PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: JHONATAN LEAL DA COSTA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JHONATAN LEAL DA COSTA
DATA: 15/06/2021
HORA: 09:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO: POR QUE AS PESSOAS TRAEM? UM RETORNO DA PSICANÁLISE AOS MITOS INDÍGENAS E ÀS TRAGÉDIAS EURIPIDIANAS PARA SE COMPREENDER AS ORIGENS DO ADULTÉRIO
PALAVRAS-CHAVES: Adultério. Mito. Literatura indígena. Eurípides. Psicanálise.
PÁGINAS: 389
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
RESUMO: Essa tese possui como objetivo principal compreender por que as pessoas cometem o adultério. Para tanto, problematizamos as origens da infidelidade conjugal através da psicanálise freudiana, de mitos indígenas coletados em território brasileiro por Betty Mindlin (1993) e de tragédias euripidianas. Polêmico, controverso e ambivalente, o adultério existe, segundo estudiosos como Helen Fisher (1995), Thimothy Taylor (1997) e Peter Stearns (2010), desde que a ideia de exclusividade sexual foi estabelecida. Identificada em todas as épocas e sociedades até então investigadas, a infidelidade conjugal, apesar de ter acompanhado a evolução da humanidade enquanto prática sociossexual, costuma ser imbuída, tanto por artistas quanto por civis, de representações, sentimentos e valores paradoxais. Por mais que o adultério costume ser amplamente compreendido como a ruptura da exclusividade sexual entre cônjuges, o fato é que a sua definição tende a variar de cultura para cultura, de período para período e, atualmente, de casal para casal e de sujeito para sujeito. Porém, mesmo com todas as variações e diferentes possibilidades de se constatar a incidência de uma traição amorosa, o fato é que, de maneira universal e atemporal, o adultério tende a ser considerado uma transgressão. Talvez por isso, a infidelidade conjugal tenha sido tema recorrente nas obras literárias, usado por escritores que, no atravessar dos séculos, buscaram representar, entender, problematizar, sublimar ou nos entreter com a intensidade das volúpias e dos infortúnios que comumente regem as quebras dos juramentos afetivos e sexuais. Nesse cenário, problematizamos: por que as pessoas traem? Quais as origens históricas e psíquicas da infidelidade conjugal? A quem se é infiel quando se trai? Nossa tese é a de que o adultério tem a sua gênese e o seu prazer primordial na fantasia psíquica, por acreditarmos poder ser ele uma experiência inconsciente de tentativa de realização de fantasias originárias, conforme estabelecidas por Sigmund Freud (2019): visão da cena primitiva, sedução, castração e retorno ao útero materno. Partiremos da hipótese de que os mitos indígenas e as tragédias gregas, quando representam o tema do adultério, em alguma medida também fazem alusão à uma ou mais fantasias originárias. Ao nos colocarmos apenas como um ponto de vista, ideológico e inevitavelmente faltoso sobre um assunto tão vasto como o da infidelidade conjugal na mitologia e nos textos antigos, delimitamos cinco mitos indígenas e duas tragédias gregas que melhor ilustrarão as nossas ideias: “O namoro malandro”, “Um namoradoAnta”, “O homem do pau cumprido”, “Berewekoronti, o marido cruel e a mulher traidora” e “O amante Txopokod e a menina do pinguelo gigante”, todos (re)contados por Betty Mindlin (2014); de Eurípides (2015), o nosso enfoque recai sobre as tragédias Hipólito (428 a.C.) e Medeia (431 a.C.), ainda que não tenhamos o objetivo de fazer um trabalho de profunda análise literária. Trabalhamos, principalmente, por um viés psicanalítico, mais precisamente em uma abordagem freudiana, uma vez que Freud calcou boa parte de sua teoria em tragédias e mitos antigos. A pesquisa está articulada em quatro capítulos: o primeiro compreende o adultério na Pré-História e na Antiguidade; o segundo e o terceiro trazem conceitos e casos basilares da psicanálise freudiana, articulados, por nós, às noções de infidelidade; e o quarto, em uma perspectiva da teoria literária, busca elucidar a genealogia e as formas dos mitos indígenas, das tragédias gregas euripidianas, de como abordá-los psicanaliticamente, e de como esses textos ancestrais podem contribuir no entendimento das origens do adultério. A ideia é a de que as análises psicanalíticas ajudem a melhor compreender o tema da infidelidade conjugal nas formas como essa prática afetiva e sexual foram talhadas pelas narrativas em discussão, obras essas que remontam aos primórdios da humanidade. Nas considerações, a avaliação geral de nossos resultados e a validação de nossa tese, que ressoa na ambiguidade com que o adultério pode ser, ao mesmo tempo, uma tentativa de fuga e (re)encontro.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3567041 - HERMANO DE FRANCA RODRIGUES
Externo à Instituição - MARCO ANTONIO COUTINHO JORGE
Externo à Instituição - MARIA DO SOCORRO BRITO ARAÚJO
Externo ao Programa - 1056140 - RINAH DE ARAUJO SOUTO
Interno - 1613139 - VANESSA NEVES RIAMBAU PINHEIRO