CCHLA - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Banca de QUALIFICAÇÃO: JOSEFA WANILLA DA COSTA MEDEIROS
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOSEFA WANILLA DA COSTA MEDEIROS
DATA: 18/11/2024
HORA: 00:00
LOCAL: Auditório 412 CCHLA
TÍTULO: AVALIANDO A SAÚDE MENTAL DE MINORIAS ÉTNICO RACIAIS: EXPLORANDO FATORES DE RISCO E DE PROTEÇ
PALAVRAS-CHAVES:
RESUMO: INTRODUÇÃO: O preconceito étnico-racial é um problema severo no Brasil, com
inúmeros casos sendo reportados quase que diariamente. Apesar da elevada incidência e graves consequências para a saúde dos que sofrem com tal preconceito, há uma lacuna na literatura explorando os efeitos que esse tipo de agressão pode ter para as vítimas e os recursos psicológicos que podem se configurar como fatores de proteção, mitigando os seus efeitos.
OBJETIVO: Nesta direção, o presente estudo tem como objetivo reunir e integrar evidências sobre o impacto do racismo no desfecho da saúde mental (e.g., ansiedade, depressão, estresse e uso de álcool) de minorias étnico-raciais, bem como explorar a construção e compreensão da identidade étnico-racial validando um instrumento para o contexto brasileiro. Ademais, será testado o papel moderador que a identidade étnico- racial pode ter, atuando como fator de proteção para a saúde mental, reduzindo os efeitos adversos causados pelo racismo para a saúde mental das vítimas.
METODOLOGIA E RESULTADOS PARCIAIS: Para tanto, a presente dissertação foi dividida em três estudos. Primeiramente, através de uma revisão de escopo, foram mapeados estudos nacionais e internacionais dos últimos cinco anos (nas plataformas BVS-Lilacs, PubMed, PsycNet e Scielo) sobre os efeitos do racismo em fatores como ansiedade, depressão, estresse e uso de substâncias. Dentre os resultados, a pesquisa identificou que a produção científica brasileira sobre a temática é escassa e que os efeitos
do racismo na saúde mental se apresentam em diferentes contextos e espaços, como: família, escola, redes sociais, mercado de trabalho e acesso ao atendimento clínico, exacerbando problemas de saúde mental, especialmente entre jovens adultos. Mulheres negras, em particular, são afetadas por microagressões que combinam racismo e sexismo, resultando em baixa autoestima e saúde mental fragilizada.
Complementarmente, com o intuito de compreender a identidade étnico-racial no Brasil, o segundo estudo foi subdividido em duas partes: a primeira parte se tratando da validação psicométrica da Cross Ethnic-Racial Identity Scale Adult (CERIS-A) em uma amostra de 727 brasileiros racialmente diversos, com idades variando de 18 a 73 anos (M = 26; DP = 9,95). Verificou-se, com a Análise Fatorial Confirmatória (AFC), que o modelo baseado na estrutura de sete dimensões apresentou bons índices de ajustamento e se adaptou com adequada fidedignidade aos dados da amostra (푥2/gl = 3,29; CFI = 0,98; TLI = 0,97; RMSEA = 0,064).
A segunda parte desse segundo estudo contou com uma amostra de 415 participantes racialmente diversos, membros da população brasileira geral, com idades variando de 18 a 71 anos (M = 27; DP = 13,23). Para um maior refinamento e melhor aplicação do instrumento, foi proposta uma análise de Teoria de Reposta ao Item (TRI) a partir da observação das cargas fatoriais encontradas. A partir dessa análise, foram selecionados os dois itens mais informativos de cada um dos fatores e obteve-se uma versão mais curta do instrumento.
Após a TRI, foi feita uma nova Análise Fatorial Confirmatória para a versão atual da escala, que também apresentou resultados que apoiam a adequação da estrutura de sete fatores da escala à amostra brasileira (푥2/gl = 0,54; CFI = 1,00; TLI = 1,01; RMSEA = 0,00). Os resultados revelam que a CERIS-A é uma medida válida, precisa e consistente, indicando estabilidade e confiabilidade para avaliar a identidade étnico-racial.
O terceiro e último estudo, que se encontra em andamento, conta até este momento com 416 participantes para atender ao objetivo principal desta dissertação, que será o de verificar o papel moderador da identidade na relação entre sofrer racismo e consequências para a saúde mental das vítimas.
CONCLUSÃO: Apesar dos casos e de o tema ser frequentemente debatido, as evidências empíricas são escassas no Brasil. Portanto, conclui-se que os resultados provenientes da execução da presente proposta poderão oferecer ferramentas para embasar intervenções pautadas no fortalecimento e promoção de saúde da população afetada.
Palavras-chave: Racismo; saúde mental; medida; identidade étnico-racial.
Referências
Camino, L., Silva, P., Machado, A. & Pereira, C. (2001). A face oculta do racismo no Brasil: uma análise psicosociológica. Revista de Psicologia Política, 1, 13-36.
Costa, A. S. & Souza, E. M. F. (2021). Um olhar sobre a construção da identidade étnico- racial no município de Guanambi - Bahia. Seminário Gepráxis, v. 8, n. 9, p. 1-12. Góis, J. B. H. & Souza, S. C. (2023). Grupos minoritários: histórias, lutas e políticas
públicas. MC&G Editorial.
Nascimento, A. R. & Alves, F. B. (2020). Vulnerabilidade de grupos minoritários entre
cenários de crise e proteção de direitos. Revista da Faculdade de Direito do Sul de Minas, v. 36, n.2:363-388.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1339707 - RENAN PEREIRA MONTEIRO
Interno - 3212546 - ROMULO LUSTOSA PIMENTEIRA DE MELO
Externo ao Programa - 3089871 - MANUELLA CASTELO BRANCO PESSOA