CCS - PROGRAMA ASSOCIADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA (PPGFON)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Banca de DEFESA: JESSYCA PORTO SANTANA
Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JESSYCA PORTO SANTANA
DATA: 26/03/2025
HORA: 16:00
LOCAL: SALA 810 DO CCS - BLOCO ARNALDO TAVARES - LIEV
TÍTULO: OBSTRUÇÃO NASAL E REFLUXO LARINGOFARÍNGEO: RELAÇÕES COM PARÂMETROS PERCEPTIVO-AUDITIVOS, ACÚSTICOS, LARÍNGEOS, AERODINÂMICOS E DE AUTOAVALIAÇÃO VOCAL.
PALAVRAS-CHAVES: obstrução nasal; disfonia; voz; desordens vocais, refluxo laringofaringeo.
PÁGINAS: 115
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Fonoaudiologia
RESUMO: Introdução: Distúrbios vocais podem ser causados por uma série de fatores, incluindo condições como a obstrução nasal (ON) e o refluxo laringofaríngeo (RLF). A ON, que pode ser provocada por fatores anatômicos ou inflamatórios, afeta a ressonância vocal, devido a dificuldade da passagem do ar pelas cavidades nasais. Isso leva a um esforço compensatório na laringe, o que pode gerar tensão muscular, cansaço vocal e até disfonias funcionais. Além disso, alterações nos parâmetros acústicos, como instabilidade na frequência fundamental, jitter e shimmer, são comuns em indivíduos com ON. O RLF, por sua vez, ocorre quando o conteúdo gástrico sobe até a laringe e a faringe, causando inflamação nas pregas vocais. Essa exposição contínua ao ácido pode levar a edema, espessamento da mucosa e prejudicar a vibração das pregas vocais, resultando em rouquidão, perda de qualidade vocal e dificuldades na projeção da voz. O refluxo também afeta os parâmetros acústicos, alterando a frequência vocal, a estabilidade do jitter e shimmer, e a relação harmônico-ruído (HNR), o que contribui para uma voz mais áspera e instável. Objetivo: analisar as relações entre a obstrução nasal (ON) e o refluxo laringofaríngeo (RLF) com as características laríngeas, parâmetros perceptivo-auditivos, acústicos, aerodinâmicos e de autoavaliação vocal. Método: Este é um estudo transversal e descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, que investiga a relação entre obstrução nasal (ON) e refluxo laringofaríngeo (RLF) com parâmetros vocais. A amostra foi composta por 88 participantes (41 masculinos e 47 femininos), com idade média de 32,46 anos, divididos em grupos: com ON e sem ON; com RLF e sem RLF. A seleção dos participantes seguiu critérios de elegibilidade e foi realizada por meio da técnica de amostragem Snow Ball. Na fase de coleta de dados, os participantes responderam a questionários sobre sintomas nasais e vocais, incluindo a Escala de Sintomas Vocais (ESV), Escala de Sintomas de Obstrução Nasal (NOSE) e Escala de Desconforto do Trato Vocal (EDTV). Foram realizadas também nasofibroscopia flexível e videolaringoestroboscopia, para verificar a presença de alterações anatômicas ou inflamatórias nas vias respiratórias superiores e na laringe. A coleta das amostras vocais foi dividida em duas partes realizadas no mesmo dia. Na primeira, as amostras foram analisadas quanto ao julgamento perceptivo-auditivo e extração de medidas acústicas, utilizando o software Fonoview e o Praat. Na segunda, foram coletadas medidas aerodinâmicas (como pressão subglótica, taxa de fluxo médio de ar e resistência glótica) por meio do software Aeroview e máscara de fluxo de Rothenberg. Resultados: Em relação a análise estatística entre os grupos com ON e sem ON, houve diferença significativa nos valores da Escala NOSE (0,025) e PAH Psub Average (0,04). Comparando o escore NOSE dos grupos com e sem ON com os demais parâmetros analisados (presença de desvio vocal, disfonia, desordem laríngea, a classificação da ESV, presença de lesão de bordo livre e de compressão laríngea) não houve diferença estatística entre os dois grupos. Já em relação ao escore NOSE e os escores da ESV, EDTV-F e EDTV-I, houve correlação positiva fraca.No que diz respeito ao RGE, houve uma tendência de associação entre RGE e disfonia (p=0,054), mas não alcançou significância estatística. Houve associação entre RGE e tabagismo (p=0,004). Comparando indivíduos com RGE e sem sinais de RGE em relação às variáveis relacionadas à voz e à função laríngea, o grupo com RGE apresentou associação significativa com alteração do escore da ESV, tempo de fechamento glótico e pressão subglótica. Conclusão: O conhecimento acerca das diferenças laríngeas, perceptivo-auditivas, medidas aerodinâmicas e de desconforto vocal em pacientes com ON e/ou RLF pode se constituir em uma informação clínica relevante para a conduta médica e fonoaudiológica. Tais achados podem favorecer o diagnóstico e o tratamento da ON e do RLF em populações de risco para o desenvolvimento dos distúrbios da voz, assim como nos estágios iniciais do tratamento de pacientes disfônicos.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1668545 - ANNA ALICE FIGUEIREDO DE ALMEIDA QUEIROZ
Externo ao Programa - 3440916 - ERICH CHRISTIANO MADRUGA DE MELO
Presidente - 2634755 - LEONARDO WANDERLEY LOPES