PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUTOS NATURAIS E SINTÉTICOS BIOATIVOS (PPGPN)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: LUANNA DE OLIVEIRA E LIMA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LUANNA DE OLIVEIRA E LIMA
DATA: 26/09/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório do IPeFarM
TÍTULO: (-)-Carveol: Atividade antifúngica sobre Sporothrix brasiliensis, citotoxicidade, ADMET e Docking molecular
PALAVRAS-CHAVES: Esporotricose, Antifúngicos, Monoterpeno, Fungicida, Toxicidade
PÁGINAS: 74
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Farmácia
RESUMO: A esporotricose é uma infecção fúngica subcutânea causada por fungos pertencentes ao clado clínico de Sporothrix. É considerada uma doença endêmica no Brasil, sendo um importante problema na saúde pública. O fungo tem características saprófitas, logo, é comumente encontrado no solo, e em matérias orgânicas em decomposição. Nos últimos anos, observa-se que a principal forma de transmissão é a zoonótica, que consiste na transmissão dos propágulos fúngicos do animal (principalmente gatos infectados) para o ser humano ou para outros animais. Esta forma favorece a alta presença de S. brasiliensis entre humanos, sendo a espécie mais incidente no país. O tratamento atual apresenta opções escassas, sendo as principais, a solução saturada de iodeto de potássio, itraconazol, terbinafina e anfotericina B, que expressam, como principais problemas, seus efeitos adversos e toxicidade, em alguns casos. Fatores como o aumento de cepas resistentes a estes antifúngicos, o custo e duração prolongada do tratamento e efeitos adversos, têm impulsionado a busca por novas substâncias com atividade antifúngica, e as plantas medicinais e seus fitoconstituintes vem sendo amplamente investigadas nesse sentido. Assim, o objetivo desse estudo foi investigar a atividade antifúngica do monoterpeno (-)-Carveol, apontar alvos moleculares, sua interação medicamentosa com antifúngicos de referência, visualizar sua atuação na célula fúngica e analisar sua toxicidade. Para análise da atividade antifúngica do (-)-Carveol frente S. brasiliensis, foram realizadas a determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) e da Concentração Fungicida Mínima (CFM), análise de interação com sorbitol e ergosterol, análise do efeito em combinação com outros fármacos. Além de avaliar a sua citotoxicidade em células de queratinócitos humano (HaCaT), análise in silico das propriedades farmacocinéticas e toxicológicas ADMET (absorção, distribuição, metabolismo, excreção e toxicidade) e predizer o comportamento das ligações químicas por meio do docking molecular. (-)-Carveol apresentou CIM de 256 µg/mL sobre a maioria das cepas testadas, com caráter fungicida. Os resultados sugerem que esta atividade não ocorre sobre a parede celular fúngica e nem pela complexação do monoterpeno ao ergosterol da membrana fúngica. A associação do (-)-Carveol com o itraconazol apresentou efeito antagonista. A viabilidade celular foi mantida acima de 50% nas concentrações de 256 µg/mL e 512 µg/mL na linhagem celular testada. Nos estudos in silico, (-)-Carveol apresentou baixa probabilidade de interações medicamentosas farmacocinéticas e toxicidade, melhor distribuição nos tecidos e no plasma quando comparado ao itraconazol; bem como não foi hepatotóxico, não apresentou riscos de mutagenicidade, tumorigenicidade, características apresentadas pelo itraconazol. O (-)-Carveol e o itraconazol interagem ligando-se ao sítio ativo da CYP51, porém o itraconazol apresentou prioridade de ligação, e maior afinidade pelo sítio de ligação. O presente estudo demonstra que (-)-Carveol representa uma potencial alternativa no tratamento da esporotricose e no controle de disseminação do fungo, sendo necessários mais estudos que identifiquem seu mecanismo de ação, além de alternativas que melhorem sua citotoxicidade.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1335891 - FELIPE QUEIROGA SARMENTO GUERRA
Externo à Instituição - FILLIPE DE OLIVEIRA PEREIRA
Interno - 1524402 - RICARDO DIAS DE CASTRO