PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Notícias


Banca de DEFESA: MARIA EDILENE JUSTINO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA EDILENE JUSTINO
DATA: 25/08/2021
HORA: 15:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO: POESIA NEGRO-FEMININA: discurso poético e empoderamento em Elisa Lucinda
PALAVRAS-CHAVES: Gênero; Estereótipo; Empoderamento; Poesia Negro-Feminina; Elisa Lucinda.
PÁGINAS: 122
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
RESUMO: Refletir sobre as questões de gênero é compreender que essa discussão é ampla, desafiadora e complexa, uma vez que coexistem aí relações sócio-históricas e culturais profundamente imbricadas. Assim, por acreditarmos na força e no poder da poesia escrita por mulheres negras, nesta pesquisa desenvolvemos um olhar crítico sobre a poesia de Elisa Lucinda e seus desdobramentos, no que se refere às questões de gênero, estereótipo e empoderamento, auxiliadas pelas teorias feministas e pelo feminismo negro. A presente pesquisa traz à luz os resultados obtidos após a apreciação e análise crítica do corpus poético extraído dos livros: Euteamo e suas estreias (2007); A fúria da beleza (2013); O Semelhante (2015); e Vozes Guardadas (2016), de Elisa Lucinda. Nossa fundamentação vem das teorias supracitadas, partindo de debates sobre ‘mulher’/‘mulheres’, desde Beauvoir (1970b), das discussões de gênero, com Lauretis (1994; 2019) entre outras, e do feminismo negro com Davis (2016; 2017; 2018) e Gonzalez (2019), Carneiro (2019), hooks (2019), Kilomba (2019) e Ribeiro (2017; 2018; 2019). Problematizamos a noção de estereótipo, com Schmidt (2019), Collins (2019) e Gonzalez (2019). Discutimos corpo e erotismo, com Susan Bordo (1998), Borges (2013), Almeida (2012) e Lorde (2019. Empoderamento, com Rute Baquero (2012), Joice Berth (2019), e Collins (2019). Além disso, observamos as diferenças de direitos de inserção no universo literário vivenciado por autores e autoras, além das diferenças entre brancas e negras. Destacamos também a negação da poesia escrita pelas poetas negras, que persiste nas antologias da segunda metade do século XX; Revisitamos o caminho de milhares de mulheres negras adentrando o universo poético, com Auta de Sousa como pioneira na poesia negro-feminina; os Cadernos Negros, como marco histórico na poética nacional, que visibilizou a poesia das mulheres negras, possibilitando conexões com a irreverente poética de Elisa Lucinda, que quer “passar verdades a limpo”, desguardar as vozes e reeditar o destino das mulheres negras. Estudamos também conceitos de corpo, especialmente o corpo feminino negro em sua performance poética, que foi do corpo subjugado pela cultura midiática, chegando ao corpo falante que desestabiliza a mentalidade patriarcalista e ao corpo desejante, que assume conscientemente seus desejos e sua sexualidade como liberdade transgressora. Constatamos que o empoderamento feminino, poético e erótico se materializa ora via corpo e linguagem, ora pela descolonização da mente, das palavras e dos discursos quanto às formas de ver a si e de identificar como essas são vistas pelos outros. Por fim, com esta pesquisa buscamos contribuir com o debate acadêmico sobre gênero, estereótipo e empoderamento, entrelaçando a leitura desses elementos à poesia negro-feminina brasileira Lucindiana, onde a vez e a voz são, indubitavelmente, das mulheres negras.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1347382 - ANA CRISTINA MARINHO LUCIO
Externo ao Programa - 2213863 - MARIA ELIZABETH PEREGRINO SOUTO MAIOR MENDES
Externo à Instituição - KEILA QUEIROZ E SILVA