CCS - PROGRAMA ASSOCIADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA (PPGFON)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Notícias
Banca de DEFESA: TALIANE ROCHA BALBINO
Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: TALIANE ROCHA BALBINO
DATA: 08/08/2025
HORA: 14:00
LOCAL: online via GoogleMeet
TÍTULO: Eficácia da ultrassonografia terapêutica associada a terapia miofuncional orofacial no tratamento da disfunção temporomandibular
PALAVRAS-CHAVES: Ultrassom terapêutico; Transtornos da articulação temporomandibular; Dor facial; Fatores Psicossociais; Ansiedade; Estresse Psicológico; Hábitos Orais.
PÁGINAS: 128
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Fonoaudiologia
RESUMO: ARTIGO 1 - Introdução: A disfunção temporomandibular (DTM) é um conjunto de condições
que afeta a articulação temporomandibular (ATM) e estruturas associadas, causando dor, limitação
de movimento e alterações na mastigação e fala. Para seu tratamento, utilizam-se métodos não
invasivos como laser de baixa potência, eletroestimulação, biofeedback, bandagens e ultrassom
terapêutico (USt), sendo a cirurgia reservada a casos mais graves. O USt utiliza ondas sonoras de
alta frequência e pode aliviar a dor, reduzir a inflamação e melhorar a circulação sanguínea.
Objetivo: Verificar a eficácia da ultrassonografia terapêutica (USt) associada à terapia
miofuncional orofacial (TMO) em pacientes com DTM. Métodos: Ensaio clínico randomizado,
conduzido no Laboratório de Motricidade Orofacial da UFPB, com 26 mulheres com DTM
muscular crônica, entre 18 e 55 anos. As participantes foram divididas aleatoriamente em dois
grupos: G1 (TMO + USt) e G2 (TMO), submetidas a quatro sessões semanais. A coleta seguiu
quatro etapas: triagem pela Academia Americana de Dor Orofacial (AAOP), aplicação do protocolo
DC/TMD, avaliação miofuncional (AMIOFE) e intervenção. A TMO incluiu termoterapia,
alongamentos, relaxamento muscular, mobilidade mandibular e treino mastigatório funcional. O
USt foi aplicado nas regiões dos músculos masseter e temporal anterior. Ambos os grupos
receberam orientações sobre hábitos parafuncionais e exercícios domiciliares. Os desfechos
avaliados foram: intensidade da dor, limiar de dor à pressão (LDP), amplitude dos movimentos
mandibulares e padrão mastigatório. Resultados: O grupo TMO + USt apresentou melhora
significativa na abertura oral máxima (AOM) e na protrusão mandibular, com tamanho de efeito
alto, indicando ganho funcional relevante. Tendências à significância também foram observadas na
lateralidade direita e na abertura assistida. Ambos os grupos apresentaram redução significativa da
dor, com efeito ligeiramente maior no grupo combinado. A limitação funcional mandibular
reduziu-se significativamente apenas no grupo TMO, enquanto a função mastigatória melhorou de
forma significativa em tarefas específicas apenas no grupo TMO + USt. Embora os padrões
mastigatórios não tenham apresentado mudanças estatisticamente significativas, observou-se uma
reorganização clínica favorável no grupo TMO + USt, com transição para padrões bilaterais mais
funcionais. Discussão: A associação de TMO com USt demonstrou maior impacto clínico nas
variáveis funcionais avaliadas, apesar da ausência de significância estatística em alguns desfechos.
Os ganhos em amplitude mandibular, padrões mastigatórios e possível aumento nos limiares de dor
sugerem reorganização funcional e redução da sensibilidade dolorosa. No entanto, os valores de
LDP permaneceram abaixo dos níveis de referência, sugerindo persistência de sensibilização
central. Conclusão: Embora os resultados não confirmam estatisticamente a superioridade da
combinação TMO + USt, os efeitos clínicos observados indicam potencial terapêutico,
especialmente na dor, mobilidade mandibular e função mastigatória. Novos estudos com amostras
maiores e protocolos mais longos são recomendados para validação dos achados.
ARTIGO 2 - Introdução: A disfunção temporomandibular (DTM) caracteriza-se por um conjunto
de alterações que provocam dor na região orofacial, não originada nos dentes. Envolve músculos
mastigatórios, estruturas articulares e ossos da face. A etiologia da DTM é multifatorial, podendo
estar relacionada a alterações neuromusculares, hábitos orais deletérios, lesões traumáticas,
processos degenerativos e distúrbios psicoemocionais. Fatores como estresse, ansiedade e depressão podem desencadear ou agravar os sintomas da DTM, influenciando diretamente a percepção e a duração da dor. Objetivo: Analisar as modificações psicossociais em pacientes com DTM durante o tratamento com ultrassonografia terapêutica (USt) associada à terapia miofuncional orofacial (TMO) e com TMO isolada. Métodos: Estudo descritivo e transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Saúde (no 6.136.949), realizado em um Laboratório de Motricidade Orofacial da
Universidade Federal da Paraíba. A amostra foi composta por 26 mulheres entre 18 e 55 anos
diagnosticadas com DTM, conforme o protocolo DC/TMD (Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders). Utilizou-se o Eixo II do protocolo para avaliar aspectos psicossociais. Os instrumentos aplicados foram: PHQ-4 (sofrimento psicológico), PHQ-9 (depressão), GAD-7 (ansiedade), OBC (comportamentos orais) e Escala de Dor Graduada. Resultados: De forma geral, observou-se associação significativa entre sofrimento psicológico e comportamentos orais disfuncionais antes do tratamento. No entanto, essa associação desapareceu após a intervenção em ambos os grupos. No grupo TMO, identificou-se correlação significativa entre comportamentos orais e sintomas depressivos antes do tratamento, que também deixou de ser significativa após a intervenção. No grupo TMO + USt, essa associação não era significativa no início, mas passou a ser após o tratamento, especialmente entre pacientes com sintomas depressivos moderados e altos níveis de comportamentos orais. Não houve correlação estatisticamente significativa entre dor crônica e os escores de sofrimento psicológico, ansiedade e depressão, tanto antes quanto depois do tratamento, em ambos os grupos. Uma tendência marginal à significância foi observada nos níveis de depressão quando analisadas todas as pacientes em conjunto. Discussão: Os achados sugerem que a TMO isolada pode reduzir o impacto do sofrimento psicológico sobre comportamentos orais disfuncionais. Apesar da associação entre depressão moderada e comportamentos orais no grupo TMO + USt após o tratamento, observou-se tendência de melhora nos escores de depressão nesse grupo. Isso está alinhado à literatura, que aponta benefícios da USt e TMO na função mandibular e possíveis efeitos psicossociais. Limitações como o tamanho amostral reduzido e a subjetividade dos instrumentos de autorrelato podem ter influenciado os resultados. Conclusão: Os resultados reforçam a importância de abordagens terapêuticas multidimensionais na DTM e indicam a necessidade de novos estudos com amostras maiores e métodos complementares para confirmar os efeitos psicossociais da TMO e da USt em pacientes com DTM.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - GIEDRE BERRETIN FELIX
Interno - 022.648.784-95 - KARINA VERÍSSIMO MEIRA TAVEIRA - UFRN
Presidente - 1379017 - SILVIA DAMASCENO BENEVIDES