CCS - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA, EM NÍVEL DE MESTRADO ACADÊMICO (PPGSC)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Banca de QUALIFICAÇÃO: ALANA SOPHIA DOS SANTOS LIRA FREITAS
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ALANA SOPHIA DOS SANTOS LIRA FREITAS
DATA: 07/10/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Online
TÍTULO: SOB A LUPA DA SEGURANÇA: Uma Investigação Transversal sobre a Farmacovigilância e a Atuação do Farmacêutico
PALAVRAS-CHAVES: Farmacovigilância. Farmacovigilância. Segurança do Paciente. Reações Adversas ao Medicamento.
PÁGINAS: 97
RESUMO: A farmacovigilância é estratégica para a segurança do paciente e o uso racional de
medicamentos; a notificação de reações adversas (RAMs) é eixo central desse
sistema. Este estudo investigou o conhecimento de farmacêuticos sobre
farmacovigilância e as barreiras à notificação de RAMs no Brasil, à luz dos deveres
ético-legais previstos na Lei nº 13.021/2014. Realizou-se estudo epidemiológico,
analítico e transversal com 390 farmacêuticos de diferentes áreas (comunitária,
hospitalar gestão/universidades, indústria/manipulação e serviços públicos), por
meio de questionário online aplicado entre julho/2024 e maio/2025. As análises
foram efetuadas com o programa SPSS v26.0, combinando estatística descritiva e
testes inferenciais: KruskalWallis com pós-hoc quando aplicável e teste de razão
de verossimilhança para variáveis categóricas com significância de p<0,05. Os
resultados demonstraram domínio conceitual razoável, porém com lacunas críticas.
Embora 89,5% afirmem compreender farmacovigilância e 84,4% reconheçam
RAM, apenas 57,2% definem corretamente evento adverso e apenas 30,5%
definiram corretamente a frequência de RAM considerada rara. O desempenho
médio total foi 70,5% (mediana 75,0%), com efeito do tempo de atuação (p=0,040):
melhor até dez anos e estabilização posterior. Entre grupos profissionais, o
percentual de acertos não diferiu significativamente (p=0,289), sugerindo
homogeneidade do conhecimento básico. Na prática assistencial, observou-se
descompasso entre reconhecimento e ação: 54,8% relatam identificar RAM
raramente ou nunca e 85,4% notificam raramente ou nunca; 18,7% notificaram nos
últimos doze meses e 48,7% já notificaram alguma vez. Quanto à causalidade, o
algoritmo de Naranjo foi o mais citado (54,1%), coexistindo desconhecimento parcial
(43,8%) e ausência de conhecimento (15,6%). As fontes preferidas foram bulas
(75,1%) e conhecimento prévio (66,4%), com baixa adesão a bases oficiais e
softwares; ao longo da carreira, há migração gradual para recursos técnico
científicos. As barreiras mais frequentes foram falta de tempo (52,6%), ausência de
cultura de segurança (51,8%), desconhecimento do processo (29,0%), acesso
limitado aos sistemas (23,8%) e escasso feedback institucional (11,5%). Testes de
verossimilhança não evidenciaram associações robustas entre perfil
sociodemográfico, capacitação prévia, acesso a ferramentas ou participação em comissões e a prática de notificação. Constatou-se confusão
operacional entre VigiMed, portal atual para notificações de RAMs, e Notivisa,
refletindo conexões pouco intuitivas e comunicação institucional insuficiente. Os
achados corroboram que procedimentos complexos e baixa clareza desestimulam
o reporte; o receio de repercussões, o reconhecimento institucional limitado e
lacunas formativas comprometem a adesão. Conclui-se que a efetividade da
farmacovigilância depende de um eixo formativo longitudinal e prático, da
simplificação dos fluxos de notificação, da ampliação de acesso, preceptoria e
feedback aos profissionais. Medidas que podem ser capazes de fortalecer a cultura
de segurança, reduzir a subnotificação e consubstanciar as atribuições legais do
farmacêutico.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 2380400 - FRANKLIN DELANO SOARES FORTE
Presidente - 1720478 - GABRIEL RODRIGUES MARTINS DE FREITAS
Externo à Instituição - ISABELA HEINECK