PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUTOS NATURAIS E SINTÉTICOS BIOATIVOS (PPGPN)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: LUCAS NÓBREGA DE OLIVEIRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LUCAS NÓBREGA DE OLIVEIRA
DATA: 27/09/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório do IPeFarM
TÍTULO: A ação tocolítica em ratas de (S)- 8-formil-3’,5-dihidroxi-7-metoxi-6-metil-flavanona e 3’-formil-3,4’,6’- triidroxi-2’-metoxi-5’-metilchalcona, uma mistura de flavonoides obtida das partes aéreas de Piper montealegreanum Yuncker (Piperaceae), envolve modulação de canais de Ca2+ e K+
PALAVRAS-CHAVES: flavonoides, ação tocolítica, canais de potássio, docking molecular.
PÁGINAS: 115
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Farmácia
RESUMO: Várias espécies de Piper são utilizadas popularmente no tratamento da dismenorreia ou para evitar aborto espontâneo. Além disso, uma mistura de flavonoides, contendo (S)-8-formil-3’,5-dihidroxi-7-metoxi-6-metil-flavanona (PMT-1) e 3’-formil-3,4’,6’-trihidroxi-2’-metoxi-5’-metilchalcona (PMT-2), obtida do extrato clorofórmico das partes aéreas de Piper montealegreanum Yuncker (PMTmis), já apresentou atividade espasmolítica em aorta de rato e traqueia de cobaia. Com isso, resolveu-se investigar um possível efeito tocolítico da PMTmis em ratas, caracterizando o seu mecanismo de ação in vitro e in silico. Nos ensaios in vitro, após a eutanásia das ratas, o útero era montado em cubas de banho para órgãos isolados e as contrações isométricas foram avaliadas (n = 5). Nos ensaios in silico, a PMT-1 e a PMT-2 foram submetidas a docking molecular usando o PubChem, com foco em canais de Ca2+ dependentes de voltagem (CaV), canais de K+, incluindo os dependentes de voltagem (KV) e os ativados por Ca2+ de grande condutância (BKCa). Esses canais foram comparados com nifedipino, 4-aminopiridina (4-AP) e tetraetilamônio (TEA+), respectivamente, obtidos do Protein Data Bank, utilizando valores energéticos como referência. Todos os protocolos experimentais foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais da UFPB (Certidão 7660011018). E foi observado que a PMTmis induziu relaxamento equipotente no útero de ratas pré-contraído com KCl (CE50 = 63,9 ± 7,6 µg/mL) e com ocitocina (CE50 = 49,2 ± 8,8 µg/mL), sugerindo que a PMTmis pode exercer seu efeito tocolítico através de um mecanismo comum entre as duas vias, como os CaV. Para confirmar essa hipótese, foram realizadas curvas cumulativas ao CaCl2 em meio despolarizante nominalmente sem Ca2+ na ausência e na presença da PMTmis (3, 9, 27 e 81 µg/mL). Observou-se um desvio da curva controle para a direita, com redução da potência espasmogênica nas concentrações de 9, 27 e 81 µg/mL (CE50 = 8,5 ± 1,5, 12,7 ± 3,6 e 12,5 ± 1,7 x 10-4 M, respectivamente), entretanto a inibição máxima foi atingida com 27 µg/mL (Emax = 45,1 ± 4,4%), indicando que o bloqueio do influxo de Ca2+ através dos CaV parece ser indireto ou não ser o principal mecanismo tocolítico da PMTmis. Investigou-se também o efeito da PMTmis na presença de cloreto de césio, um bloqueador não seletivo de canais de K+, observando-se um desvio da curva controle de relaxamento da PMTmis para a direita, com redução da potência tocolítica (CE50 = 206,2 ± 52,6 µg/mL), sugerindo uma modulação positiva dos canais de K+ no efeito tocolítico da PMTmis. Para identificar quais os subtipos de canais de K+ envolvidos, foram utilizados bloqueadores seletivos. A potência tocolítica de PMTmis foi reduzida na presença de 4-AP (CE50 = 101,4 ± 11,8 µg/mL), glibenclamida (CE50 = 143,0 ± 23,3 µg/mL) e TEA+ (CE50 = 218,8 ± 39,4 µg/mL), sugerindo a participação dos KV, KATP e BKCa, respectivamente. Nos estudos in silico, os resultados corroboraram os ensaios in vitro para o bloqueio dos CaV, com a PMT-1 e PMT-2 apresentando valores energéticos de ligação (kcal/mol) mais negativos (-8,163 e -8,013) em comparação com o nifedipino (-8,030). Para os canais de K+, a PMT-1 e a PMT-2 (-6,677 e -6,602) exibiram valores de ligação em comparação com o 4-AP (-6,247) e o TEA+ (-6,722), com a PMT-1 e PMT-2 apresentando valores mais favoráveis (-7,292 e -7,144). Portanto, tanto os estudos in vitro como in silico sugerem que o mecanismo de ação tocolítica da PMTmis parece envolver a modulação positiva dos canais KV, KATP e BKCa, levando a uma repolarização da membrana e, indiretamente, a uma modulação negativa dos canais CaV no útero de ratas.
MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1859718 - CAMILLE DE MOURA BALARINI
Presidente - 2337274 - FABIANA DE ANDRADE CAVALCANTE OLIVEIRA
Interno - 1524402 - RICARDO DIAS DE CASTRO