PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Telefone/Ramal
3216-7335/7335

Notícias


Banca de DEFESA: FRANCIS WILLAMS BRITO DA CONCEIÇÃO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FRANCIS WILLAMS BRITO DA CONCEIÇÃO
DATA: 05/03/2021
HORA: 15:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO: COLONIALIDADE DO ESPAÇO E ESPIRALIDADE EM PONCIÁ VICÊNCIO
PALAVRAS-CHAVES: Ponciá Vicêncio. Corpos de mulheres negras. Colonialidade do espaço. Espiralidade.
PÁGINAS: 109
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
RESUMO: Nesta pesquisa, realizamos um estudo da categoria espaço no romance Ponciá Vicêncio (2003), da escritora brasileira Conceição Evaristo, considerando a trajetória de deslocamentos de Ponciá e sua família sob o prisma dos estudos pós-coloniais/decoloniais e feministas. Inicialmente, lançamos um olhar crítico sobre a narrativa, através da perspectiva estrutural do espaço, atentando para os aportes teóricos de Antonio Candido (2014), Antônio Dimas (1987) e Luís Alberto Brandão (2013); em seguida, abordamos os elementos da configuração espacial como constituintes de um aparato colonial moderno na ficção evaristiana, enfatizando conceitos como movimento e regulação do território pelas marcações da diferença, a partir das discussões de Doreen Massey (2008), Gayatri Spivak (2019), Homi Bhabha (1998), Paul Gilroy (2012), entre outros. No segundo momento da pesquisa, articulamos a ideia de uma “Colonialidade do espaço”, formulação conceitual central nesta investigação, baseada nas leituras de Aníbal Quijano (2005), Édouard Glissant (1989), María Lugones (2019) e Walter Mignolo (2017), a fim de inferir que as personagens estão em um contexto de deslocamento da experiência histórica de origem, e, quer no espaço rural ou urbano, sem que haja o prejuízo de uma apreensão dicotômica dos cenários pelos quais elas transitam, ocorre a continuidade de uma lógica colonial, em que se empregam mecanismos opressores como o racismo, o sexismo e o separatismo espacial. Sendo assim, amparados pelas vozes que ecoam no feminismo negro e na teoria da interseccionalidade – como Carla Akotirene (2019), bell hooks (2019), Grada Kilomba (2019), Kimberlé Crenshaw (2002) e Lélia Gonzalez (2019) –, constatamos que a narrativa é perpassada por um Espaço espiralar (Fernanda Miranda, 2019; Leda Maria Martins, 2003); e a protagonista, em condição de deslocamento, performatiza uma trajetória de movimento, retorno e reinvenção, com o intuito de inscrever uma nova cartografia de possibilidades para a existência/resistência, que se realiza, segundo Leda Martins (2003, p. 65) e Spivak (2019, p. 268), por meio da estratégia de “consignação do espaço” e do processo de “refazer a história”. Sendo assim, esta pesquisa dissertativa nos permitiu chegar aos seguintes resultados: a protagonista e sua família se encontram em um espaço regulado pela colonialidade e se utilizam da performance – a exemplo das idas e vindas no tempo-espaço, do vazio, dos sentimentos de ausência e dos abortos – objetivando romper com a continuidade do controle colonial, sendo a espiralidade, portanto, um fundamento, que expressa tanto as intermitências das opressões de poder quanto as repetições das performances de insurgência das personagens.
MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1532557 - DANIELLE DE LUNA E SILVA
Presidente - 1350518 - LIANE SCHNEIDER
Externo à Instituição - MARIA SUELY DA COSTA