PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS (CT - PPCEM)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Banca de QUALIFICAÇÃO: JOSÉ ANSELMO DA SILVA NETO
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOSÉ ANSELMO DA SILVA NETO
DATA: 07/11/2025
HORA: 15:00
LOCAL:
TÍTULO: Desenvolvimento de agregados leves artificiais com resíduos da indústria cerâmica: avaliação do ciclo de vida e aplicação em concretos leves autoadensáveis ecoeficientes
PALAVRAS-CHAVES: Agregados leves artificiais. Resíduos industriais. Análise de ciclo de vida e custos. Concretos leves autoadensáveis ecoeficientes. BIM. Sustentabilidade.
PÁGINAS: 177
RESUMO: Os agregados leves artificiais (AGLs) destacam-se por reduzir o peso estrutural, aprimorar o desempenho térmico e acústico e contribuir para a eficiência energética na construção civil. Entretanto, a revisão cienciométrica com o software VOSviewer evidenciou que as pesquisas ainda priorizam agregados comerciais, enquanto o uso de resíduos industriais, apesar do potencial, permanece pouco explorado na produção desses materiais. No Brasil, a produção de AGLs concentra-se na região Sudeste, baseada no uso de argilas e aditivos piroexpansivos. Esse modelo, além de intensificar impactos ambientais, limita a difusão do material em regiões como Norte e Nordeste, devido a prazos e custos logísticos elevados. Para superar esses desafios, este estudo propôs 96 formulações, otimizadas e validadas por métodos estatísticos (Taguchi e ANOVA), a partir de argila caulinítica (AC) e resíduos da indústria cerâmica: chamote (CHT) e cinzas de lenha de eucalipto (CLE); matérias-primas abundantes na região metropolitana de João Pessoa/PB, fortalecendo práticas de economia circular. Após o desenvolvimento dos AGLs, as três formulações com maior percentual de resíduos cerâmicos de João Pessoa/PB foram escolhidas para aplicação em concretos leves estruturais e avaliadas o escoamento para todas as regiões do Brasil, comparadas à argila expandida comercial de Várzea Paulista/SP. A avaliação multicritério considerou a Análise de Ciclo de Vida: do berço ao portão (ISO 14040/14044, 2006) e custos econômicos (ISO 14051, 2013). Os resultados demonstraram que os AGLs desenvolvidos apresentam desempenho competitivo em relação à argila expandida comercial, com índices de expansão de até 80%, densidade mínima de 1,20 g/cm³, absorção de água controlada de até 38,0% e resistência ao esmagamento superior a 5,00 MPa e diversas tonalidades de cores (atraentes ao mercado de paisagismo). As 96 formulações geraram mais de 150 aplicações potenciais, da construção civil à agricultura e à gestão hídrica, com destaque para reduções ambientais expressivas (até 54,9% em aquecimento global) e custos de produção mais de 50% menores para regiões Norte e Nordeste do Brasil. Apesar das limitações logísticas em regiões distantes, o estudo confirma a viabilidade de produzir AGLs descentralizados a partir de resíduos industriais, promovendo sustentabilidade, redução de CO2 e valorização de recursos locais, com potencial para créditos de carbono. Por fim, a pesquisa propõe a aplicação dos AGLs em concretos leves autoadensáveis ecoeficientes destinados a paredes monolíticas, com avaliação de propriedades no estado fresco, endurecido, microestrutural e térmico (NBR 15575-1/2021), apoiada por simulações em BIM (Building Information Modeling). Essa abordagem reforça o avanço rumo a uma construção civil mais sustentável e eficiente no Brasil.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente(a) - 022.621.844-96 - MARCOS ALYSSANDRO SOARES DOS ANJOS - UFRN
Interno(a) - 1705877 - RICARDO PEIXOTO SUASSUNA DUTRA
Externo(a) ao Programa - 8333295 - NORMANDO PERAZZO BARBOSA