PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: ALESSANDRO TEIXEIRA REZENDE

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ALESSANDRO TEIXEIRA REZENDE
DATA: 18/06/2021
HORA: 15:00
LOCAL: PLATAFORMA ZOOM
TÍTULO: CRENÇAS SOBRE A CURA DA HOMOSSEXUALIDADE: UMA EXPLICAÇÃO A PARTIR DE VARIÁVEIS SOCIOCULTURAIS
PALAVRAS-CHAVES: Crenças; cura da homossexualidade; orientação à dominância social; valores humanos.
PÁGINAS: 266
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
SUBÁREA: Psicologia Social
ESPECIALIDADE: Papéis e Estruturas Sociais; Indivíduo
RESUMO: Esta tese objetivou verificar a extensão em que variáveis socioculturais (i.e., atitudes frente a gays e lésbicas, preconceito sexual, orientação à dominância social e valores humanos) explicam crenças sobre a cura da homossexualidade. Para tanto, foram elaborados seis artigos. No Artigo 1 foi realizada uma revisão sistemática sobre o estudo da cura da homossexualidade nos últimos 19 anos, buscando compreender como essa temática vêm sendo estudada nas diversas áreas do conhecimento (e.g., direito, psicologia, psiquiatria). A presente revisão demonstrou que durante quase uma década profissionais da psicologia e psiquiatria fizeram uso do conhecimento científico para legitimar práticas voltadas para a suposta cura da homossexualidade. O Artigo 2, de natureza empírica e qualitativa, buscou mapear por meio dos discursos sociais as crenças associadas à cura da homossexualidade. Participaram 237 universitários (Midade = 21,0; DP = 5,07), os quais responderam, além de questões sociodemográficas, um roteiro de entrevista composto por três questões abertas. Em síntese, apesar da natureza exploratória e da ausência de evidências empíricas no contexto brasileiro a respeito das crenças sobre a “cura gay”, os resultados apontaram a existência de seis classes direcionadas para a desfavorabilidade em relação aos profissionais que apoiam tratamentos de reversão da orientação sexual. O Artigo 3, por sua vez, versou sobre a elaboração da Escala de Crenças sobre a Cura da Homossexualidade (ECCH), cujos itens foram construídos com base na literatura da área. Participaram desse estudo 225 universitários (Midade = 21,0; DP = 5,78), que responderam a versão inicial da ECCH, composta por 36 itens, e perguntas demográficas. Uma análise de componentes principais indicou uma solução pentafatorial para a medida, com indicadores aceitáveis de fidedignidade. As dimensões foram nomeadas como crenças religiosas (α = 0,95), crenças morais (α = 0,95), crenças biológicas (α = 0,96), crenças psicológicas (α = 0,92), sendo estas dimensões favoráveis à cura da homossexualidade, e, finalmente, uma dimensão de crenças desfavoráveis à reversão sexual (α = 0,93). Cada uma das dimensões reuniu quatro itens na versão final do instrumento. Estas dimensões foram correlacionadas às medidas de crenças sobre a homossexualidade (ECH) e desejabilidade social (EDSMC), sendo observadas correlações nas direções esperadas. Em razão de as análises apresentadas até aqui serem eminentemente exploratórias, decidiu-se elaborar o Artigo 4, que objetivou confirmar a estrutura fatorial previamente observada (N = 215), e cujos resultados indicaram um ajuste satisfatório para o modelo pentafatorial (e.g., CFI = 0,95; TLI = 0,94; RMSEA = 0,06). Na sequência, buscando reunir evidências de validade convergente, novos participantes (N = 430 universitários; Midade = 23,5; DP = 7,90) responderam a medidas de preconceito sexual (EMPS) e de atitudes frente a gays e lésbicas (EMAFGL). Os resultados indicaram que as dimensões da ECCH apresentaram fortes correlações na direção esperada. Com evidências preliminares que atestam a adequação da ECCH, partiu-se para o Artigo 5, objetivando conhecer o poder preditivo das dimensões do preconceito sexual e das atitudes face a gays e lésbicas em relação à des(favorabilidade) à cura da homossexualidade, propondo e testando dois modelos explicativos. Para tal, contou-se com a participação de 375 universitários (Midade = 21,7; DP = 6,80), os quais responderam a EMPS, EMAFGL e ECCH, além de perguntas sociodemográficas. Os resultados indicaram a adequação teórica e empírica dos modelos de favorabilidade (e.g., CFI = 0,98; TLI = 0,97; RMSEA = 0,07) e desfavorabilidade à cura da homossexualidade (e.g., CFI = 0,99; TLI = 1,00; RMSEA = 0,03). Por fim, buscando ainda reunir evidências adicionais a respeito das crenças sobre a cura da homossexualidade, realizou-se o Artigo 6, no qual buscou-se verificar o poder preditivo da ODS e dos valores humanos em relação a estas crenças. Participaram 391 pessoas da população geral (Midade = 25,7; DP = 7,20), os quais responderam a ECCH, a Escala de Orientação à Dominância Social (ODS), o Questionário de Valores Básicos (QVB) e questões sociodemográficas. Os resultados indicaram que a ODS e os valores humanos foram bons preditores das crenças sobre a cura da homossexualidade (p < 0,001). Ademais, os modelos de mediação propostos, que consideraram as crenças separadamente como variáveis dependentes, a ODS como variável independente e os valores normativos como variável mediadora, obtiveram efeitos indiretos significativos, demonstrando que a ODS explica todas as crenças através dos valores normativos (p < 0,001). Estima-se que os objetivos propostos nessa tese foram alcançados, podendo-se contar com uma medida para avaliar as crenças sobre a cura da homossexualidade psicometricamente adequada, com evidências de validade (e.g., fatorial, convergente e discriminante) e consistência interna satisfatórios, além de ampliar a compreensão em torno destas crenças a partir de suas relações com outros construtos psicossociais.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 6338234 - VALDINEY VELOSO GOUVEIA
Interno - 1520147 - JULIO RIQUE NETO
Externo à Instituição - EMERSON DIOGENES DE MEDEIROS
Externo à Instituição - LEOGILDO ALVES FREIRES
Externo à Instituição - Rafaella de Carvalho Rodrigues Araújo