Banca de QUALIFICAÇÃO: PATRICIA FONSECA DE SOUSA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: PATRICIA FONSECA DE SOUSA
DATA: 25/09/2019
HORA: 09:00
LOCAL: Multimídia C
TÍTULO: ADESÃO AO PARADIGMA PSICOSSOCIAL DA SAÚDE MENTAL: PAPEL DOS ESTEREÓTIPOS, CRENÇAS, PERCEPÇÃO DE AMEAÇA E PRECONCEITO
PALAVRAS-CHAVES: Paradigma psicossocial, crenças, estereótipos, preconceito, percepção de ameaça.
PÁGINAS: 172
RESUMO: A Reforma Psiquiátrica, atual política do campo da saúde mental, propõe uma transição paradigmática pautada no estabelecimento do paradigma psicossocial em substituição ao paradigma biomédico, porém, observam-se dificuldades a efetivação do paradigma psicossocial.Esta tese tem como objetivo propor um modelo explicativo de adesão ao paradigma psicossocial a partir dos estereótipos, das crenças sobre a etiologia da doença mental, da percepção de ameaça e do preconceito.A tese defendida no presente trabalho é a de que a não adesão paradigma psicossocial está associada a permanência da percepção de ameaça e do preconceito frente ao doente mental, os quais estão ancorados em crenças acerca da etiologia da doença mental e em estereótipos negativos. Para alcançar o objetivo proposto foram elaborados quatro artigos. O artigo 1 objetivou realizar uma revisão da literatura sobre as contribuições dos estereótipos, crenças sobre a etiologia da doença mental, percepção de ameaça e preconceito na explicação da adesão ao modelo psicossocial. O artigo 2 teve como objetivo conhecer as representações sociais de profissionais da saúde mental, universitários da área da saúde e estudantes do ensino médio acerca do louco e do doente mental, relacionando-as aos paradigmas de atenção à saúde mental. A amostra dessa pesquisa foi formada por 150 participantes, sendo 50 de cada grupo social. Para a coleta de dados, foi usada a Técnica de Associação Livre de Palavras, com os estímulos louco e doente mental. Os dados foram analisados no programa Tri-Deux-Mots. Os estudantes do ensino médio e os universitários apresentaram representações do louco e do doente mental ancoradas no paradigma biomédico, já os profissionais apresentaram representações ancoradas no paradigma psicossocial. O artigo 3 teve como propósito desenvolver a Escala de Estereótipos sobre o Doente Mental (EEDM), reunindo evidências psicométricas e para tanto foram realizados dois estudos. No Estudo 1, participaram 210 universitários e análises fatoriais exploratórias indicaram a existência de dois componentes (Estereótipos de Ameaça, α = 0,81; Estereótipos de Incapacidade, α = 0,80) com 10 itens no total. No estudo 2, participaram 206 universitários e uma análise fatorial confirmatória indicou que o modelo bifatorial proposto para a escala era adequado: χ²/gl = 2,31, GFI = 0,93, CFI = 0,94 e RMSEA = 0,08 (IC 90% = 0,057 - 0,103). Por fim, o artigo 4 buscou conhecer em que medida as variáveis estereótipos, crenças sobre a etiologia da doença mental, percepção de ameaça e preconceito predizem a adesão ao paradigma psicossocial. Participaram 400 universitários, que responderam aos seguintes instrumentos: Escala de Crenças sobre a Doença Mental, Escala de Estereótipos sobre o Doente Mental, Escala de Percepção de Ameaça frente ao Doente Mental, Escala de Preconceito frente ao Doente Mental, Escala de Atitudes em Saúde Mental. Os resultados demonstraram que a adesão ao paradigma psicossocial é predita pelo preconceito e pela percepção de ameaça, de modo que esta estáancorada nos estereótipos e crenças sobre a natureza da doença mental, já aquele está ancorado nos estereótipos e percepção de ameaça.Os resultados encontrados apresentam uma importante contribuição para a compreensão dos fatores que podem favorecer a efetivação do paradigma psicossocial no cenário da saúde mental.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1285229 - SILVANA CARNEIRO MACIEL
Interno - 2014467 - CARLOS EDUARDO PIMENTEL
Externo à Instituição - ANDREA XAVIER DE ALBUQUERQUE DE SOUZA