PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: RAYSSA KELLY SANTOS DE OLIVEIRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RAYSSA KELLY SANTOS DE OLIVEIRA
DATA: 28/02/2020
HORA: 09:30
LOCAL: 504
TÍTULO: AS INTERMITÊNCIAS DO CORAÇÃO SELVAGEM: (sub)versões do feminino na prosa Clariciana
PALAVRAS-CHAVES: Clarice Lispector. Feminino. Literatura. Crítica feminista
PÁGINAS: 120
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
RESUMO: Desde os primórdios da civilização, a questão dos papéis sociais é teorizada de maneira complexa e diversificada, sobre a qual recaem discursos, por vezes, inconformes, originários de distintos setores da sociedade, que se aplicam as igrejas, universidades, escolas, entre outros. No tocante à mulher, esses dispositivos de poder engendram, amiúde, estigmas que se inscrevem na utopia da fragilidade, covardia e vulnerabilidade. O desempenho em esfacelar e aniquilar esse feminino edificou diálogos que, perversamente, autoriza o masculino a fragmentar a existência daquele enquanto sujeito autônomo, sinalizando um arquétipo de inferioridade. Essa deturpação estende-se, pois, aos tempos vigentes e, não menos, às artes. Com o ensejo desse panorama social é que a literatura de autoria feminina brasileira insurge como resistência aos desígnios patriarcais e perpetua um modelo de denúncia, no qual explora protagonismos antes usurpados. É nessa seara que nos deparamos com a escritura de Clarice Lispector. O universo feminino da autora perpassa a profundidade dos sentimentos e assola a imposição do silenciamento, vozeando a anunciação desde o íntimo das almas ao externo da convivência, reativando a multiplicidade do (não) pertencer. Em seu primeiro romance, Perto do Coração Selvagem (1943), essas nuances surgem moldando a subjetividade de Joana. A obra aborda as fases da vida da protagonista sob o prisma da descoberta e da liberdade, cujos contornos ainda são demarcados pela instituição familiar patriarcal, e, por consequência, por valores que priorizam o contexto religioso que, por sua vez, imputam a mulher a se (re)conhecer na condição da “boa e dedicada esposa”, enclausurando seus desejos e anseios. A narrativa rompe com esses preceitos utilizando-se da heroína como representante de uma trajetória transgressora. A travessia entre o ser e o tornar-se revela um feminino que desafia a disciplina e dissipa a norma em razão do direito autoral de seu próprio instinto, transformando a estabilidade da impossibilidade em percursos plurais e factíveis. A fim de corroborar com nossa análise, utilizaremos o arcabouço teórico de Zolin (2009), Lins (2012), Beauvoir (1949/2009), Telles (2004), dentre outros para tratar da subversão feminina. Dessa forma, buscaremos, dentro do romance Clariciano, as faces desse feminino em ebulição, que subverte e se (des)constrói a todo instante.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2301171 - LUCIANA ELEONORA DE FREITAS CALADO DEPLAGNE
Interno - 1356709 - LUIZ ANTONIO MOUSINHO MAGALHAES
Externo ao Programa - 2782210 - MARIA DO ROSARIO SILVA LEITE