PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: GISELLI LUCY SOUZA VIEIRA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: GISELLI LUCY SOUZA VIEIRA
DATA: 23/09/2019
HORA: 09:00
LOCAL: Multimídia C
TÍTULO: Modelo Explicativo da Exclusão Social do Doente Mental baseado nas Crenças, Preconceito, Percepção de Ameaça, Curabilidade e Responsabilização
PALAVRAS-CHAVES: Exclusão social; Preconceito; Percepção de ameaça; Doente mental
PÁGINAS: 149
RESUMO: Ainda são poucos os estudos que propõe um modelo explicativo da exclusão social dos doentes mentais. Diante disto, esta tese tem como objetivo principal propôr um modelo explicativo da exclusão social do doente mental baseado nas crenças causais da doença mental, no preconceito, na percepção de ameaça na curabilidade e responsabilização. Para atingir o objetivo geral, esta tese apresenta uma sequência de estudos multimétodos, estruturada em um artigo teórico e três empíricos. O primeiro artigo compreende uma revisão da literatura articulando os diversos arcabouços teóricos que dão sustentáculo a tese. O segundo artigo, de abordagem mista, buscou identificar o nível de preconceito frente aos doentes mentais e analisar as justificativas apresentadas para aceitação/rejeição as situações de contato. Participaram 171 universitários, que responderam a Escala de Distância Social frente ao Doente Mental e justificaram suas respostas aos itens do instrumento. Foram realizadas estatísticas descritivas com o auxílio do SPSS e Análise de Conteúdo Temática proposta por Bardin. Os resultados demonstraram que persiste o preconceito contra o doente mental, revelado pelo distanciamento das relações sociais justificada pela percepção de ameaça. O terceiro artigo, correlacional, analisa as relações entre as crenças causais sobre a doença mental, a percepção de ameaça e o preconceito. Universitários (N = 323) responderam a Escala de Crenças Sobre a Doença Mental, Escala de Distância Social, Escala de Percepção de ameaça frente ao Doente Mental e um questionário biossociodemográfico. Os dados apontaram correlação significativa entre todos os construtos. A percepção de ameaça, no fator periculosidade, foi predita pelo preconceito e pelas crenças religiosas. O fator imprevisibilidade foi explicado pelo preconceito e pelas crenças causais: drogas, religiosas e contingenciais. Os resultados são consonantes com as justificativas apresentadas pelos participantes no segundo artigo. O quarto artigo , está dividido em dois estudos: O Estudo 1, experimental (N = 413), analisou a influência das crenças causais da doença mental, preconceito, percepção de ameaça, curabilidade e responsabilização no processo de exclusão social. O estudo apresenta uma vinheta que relata o adoecimento mental de um homem. Na história apresentada foram manipulados o tipo de crença causal (biológica, psicológica, religiosa, uso de drogas e grupo controle) e a curabilidade (curável x incurável). Os participantes também responderam a uma medida de atribuição responsabilização do doente mental. Os resultados mostraram efeito significativo das crenças sobre a exclusão (crença religiosa gera maior exclusão), percepção de ameaça e responsabilização (crença no uso de drogas gera maior responsabilização). A crença na incurabilidade da doença mental mostrou efeito significativo para exclusão e percepção de ameaça. O Estudo 2 (N = 413) buscou dimensionar o efeito dos construtos propondo um modelo de mediação moderadora estatisticamente significativo. Análises de regressão demonstraram que para que o preconceito produza exclusão é necessária a mediação da percepção de ameaça . Os resultados também indicam que o preconceito é mediado pelas crenças causais e moderado pela curabilidade e responsabilização, oferecendo então suporte ao processo de exclusão social. Desarte, as implicações desses resultados devem ser considerados como uma contribuição para compreender o preconceito destinado ao doente mental, bem como servir de suporte para formulação de estratégias para reduzir o preconceito e a exclusão social.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1285229 - SILVANA CARNEIRO MACIEL
Interno - 2483066 - PATRICIA NUNES DA FONSECA
Externo à Instituição - MARCUS EUGÊNIO OLIVEIRA LIMA