CCHLA - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
- Teléfono/Extensión
-
No Informado
Noticias
Banca de DEFESA: MARÍLIA PEREIRA DUTRA
Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARÍLIA PEREIRA DUTRA
DATA: 31/07/2024
HORA: 09:30
LOCAL: ONLINE - GOOGLE MEET
TÍTULO: O PAPEL DE DIFERENTES VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS SOBRE A AGRESSÃO
PALAVRAS-CHAVES: Agressão; Empatia; Julgamento Moral; Mediação, Adultos.
PÁGINAS: 168
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO: Pesquisas recentes indicam que a agressão tem aumentado, configurando-se em uma problemática social que precisa ser atenuada. Para a proposição de estratégias de enfrentamento a agressão, é necessário compreender como diferentes variáveis psicológicas podem estar relacionadas a esse comportamento. Uma variável que tem sido sugerida como possível redutora da agressão é a empatia. Entretanto, estudos recentes demonstram que a capacidade empática pode funcionar tanto como inibidora, quanto como facilitadora da agressão. Para compreender como é a relação entre a empatia e a agressão, além de verificar que outras variáveis poderiam estar interferindo nessa relação, foi que essa tese foi construída. A primeira pesquisa, que compõe o primeiro capítulo da tese, teve como objetivo realizar uma revisão sistemática sobre a relação entre empatia e agressão com participantes de diferentes faixas etárias nos anos de 2010 a 2020. Os resultados desse estudo demonstraram que a força da relação entre a empatia e a agressão era, predominantemente, fraca. Além de que variáveis relacionadas a moralidade e a fatores sociais poderiam estar interferindo nessa relação. Diante desses resultados e partindo da teoria de M. Hoffman sobre a relação entre julgamento moral e empatia, levantou-se a hipótese que o julgamento moral poderia funcionar como mediadora da relação entre empatia e agressão. Para investigar essa hipótese, foram conduzidas mais duas pesquisas. A primeira pesquisa, referente ao segundo capítulo desta tese, foi desenvolvida por meio de dois estudos que tratam do processo de construção e verificação das evidências de validade e confiabilidade de instrumentos para mensurar níveis de julgamento moral, empatia e agressão, frente a um caso da vida real. O primeiro estudo foi composto por 2 grupos: 5 juízes especialistas que fizeram uma análise de conteúdo dos itens das escalas propostas e 32 participantes da população geral. Os dois grupos de participantes avaliaram as seguintes escalas: Instrumento de Avaliação do Julgamento Moral com base em um Dilema da Vida Real - Caso Henry (IJMCH), Escala de Sentimentos empáticos frente ao Caso Henry (ESECH), Escala de empatia afetiva e cognitiva frente ao Caso Henry (EEACCH) e Medida de agressão frente ao Caso Henry (MACH). Os resultados da análise do Coeficiente de Validade de Conteúdo (CVC) indicaram que todas as medidas construídas apresentaram valores adequados. No segundo estudo, participaram 300 adultos com idades de 18 a 78 anos (M= 32,7; DP = 12,3), que responderam aos instrumentos mencionados no primeiro estudo, além de outros três instrumentos já validados no Brasil, considerando a realização da validade convergente. Com os instrumentos finalizados e adequados para medir as variáveis de interesse, a última e principal pesquisa da tese, explicitada no capítulo 3, buscou investigar o papel do julgamento moral na relação entre empatia e agressão. Participaram da terceira e última pesquisa, 1023 adultos brasileiros, majoritariamente do sexo feminino, com idades variando de 18 a 75 anos (Midade= 29,96; DP = 11,20). Estes participantes responderam ao IJMCH, a ESECH, a EEACCH, a MACH e a um questionário sociodemográfico. Para atingir o objetivo proposto foram realizadas análises de regressão e análises de mediação utilizando o software Jamovi (versão 2.3.28). Essas análises demonstraram que a raiva empática (β = -0,052; p = 0,011), a empatia cognitiva pelo agressor (β = 0,062; p = 0,001) e a empatia afetiva pelo agressor (β = 0,050; p = 0,011) foram preditoras significativas do julgamento moral. Ademais, as análises de mediação evidenciaram que o julgamento moral media parcialmente as relações: entre raiva empática e agressão, aumentando a agressão quando impactado pelo aumento da raiva empática; e entre empatia cognitiva pelo agressor e agressão e empatia afetiva pelo agressor e agressão, reduzindo a agressão quando impactado pelo aumento da empatia cognitiva e/ou afetiva pelo agressor. Outra análise feita, a do modelo integrativo com as variáveis que foram mediadas significativamente pelo julgamento moral evidenciou que, quando analisados em conjunto, o julgamento moral se mantinha como mediador apenas da relação entre raiva empática e agressão. Em conjunto, os resultados da tese demonstram que o julgamento moral explica parte da relação entre empatia e agressão, entretanto, de forma complexa e ambivalente, pois quando combinado com a empatia cognitiva e afetiva pelo agressor, promove menor agressão, mas quando associado à raiva empática pode aumentar a agressão. Com base nesses resultados, sugere-se que as intervenções destinadas à redução da agressão, por meio do desenvolvimento da empatia e do julgamento moral, sejam cuidadosamente planejadas para evitar a promoção da raiva empática, a qual pode, inadvertidamente, incitar comportamentos agressivos.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 329304 - CLEONICE PEREIRA DOS SANTOS CAMINO
Interno - 1492368 - LILIAN KELLY DE SOUSA GALVAO
Interno - 3212546 - ROMULO LUSTOSA PIMENTEIRA DE MELO
Externo à Instituição - Leonardo Rodrigues Sampaio
Externo à Instituição - PABLO VICENTE MENDES DE OLIVEIRA