabalho 40% atuam como intermediadores culturais junto ao CERMIR/SEDH, os demais atuam de forma autônoma ou estão desempregados. Quanto à renda, todos os entrevistados recebem até um salário-mínimo e 60% deles são beneficiários do Programa Bolsa Família. Os serviços públicos mais acessados foram os serviços de saúde e da assistência social (100% dos participantes) e educação (80%) deles. A análise das narrativas revelou que o processo de migração está relacionado com a grave crise econômica e humanitária na Venezuela que ameaçou os meios de subsistência tradicionais da cultura Warao e os poucos trabalhos informais disponíveis. O processo de migração é tortuoso marcado pela insegurança, precariedade e longos deslocamentos para diferentes destinos. As trajetórias até João Pessoa são fragmentadas, extensas e marcadas por múltiplas paradas, revelando que a chegada não é o ponto final, mas parte do processo contínuo de testar possibilidades em várias cidades. As condições de vida no novo território são descritas como precárias, marcado pela violência urbana, conflitos e discriminação nos abrigos. O sofrimento assume um significado diferente para a cultura Warao, relacionado com as perdas familiares (maior sofrimento) e o sofrimento relacionado com as adversidades da vida e também do processo migratório como fome, sede, doenças e falta de acesso. Conclui-se que todo o processo migratório é marcado por um intenso sofrimento psicossocial que se instala desde a ameaça dos objetos sociais até as precariedades que os acompanham no novo território, com repercussões para a saúde mental. Esse sofrimento não é individual, ele expressa a instabilidade provocada por fatores históricos (crise na Venezuela), sociais (precariedade no território brasileiro) e cultural, principalmente na preservação das famílias e dos laços com a cultura. Espera-se que o estudo possa contribuir para a discussão sobre os direitos dos refugiados e o acesso às políticas públicas, em especial à política de saúde mental.
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MEMBROS DA BANCA:
Interno(a) - 3440915 - DANIELLE VIANA LUGO PEREIRA
Interno(a) - 337981 - PATRICIA BARRETO CAVALCANTI
Presidente(a) - 1725398 - RAFAEL NICOLAU CARVALHO
Externo(a) à Instituição - RAPHAELA SCHIASSI HERNANDES