CCHLA - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Banca de DEFESA: JOSEFA WANILLA DA COSTA MEDEIROS
Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOSEFA WANILLA DA COSTA MEDEIROS
DATA: 27/03/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Sala virtual https://meet.google.com/jyd-ocjj-rqr
TÍTULO: ENTRE PERTENCIMENTO E VULNERABILIDADE: EXPLORANDO A
IDENTIDADE ÉTNICO-RACIAL E SUA RELAÇÃO COM A SAÚDE MENTAL DE
GRUPOS MINORIZADOS
PALAVRAS-CHAVES: Racismo; saúde mental; identidade étnico-racial.
PÁGINAS: 140
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO: A presente dissertação objetivou reunir e integrar evidências sobre o impacto do racismo na
saúde mental de minorias étnico-raciais, bem como adaptar para o contexto brasileiro uma
escala de identidade étnico-racial. Para tanto, esta se estrutura em três artigos. No primeiro
artigo, por meio de uma revisão de escopo, foram mapeados estudos nacionais e internacionais
dos últimos cinco anos (BVS-Lilacs, PubMed, PsycNet e Scielo) sobre os efeitos do racismo
em fatores como ansiedade, depressão, estresse e uso de substâncias. Dentre os resultados,
identificou-se que a produção brasileira de estudos empíricos e quantitativos nas bases de dados
científicas sobre a temática é escassa, e que os efeitos do racismo na saúde mental se
apresentam em diferentes contextos e espaços, como: família, escola, redes sociais, mercado
de trabalho e acesso ao atendimento clínico, exacerbando problemas de saúde mental,
especialmente entre jovens adultos. Mulheres negras, em particular, são afetadas por
microagressões que combinam racismo e sexismo, resultando em baixa autoestima e saúde
mental fragilizada. No segundo artigo, com o intuito de compreender a identidade étnico-racial
no Brasil e como ela poderia amortecer os impactos do racismo, adaptou-se para o Brasil a
Cross Ethnic-Racial Identity Scale Adult (CERIS-A). Este artigo foi dividido em três estudos,
sendo que no primeiro (N = 727) verificou-se que a estrutura de sete fatores da escala
apresentou ajuste adequado do modelo aos dados (푥²/gl = 3,29; CFI = 0,98; TLI = 0,97;
RMSEA = 0,064), além de serem selecionados os dois itens mais informativos de cada fator
(via Teoria de Resposta ao Item) para compor uma versão reduzida da escala, testada no
segundo estudo (N = 415), onde foi realizada uma nova Análise Fatorial Confirmatória para a
versão atual da escala, que também apresentou resultados que apoiam a adequação da estrutura
de sete fatores da escala à amostra brasileira (푥²/gl = 0,54; CFI = 1,00; TLI = 1,01; RMSEA =
0,00). O terceiro estudo do segundo artigo (N = 1.179) observou o funcionamento da CERIS-
A para os diferentes grupos (i.e. brancos, pardos e pretos) através da análise de invariância,
bem como comparou as médias de cada grupo (ANOVA) para cada fator da escala. Os
resultados revelam que a CERIS-A é uma medida válida, precisa e consistente para os
diferentes grupos, indicando confiabilidade para avaliar a identidade étnico-racial. O grupo de
participantes pretos pontuou maiores escores em auto-ódio, antidominância, etnocentrismo e
saliência étnico-racial. O terceiro e último artigo contou com 348 participantes racialmente
diversos, com idades variando de 18 a 67 anos (M = 26; DP = 9,14) para atender ao objetivo
principal desta dissertação, que foi o de verificar o papel moderador da identidade na relação
entre sofrer racismo e consequências para a saúde mental das vítimas. Os resultados indicam
que tanto a maior pontuação na percepção de racismo sofrido quanto as pontuações na escala
de identidade têm efeitos diretos nos desfechos de saúde mental; porém, ao se testar a interação
entre as duas as variáveis, houve moderação significativa apenas de alguns estágios (fatores)
da identidade nas relações entre racismo percebido e ansiedade e racismo percebido e estresse
pós-traumático (mas não nos desfechos de depressão, e uso de álcool); sendo que a ansiedade
e o TEPT eram amenizados pela baixa identidade étnico-racial (assimilação) e pelos níveis
intermediários (antidominância). No geral, conclui-se que o presente estudo poderá contribuir
para aprofundar o conhecimento das evidências empíricas sobre os efeitos do racismo na saúde
mental, bem como oferecer ferramentas que tornem possível pensar intervenções pautadas no
fortalecimento e promoção de saúde da população afetada.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1339707 - RENAN PEREIRA MONTEIRO
Interno - 3212546 - ROMULO LUSTOSA PIMENTEIRA DE MELO
Externo à Instituição - BRUNA DA SILVA NASCIMENTO