CCHLA - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: EDSON FELIPE VIEIRA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: EDSON FELIPE VIEIRA SILVA
DATA: 20/08/2025
HORA: 10:30
LOCAL: Auditório 412
TÍTULO: ENTRE LIKES E CICATRIZES: O IMPACTO DAS REDES SOCIAIS NA SAÚDE MENTAL LGBTQIAP+
PALAVRAS-CHAVES: Palavras-chave: LGBTQUIAP+; Redes Sociais; Saúde Mental; Mídia.
PÁGINAS: 83
RESUMO: Na era digital, as mídias sociais representam um paradoxo para a comunidade LGBTQIAP+, funcionando simultaneamente como refúgios de acolhimento que fortalecem a identidade e como arenas de hostilidade que causam adoecimento psicológico (Rezende & Silva, 2023). Para analisar essa dualidade, o Modelo Geral da Aprendizagem (GLM) (Buckley & Anderson, 2006) e a Teoria do Estresse de Minoria (Meyer, 2003) são essenciais. O GLM explica como a exposição à mídia afeta o comportamento a curto (ciclo proximal) e longo prazo (ciclo distal) (Buckley & Anderson, 2006), enquanto a Teoria do Estresse de Minoria foca no impacto do preconceito em grupos estigmatizados (Meyer, 2003). A integração das teorias evidencia que cada interação online é um “ciclo proximal”: conteúdos positivos podem mitigar o estresse de minoria, mas a exposição repetida a hostilidades alimenta um “ciclo distal” de aprendizado negativo, reforçando o estresse e resultando em ansiedade e depressão. Portanto, compreender essa dinâmica é vital para desenvolver intervenções eficazes, como letramento digital, representatividade positiva e moderação de conteúdo mais robusta, a fim de construir plataformas mais seguras e inclusivas. Esta dissertação investiga o impacto das redes sociais na saúde mental da comunidade LGBTQIAP+ por meio de cinco estudos, todos aprovados por um Comitê de Ética. O Estudo 1 versa sobre o desenvolvimento e analise exploratória da Escala de Engajamento Social Online (EESO), contendo 22 itens, baseada em um questionário anterior que media somente a frequência de uso, mas o aprimora ao adicionar dois novos fatores: a Interação Social, que avalia o envolvimento ativo (como conversar, curtir e compartilhar), e o Engajamento Passivo, que mede o consumo de conteúdo sem interação direta (como apenas observar e ler). Para avaliar a estrutura da Escala de Engajamento Social Online, foi conduzida uma Análise Fatorial Exploratória (AFE) no software FACTOR. A análise utilizou métodos estatísticos consagrados na literatura (matriz policórica, extração RDWLS) e a Análise Paralela para determinar o número de fatores. A qualidade do modelo foi verificada pelos índices de ajuste RMSEA, CFI e TLI, seguindo critérios da literatura. A pesquisa contou com 608 indivíduos (M = 28,08; DP = 9,637), com maioria de mulheres (61,3%). Foi conduzida uma AFE dos 22 itens propostos, para avaliar a estrutura fatorial da ESO, usando a Análise Paralela como decisão para o número de fatores, indicando uma estrutura trifatorial, com variação de cargas fatoriais de 0,44 a 0,87, apresentando dois itens com carga fatorial cruzadas que foram suprimidos, com os índices de ajuste satisfatórios (CFI = 0,972; TLI = 0,962; RMSEA = 10 Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social 0,057) e a fidedignidade composta acima de 0,80 para os três fatores. A medida de replicabilidade da estrutura fatorial H-index, mostrou-se adequada (H > 0,8) para todos os fatores. Esses achados indicam que o instrumento é psicometricamente robusto, mas é importante mais estudos de validação.. O Estudo 2 corroborou a estrutura da EESO, estrutura tridimensional apresentou resultados de ajuste adequado, os índices de CFI, TLI e SRMR suportaram o modelo. O estudo foi composto por 203 indivíduos, com média de idade 27,60 anos (DP = 8,910). Ao testar o modelo de 12 itens, contendo os 4 itens com maior carga fatorial por fator, houve uma melhoria em todos os índices de ajuste, incluindo o RMSEA, no qual o modelo original (CFI=0,986; TLI=0,984; SRMR=0,073; RMSEA=0,25 |0,000 - 0,042|), o modelo proposto com 4 itens por fator (CFI=1,000; TLI=1,030; SRMR=0,053; RMSEA=0,00 |0,000 - 0,017|). No Estudo 3 observou-se a invariância fatorial da EESO, o estudo conta com 260 participantes, divididos igualmente entre os gêneros (M = 27,45; DP = 9,877). A partir da Análise Fatorial Confirmatória Multigrupo realizada no Jasp, utilizando o método de extração DWLS, os resultados apontaram para: Invariância Configural (RMSEA = 0,000 |0,000 -0,039|; SRMR = 0,074; TLI = 1,012; CFI = 1,000), métrica (RMSEA = 0,000 |0,000 - 0,043|; SRMR = 0,080; TLI = 1,004; CFI = 1,000; ΔCFI = 0,000), e escalar (RMSEA = 0,000 |0,000 - 0,041|; SRMR = 0,076; TLI = 1,005; CFI = 1,000; ΔCFI = 0,000). As análises multigrupo confirmaram a invariância configural, métrica e escalar, garantindo a equivalência do instrumento entre os grupos. Isso assegura que o construto latente é percebido e mensurado homogeneamente. O Estudo 4, ainda em desenvolvimento, visa analisar o impacto do uso de redes sociais na saúde mental da comunidade LGBTQIAP+. A pesquisa envolveu 608 participantes, majoritariamente mulheres jovens, brancas e de classe baixa. Utilizando diversas escalas validadas para medir engajamento online , exposição à mídia , depressão, ansiedade, estresse , autoestima e satisfação com a vida. Os resultados preliminares, analisados com o software JASP, indicam que maior frequência de uso das redes sociais e maior exposição à mídia negativa estão associadas a níveis mais altos de estresse, ansiedade e depressão, e a níveis mais baixos de autoestima e satisfação com a vida. Por fim, o Estudo 5, que se encontra em desenvolvimento.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2014467 - CARLOS EDUARDO PIMENTEL
Interno - 3212546 - ROMULO LUSTOSA PIMENTEIRA DE MELO
Externo à Instituição - RICARDO NEVES COUTO