Investigamos, nesta dissertação, a efetividade dos direitos humanos dos
trabalhadores sob o capitalismo a partir da experiência do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra. Conjugamos a utilização de método bibliográfico com
o recurso ao trabalho de campo, através de entrevistas com membros do setor de direitos
humanos do MST. Do ponto de vista epistemológico, tomamos como base o método
dialético-materialista. O objetivo do trabalho compreende, centralmente, contribuir com
o entendimeto dos direitos humanos a partir das experiências de organização popular,
no caso, mediante a análise do ponto de vista do MST acerca da possibilidade de
efetivação dos direitos humanos dos trabalhadores sob o sistema capitalista. Para
desenvolver essa reflexão, o trabalho está dividido em três capítulos. No primeiro,
tratamos da história dos direitos humanos, considerando a relação entre seu processo de
desenvolvimento e as determinações do desenvolvimento capitalista. No segundo
capítulo, tratamos da crítica dos direitos humanos sob três frentes: a crítica da forma; a
crítica da efetividade; e a crítica da práxis dos direitos humanos. No terceiro capítulo,
finalmente, traçamos o histórico do Movimento Sem Terra, o desenvolvimento do seu
setor de direitos humanos e caracterizamos o que seria sua concepção de direitos
humanos. Conclui-se, por fim, que, a partir da luta pela terra no Brasil, o MST
compreende como inviável a efetivação dos direitos humanos dos trabalhadores, dentro
de um quadro capitalista; conclui-se, ainda, que o Movimento gestou uma concepção
contra-hegemônica dos direitos humanos em sua práxis.