CCHLA - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Banca de QUALIFICAÇÃO: MARIA GABRIELA VICENTE SOARES
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA GABRIELA VICENTE SOARES
DATA: 19/10/2024
HORA: 09:40
LOCAL: Auditório do CCHLA
TÍTULO: EXAUSTÃO PARENTAL E CONTROLE DO USO DE TELAS: ESTUDO
COMPARATIVO ENTRE MÃES DE CRIANÇAS AUTISTAS E EM
DESENVOLVIMENTO TÍPICO
PALAVRAS-CHAVES: Exaustão Parental, Uso de Telas, Transtorno do Espectro Autista.
PÁGINAS: 100
RESUMO: A exaustão parental, marcada por uma sobrecarga física, cognitiva e emocional no
cuidado dos filhos, pode ser exacerbada em contextos de filhos com Transtorno do
Espectro Autista (TEA), em que as demandas comportamentais, emocionais e de
desenvolvimento são elevadas, exigindo recursos adaptativos dos pais (Leineweber,
Falkenberg & Albrecht, 2018; Johansson, Nordström & Svensson, 2020). No caso das
famílias de crianças com TEA, a necessidade de suporte contínuo pode intensificar a
sobrecarga dos cuidadores, tornando-os mais suscetíveis à exaustão e elevando o risco de
burnout parental em casos graves (Gillis & Roskam, 2019). Nesse contexto, o uso
excessivo de telas pelas crianças pode ser uma problemática relevante, visto que, pais
exaustos tendem a recorrer a dispositivos digitais para entreter os filhos e obter momentos
de descanso, especialmente as mães, para quem os índices de exaustão são geralmente
mais altos devido ao maior envolvimento nas tarefas de cuidado (Giallo et al., 2013;
Mikolajczak et al., 2018; Mikolajczak, Gross & Roskam, 2019). No entanto, as diretrizes
da Organização Mundial da Saúde recomendam que crianças menores de dois anos não
sejam expostas a telas, enquanto para aquelas entre 2 e 4 anos, o tempo de tela não deve
ultrapassar uma hora por dia (World Health Organization, 2019). Além disso, estudos
apontam que o uso excessivo de telas tem efeitos adversos no desenvolvimento
socioemocional e cognitivo, especialmente em crianças com TEA, que apresentam maior
vulnerabilidade a estímulos visuais repetitivos e padrões de uso disfuncionais (Giallo et
al., 2013; Mikolajczak et al., 2018). A exposição frequente a telas pode contribuir para
dificuldades de interação social e aumento de comportamentos repetitivos, reforçando a
necessidade de moderação no uso de dispositivos e alternativas de manejo que favoreçam
o desenvolvimento integral. Neste contexto, o objetivo da dissertação é examinar a
relação entre a exaustão parental de mães e o uso de telas pelos filhos, comparando mães
de crianças com TEA e mães de crianças com desenvolvimento típico. A dissertação está
composta por uma introdução geral, três capítulos, sendo o primeiro teórico, o segundo
(Artigo 01) focado na construção da Escala de Exaustão Parental e o terceiro (Artigo 02),
atualmente em construção, que busca verificar as relações entre as variáveis apresentadas
para desvendar o objetivo principal da pesquisa. No artigo 01, o primeiro estudo incluiu
validação de conteúdo e uma Análise Fatorial Exploratória (AFE) para evidências
preliminares de validade. A amostra foi selecionada por conveniência, de forma não
probabilística, e contou com a participação de 306 mães (90,8%) e pais (9,2%)
autodeclarados como principais cuidadores de seus filhos, com idades entre 18 e 62 anos
(M = 36,21; DP = 8,12), possuindo entre 1 e 5 filhos (M = 1,64; DP = 0,83), sendo a
maioria com ensino superior completo (51,6%). Para a etapa de validação de conteúdo,
colaboraram três doutores especialistas (idade entre 38 e 43 anos, majoritariamente
mulheres, 66%) e 21 pessoas do público-alvo (idades entre 21 e 50 anos, M = 34,3; DP =
8,0), com predominância feminina (85,7%) e com especialização completa (38,1%)..
Uma análise paralela confirmou um modelo unifatorial, desafiando a hipótese inicial de
que a exaustão parental se organizava em fatores de exaustão física, cognitiva e emocional,
sugerindo que essas dimensões coexistem sem se discriminarem em construtos
específicos (Ferraz et al., 2024; Giallo et al., 2013; Sandström et al., 2011). No segundo
estudo do primeiro artigo, para a Análise Fatorial Confirmatória (AFC), a amostra foi
composta por 316 participantes, com idades entre 18 e 63 anos (M = 38,25; DP = 7,56) e
de crianças entre 2 e 17 anos (M = 8,78; DP = 3,47), sendo a maioria com 1 a 6 filhos (M
= 1,83; DP = 0,90). Como resultado, um modelo bifactor indicou um ajuste robusto, com
CFI de 1,000 e RMSEA de < 0,001. Além disso, as cargas fatoriais do fator geral de
exaustão foram maiores do que a dos fatores específicos demonstrando que o fator geral
de exaustão tem maior capacidade de explicar os itens do que os fatores específicos. Esses
achados, sugerem que intervenções que abordem a exaustão de forma integrada são
fundamentais para reduzir o impacto negativo da exaustão e incentivar práticas de
cuidado que priorizem o desenvolvimento saudável, especialmente para crianças com
TEA. O segundo artigo, que está em construção, conta com a participação de 200 mães,
sendo 100 mães de crianças em desenvolvimento típico e 100 mães de crianças com
Transtorno do Espectro Autista, com idades entre 23 e 58 anos (M = 36,9; DP = 6,50). As
crianças, com idades entre 5 e 11 anos (M = 7,65; DP = 2,17), são a base do estudo, cujas
análises visam elucidar as relações entre a exaustão parental e o uso de telas pelos filhos.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3212546 - ROMULO LUSTOSA PIMENTEIRA DE MELO
Interno - 2014467 - CARLOS EDUARDO PIMENTEL
Externo à Instituição - POLLYANA DE LUCENA MOREIRA