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MARIA JOYCE TAVARES ALVES
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REPERCUSSÕES DA MASTECTOMIA EM MULHERES COM CÂNCER DE MAMA: autopercepção identitária e acessibilidade frente as políticas públicas
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Data: 29/11/2021
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Hora: 14:00
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INTRODUÇÃO: Hoje, mesmo com as inúmeras campanhas enfatizando a importância em diagnosticar precocemente o câncer de mama, o índice de mastectomias realizadas continua bastante elevado devido à detecção tardia. As repercussões da mastectomia podem ser muito complexas, e intervir na rotina e modo de vida da mulher, o que dificulta o processo de readaptação pós mastectomia. Frente a isso, o sistema público de saúde dispõe de leis, resoluções e políticas públicas, que oferecem serviços no intuito de apoiar as mulheres mastectomizadas, porém, existem alguns problemas, que por vezes, impossibilitam a acessibilidade. OBJETIVO: Analisar as repercussões da mastectomia em mulheres com câncer de mama, participantes de grupos de apoio, enfatizando a autopercepção identitária, adaptação e acessibilidade aos serviços públicos que apoiam as peculiaridades desta população específica. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de campo, descritivo, com abordagem qualitativa, realizado na Paraíba com dois grupos de apoio que atendem às mulheres com câncer de mama, em Cajazeiras, e na capital João Pessoa. A amostra, delimitada de acordo com o critério de saturação, foi de 20 mulheres. As entrevistas foram conduzidas por formulário semiestruturado. A análise dos dados foi realizada por meio da Análise de Conteúdo de Bardin nos três artigos, sendo que os (artigos 1 e 2) foram discutidos a luz da teoria da adaptatividade da sister Callista Roy, enquanto que no (artigo 3), após a criação de pré-categorias com auxílio da análise de Bardin, cada categoria foi transformada em corpus e analisada separadamente por meio do software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRAMUTEQ), utilizando-se da ferramenta: Análise de similitude. As figuras e análise descritiva gerados pelo software direcionaram os caminhos da discussão, organizando a contextualização dos resultados do estudo. O Projeto possui aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), sob parecer nº 4.095.949, emitido pelo Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). RESULTADOS: Os resultados do estudo foram expressos em três artigos, o (Artigo 1) trata da autopercepção identitária das mulheres mastectomizadas, o (Artigo 2) diz respeito ao processo adaptativo da mulher pós mastectomia, e o (Artigo 3) discorre acerca da percepção das mulheres mastectomizadas sobre a acessibilidades aos serviços públicos de apoio. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Observou-se que as mulheres participantes dos grupos de apoio apresentaram um comportamento espontâneo nas respostas, o que facilitou a identificação de bastante dificuldade de reconhecimento identitário. Algumas mulheres precisaram recorrer a ajuda de profissionais, além do apoio familiar e social para reconhecer que as modificações de vida exigiam uma dinâmica diferenciada, adaptada à nova condição, o que destaca a importância dos serviços públicos que apoiam as mulheres pós mastectomia.
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EDJAVANE DA ROCHA RODRIGUES DE ANDRADE SILVA
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PARCERIA ENTRE O TERCEIRO SETOR E O ESTADO DA PARAÍBA: análise da Rede de Cardiologia Pediátrica Pernambuco-Paraíba
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Data: 29/10/2021
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Hora: 15:00
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A parceria entre o Terceiro Setor e o Estado tem se configurado prática consistente na oferta de assistência à saúde no Brasil deste a década de 1990. As razões para o crescimento e consolidação dessa prática decorrem das pressões que as demandas sociais exercem sobre a relação entre sociedade e Estado, provocadas pelo capitalismo e seu aprofundamento. Nesse sentido, o presente trabalho analisou a estratégia de implantação da Rede de Cardiologia Pediátrica Pernambuco Paraíba (RCP), convênio entre a Fundação Círculo do Coração e o Estado da Paraíba. Trata-se de um estudo de caso, descritivo e exploratório com abordagem qualitativa, tendo como sujeitos de estudo 2 gestores e 9 profissionais da RCP. A coleta de informações ocorreu por meio de documentos oficiais da RCP, documentos da Gestão Estadual, reportagens, entrevistas semiestruturadas e questionários.A análise dos dados se fez por meio de Avaliação de implantação com base na elaboração do Diagrama de Modelo-lógico e análise de discurso. Os resultados apontam para uma estratégia de implantação de coordenação unidirecional e regionalização horizontal, com a possibilidade de ser replicada, mas qualificando a democratização do processo de implantação, por meio dos espaços de gestão e controle social.
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EDJAVANE DA ROCHA RODRIGUES DE ANDRADE SILVA
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PARCERIA ENTRE O TERCEIRO SETOR E O ESTADO DA PARAÍBA: análise da Rede de Cardiologia Pediátrica Pernambuco-Paraíba
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Data: 29/10/2021
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Hora: 15:00
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A parceria entre o Terceiro Setor e o Estado tem se configurado prática consistente na oferta de assistência à saúde no Brasil deste a década de 1990. As razões para o crescimento e consolidação dessa prática decorrem das pressões que as demandas sociais exercem sobre a relação entre sociedade e Estado, provocadas pelo capitalismo e seu aprofundamento. Nesse sentido, o presente trabalho analisou a estratégia de implantação da Rede de Cardiologia Pediátrica Pernambuco Paraíba (RCP), convênio entre a Fundação Círculo do Coração e o Estado da Paraíba. Trata-se de um estudo de caso, descritivo e exploratório com abordagem qualitativa, tendo como sujeitos de estudo 2 gestores e 9 profissionais da RCP. A coleta de informações ocorreu por meio de documentos oficiais da RCP, documentos da Gestão Estadual, reportagens, entrevistas semiestruturadas e questionários.A análise dos dados se fez por meio de Avaliação de implantação com base na elaboração do Diagrama de Modelo-lógico e análise de discurso. Os resultados apontam para uma estratégia de implantação de coordenação unidirecional e regionalização horizontal, com a possibilidade de ser replicada, mas qualificando a democratização do processo de implantação, por meio dos espaços de gestão e controle social.
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GABRIELLE MANGUEIRA LACERDA
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A Educação Interprofissional na Formação em Saúde da Paraíba
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Data: 27/10/2021
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Hora: 14:00
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A atenção à saúde vivencia um contexto complexo de novas circunstâncias de vulnerabilidade em saúde. A Educação Interprofissional (EIP) destaca-se como estratégia que pode promover uma reformulação e regulação da atividade profissional com disposição para a colaboração entre diferentes categorias profissionais no serviço. Teve por objetivo conhecer a percepção dos discentes sobre a formação para atuação no SUS, na perspectiva da interprofissionalidade e práticas colaborativas em equipe; e investigar experiências e vivências na formação na perspectiva da interprofissionalidade e práticas colaborativas em equipe. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, com abordagem qualitativa, realizado com estudantes matriculados no último período dos cursos de Enfermagem, Farmácia, Odontologia, Educação Física, Fisioterapia e Serviço Social de duas Instituições Públicas de Ensino do nordeste brasileiro. Utilizou-se como técnica para coleta dos dados empíricos o grupo focal, os quais foram transcritos e analisados na perspectiva de análise temática de conteúdo. O estudo obedeceu aos preceitos éticos dispostos na Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal da Paraíba sob parecer de número 3.222.362. Observou-se o potencial dos estágios supervisionados como cenários de aprendizagem para a EIP. Os estudantes relataram que a partir do trabalho em equipe foi possível o aprender com, sobre o outro e entre si. Os estudantes destacaram fragilidades na formação as quais sinalizam para a necessidade de institucionalização da EIP nos currículos, movimento de educação permanente em saúde e desenvolvimento docente. Sendo assim, é importante a intencionalidade nesse percurso formativo para o aprendizado com, sobre os outros e entre si. A EIP é uma estratégia de formação visando uma produção de cuidado comprometida com sujeitos e suas famílias, comunidade e territórios.
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ERLAINE SOUZA DA SILVA
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CONTRIBUIÇÕES DO PMAQ-AB PARA O ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE EM JOÃO PESSOA: percepções dos trabalhadores de saúde de um Distrito Sanitário de João Pessoa - PB
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Data: 22/10/2021
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Hora: 08:30
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O Sistema Único de Saúde (SUS) é uma proposta de inovação no âmbito da gestão e do cuidado em saúde do Brasil. Nesse contexto, insere-se a Estratégia Saúde da Família (ESF) que busca o desenvolvimento da Atenção Primária a Saúde (APS) com abrangência, qualidade e acesso aos serviços. No sentido de corroborar com esses preceitos, em 2011 foi criado o Programa de Melhoria da Qualidade e do Acesso da Atenção Básica (PMAQ-AB), que visa ampliar o acesso e a qualidade da assistência à saúde na APS. Este estudo teve como objetivo analisar as contribuições do PMAQ-AB para o acesso da população aos serviços de saúde da APS em João Pessoa/PB, a partir das percepções dos trabalhadores de saúde de um Distrito Sanitário do município de João Pessoa-PB. Trata - se de uma pesquisa exploratória descritiva com abordagem qualitativa, na qual ocorreram entrevistas semiestruturadas por modo remoto com 15 trabalhadores de saúde, do Distrito Sanitário IV do município supracitado. Os resultados indicam que houve ampliação do acesso aos serviços de saúde, impulsionados pelo PMAQ-AB. Contudo, ainda são identificadas fragilidades na gestão dos recursos com transparência, a efetiva participação dos trabalhadores, limitando o processo de construção de uma visão crítico-reflexiva dos gestores públicos e trabalhadores da ESF sobre o acesso aos serviços de saúde na APS.
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SARAH BARBOSA SEGALLA
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ATUAÇÃO POLÍTICA DE MÉDICAS E MÉDICOS DE FAMÍLIA E COMUNIDADE NO BRASIL: discursos e projetos em disputa e sua relação com políticas neoliberais
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Data: 21/10/2021
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Hora: 09:00
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A medicina de família e comunidade (MFC) é uma especialidade médica importante na estruturação da atenção primária à saúde (APS) nos sistemas de saúde e, nos últimos anos, médicas e médicos de família e comunidade têm ocupado cada vez mais espaços na formulação de políticas, na gestão de serviços e no mercado privado da saúde. Propõe-se através desta pesquisa analisar os discursos de modelos de APS e MFC defendidos por figuras relevantes na formação da especialidade no Brasil, notadamente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, e médicos de família e comunidade que protagonizam os discursos da especialidade em cargos de corporações, ligados ao governo ou nas formulações acadêmicas. Esses discursos foram analisados em relação às recomendações de organismos internacionais (o Banco Mundial e a Organização Pan-americana de Saúde/ Organização Mundial de Saúde), às políticas para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para o mercado privado de planos e seguradoras. Os dados foram produzidos a partir de revisão bibliográfica sobre a temática e análise de documentos e produções públicas das entidades e de sujeitos implicados com o objeto do estudo, e analisados por método de análise de discurso crítica. A partir desta análise, identificou-se uma inclinação discursiva de alguns grupos, aliados ao capital médico-financeiro, em direção a modelos liberais-privatistas de MFC e projetos seletivos de APS, mas também discursos de resistência, que pretendem defender o SUS e recuperar para a atenção básica o papel histórico de construção das condições para a garantia do direito à saúde. A pesquisa também permitiu explorar possíveis cenários que o SUS protagonizará no próximo período e identificar pontos estratégicos de disputa discursiva, política e prática, em especial no lugar de fala e prática da medicina de família e comunidade.
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SARAH BARBOSA SEGALLA
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ATUAÇÃO POLÍTICA DE MÉDICAS E MÉDICOS DE FAMÍLIA E COMUNIDADE NO BRASIL: discursos e projetos em disputa e sua relação com políticas neoliberais
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Data: 21/10/2021
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Hora: 09:00
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A medicina de família e comunidade (MFC) é uma especialidade médica importante na estruturação da atenção primária à saúde (APS) nos sistemas de saúde e, nos últimos anos, médicas e médicos de família e comunidade têm ocupado cada vez mais espaços na formulação de políticas, na gestão de serviços e no mercado privado da saúde. Propõe-se através desta pesquisa analisar os discursos de modelos de APS e MFC defendidos por figuras relevantes na formação da especialidade no Brasil, notadamente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, e médicos de família e comunidade que protagonizam os discursos da especialidade em cargos de corporações, ligados ao governo ou nas formulações acadêmicas. Esses discursos foram analisados em relação às recomendações de organismos internacionais (o Banco Mundial e a Organização Pan-americana de Saúde/ Organização Mundial de Saúde), às políticas para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para o mercado privado de planos e seguradoras. Os dados foram produzidos a partir de revisão bibliográfica sobre a temática e análise de documentos e produções públicas das entidades e de sujeitos implicados com o objeto do estudo, e analisados por método de análise de discurso crítica. A partir desta análise, identificou-se uma inclinação discursiva de alguns grupos, aliados ao capital médico-financeiro, em direção a modelos liberais-privatistas de MFC e projetos seletivos de APS, mas também discursos de resistência, que pretendem defender o SUS e recuperar para a atenção básica o papel histórico de construção das condições para a garantia do direito à saúde. A pesquisa também permitiu explorar possíveis cenários que o SUS protagonizará no próximo período e identificar pontos estratégicos de disputa discursiva, política e prática, em especial no lugar de fala e prática da medicina de família e comunidade.
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AUGUSTO JOSE BEZERRA DE ANDRADE
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Fatores associados ao clima de trabalho em equipe na estratégia saúde da família
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Data: 09/08/2021
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Hora: 14:00
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INTRODUÇÃO: Os Sistemas de Saúde mundiais são desafiados cada vez mais a darem respostas resolutivas e de qualidade as dinâmicas e complexas necessidades de saúde da população, demandando uma mudança na lógica assistencial, na qual os serviços e profissionais de saúde são estimulados a atuarem na perspectiva da colaboração interprofissional. Nesse contexto destaca-se a Atenção Primaria a Saúde-APS, a qual melhor incorporou esse modelo de organização do trabalho, proposta pela Estratégia de Saúde da Família-ESF. Ela se apresenta como espaço propício para o trabalho colaborativo, possibilitando assim o desenvolvimento de estudos acerca da temática. OBJETIVO: Neste contexto, este estudo tem como objetivo geral: Analisar o clima de equipe na Estratégia Saúde da Família em uma capital do Brasil, e como objetivos específicos: traçar um perfil dos profissionais e do trabalho da Estratégia Saúde da Família; avaliar o clima de equipe de trabalhadores da Estratégia Saúde da Família; verificar os fatores associados aos escores da Escala de Clima de Equipe-ECE. MÉTODO: Trata-se de um estudo de caso, de cunho quantitativo, definindo como unidade-caso uma capital brasileira (João Pessoa-PB). A população alvo para o estudo foram os trabalhados de nível superior da ESF (cirurgiões dentistas, médicos e enfermeiros) e os agentes comunitários de saúde. A coleta dos dados foi realizada por uma equipe treinada, que aplicou aos sujeitos da pesquisa um questionário estruturado. Os dados foram submetidos a análise de estatística descritiva e empregados os devidos testes de validação, qui-quadrado e ANOVA. A pesquisa foi aprova pelo comitê de ética e pesquisa da Universidade Federal da Paraíba. RESULTADOS: Os resultados estão apresentados em forma de dois artigos originais, o primeiro: O TRABALHO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM UMA CAPITAL DO NORDESTE BRASILEIRO trata do perfil profissional e das características do trabalho em equipe, encontrando-se uma população em sua maioria feminina, jovem com alto grau de fixação na ESF e satisfação profissional e com predomínio de práticas individuais e desarticuladas. No segundo: CLIMA DE TRABALHO EM EQUIPE E SEUS FATORES ASSOCIADOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE abordou-se o clima de equipe por meio dos resultados da ECE dando origem a um modelo de blocos hierárquicos sobre os fatores que se relacionam as variáveis analisadas e a ECE, apontadno que na realidade estudada observa-se um clima de equipe satisfatório, mas que elementos relacionados ao processo de trabalho, a satisfação e a realização profissional interferem positiva e/ou negativamente com o trabalho colaborativo. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES: Na APS de João Pessoa/Pb, percebe-se avanços e desafios que permeiam o clima de equipe e consequentemente a colaboração interprofissional, os quais estão envoltos ao perfil profissional e ao processo de trabalho das equipes, sendo necessário investimentos em estratégias que venham a qualificar o trabalho e fortalecer as práticas colaborativas.
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TARCISIO ALMEIDA MENEZES
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As Mães Na Produção Do Cuidado À Pessoa Com Deficiência
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Data: 29/07/2021
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Hora: 09:00
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Introdução: Os cuidados às Pessoas com Deficiência (PcD) são atribuições majoritariamente executadas por mulheres, sendo a mãe a principal provedora. Na centralidade desses encargos, impostos culturalmente, as mulheres produzem diversas conexões existenciais para garantia do cuidado do outro, em diferentes contextos, através da articulação de redes institucionais e Redes Vivas. O estudo dos movimentos construídos pelas mulheres, mães de PcD, no exercício do cuidado de si e de seus filhos contribui para o entendimento da tessitura de suas próprias redes de sociabilidades e cuidados. Objetivo: O presente estudo objetiva analisar os agenciamentos para produção de cuidados operados por mães de PcD, na cidade de João Pessoa PB, em suas experiências cotidianas. Método: Para tanto, foi realizada uma cartografia das produções de cuidado dessas mães, a partir de uma abordagem qualitativa, em um estudo do tipo exploratório e analítico. Foram utilizados diversos dispositivos cartográficos, que permitiram o rastreamento das afecções e tensões que o encontro com os outros agenciou para a produção do cuidado a PcD por suas mães, tais como: conversas com mães que têm filhos com deficiência, entrevista virtual em profundidade com uma delas, e o mapeamento por geoprocessamento da rede. Todas as produções foram registradas em diário cartográfico e processadas em grupo de pesquisa. Resultados: O percurso cartográfico resultou em três (03) produtos, sendo eles: (i) uma discussão teórico-metodológica acerca da potência das mães como guias para o estudo de produções de cuidado para seus filhos; (ii) um mapeamento das instituições de saúde, evidenciando acessos e barreiras da rede especializada no atendimento a PcD no Sistema Único de Saúde em João Pessoa; e (iii) a cartografia dos movimentos de uma mãe-guia enquanto efetiva Rede Viva em produção para garantia do cuidado de si e de seu filho com deficiência. Conclusões: Diante do exposto, foi possível aprofundar teórico metodologicamente o conceito-ferramenta mãe-guia para a discussão das redes de cuidados a PcD. Nesse percurso foi evidenciado movimentos entre as redes institucionais e vivas construídos por mães de PcD que são atravessados por diferentes relações de poder. No que se refere às articulações que acontecem para garantia do cuidado operado pelas mães de PcD, observa-se a existência de barreiras territoriais e a potência de produções inventivas de cuidado que não se prendem ao diagnóstico clínico e que em acontecimento vão sendo tecidas, montadas e desmontadas, em um processo vivo.
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DEBORA THAISE FREIRES DE BRITO
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O cuidado de si e do outro: a Saúde do Trabalhador em foco em tempos de pandemia sob o olhar dos profissionais da Estratégia de Saúde da Família
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Data: 29/06/2021
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Hora: 14:00
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A Saúde do Trabalhador (ST) se caracteriza como um campo de práticas político-ideológicas e saberes interdisciplinares que leva em consideração a relação trabalho, saúde e ambiente como determinantes do processo saúde-doença. No âmbito da Atenção Primária a Saúde (APS), as ações em ST ainda se constituem como um desafio para gestores e trabalhadores de saúde, principalmente em tempos de pandemia de COVID-19, que pedem mais vigilância e cuidado a saúde dos trabalhadores do território. Nessa perspectiva, o objetivo do estudo é compreender os significados relacionados aos temas abordados pelos profissionais da Estratégia de Saúde da Família (ESF) sobre a ST em tempos de pandemia. Trata-se de uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa, realizada com 16 profissionais da ESF de João Pessoa, dentre eles médicos, enfermeiros e cirurgiões-dentistas, entre junho e setembro de 2020, por meio da plataforma digital Skype. A técnica de entrevista foi utilizada, sendo orientada por um roteiro semiestruturado. Para a análise de dados, utilizou-se a técnica de Análise de Conteúdo Temática proposta por Bardin. Está pesquisa se integra a um projeto maior intitulado A ST no território da APS: do contexto ao significado para trabalhadores, que teve aprovação pelo Comité de Ética em Pesquisa sob CAEE: 87110318.0.0000.5188. Observou-se que a pandemia contribuiu para o agravamento da precarização do trabalho na ESF e na escassez de ações de promoção, prevenção e vigilância em ST. Os trabalhadores de saúde tiveram que reorganizar os processos de trabalho para enfrentar a pandemia, e a partir de acordos coletivos locais e do apoio das residências médicas e multiprofissionais em saúde, conseguiram autogerir o trabalho. Visando a manutenção da saúde, elaboraram alternativas individuais de sobrevivência para minimizar os impactos que a pandemia impôs em suas dimensões biopsicossociais e espirituais, como monitoramento dos sinais vitais, manutenção de alimentação saudável, prática de exercícios físicos, adesão às medidas de biossegurança de forma assertiva e a prática da espiritualidade. No que tange a atenção à saúde dos usuários-trabalhadores, os profissionais realizaram ações de gerenciamento do risco de infecção por COVID-19, ações de educação em saúde sobre as medidas de prevenção da doença; asseguram a continuidade dos atendimentos e monitoramento dos usuários com doenças crônicas por meio do teleatendimento; e garantiram o afastamento do trabalho aos usuários com COVID-19, por meio dos atestados médicos, ações que contribuíram para minimizar o risco de propagação da doença nos ambiente de trabalho e na comunidade e, sobretudo, garantir a empregabilidade. O estudo possibilitou compreender a realidade vivenciada pelos profissionais da ESF em tempos de pandemia, denotando a necessidade de valorização desse trabalhador, uma vez que tiveram a capacidade de entender as novas demandas e reorganizar o processo de trabalho, a partir da implementação de novas estratégias de cuidado de si e de outros trabalhadores do território de atuação, assegurando assim, a continuidade da atenção a saúde.
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