PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Banca de QUALIFICAÇÃO: POLLYANA LUDMILLA BATISTA PIMENTEL
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: POLLYANA LUDMILLA BATISTA PIMENTEL
DATA: 27/07/2021
HORA: 14:00
LOCAL: online via Skype
TÍTULO: A PSICOLOGIA DAS EMERGÊNCIAS E DO DESASTRE FRENTE À PANDEMIA
DE COVID-19: DIÁLOGOS ENTRE SAÚDE MENTAL, VULNERABILIDADES,
ENVELHECIMENTO E SOCIABILIDADE ONLINE.
PALAVRAS-CHAVES: Covid-19; Saúde Mental; Envelhecimento; Vulnerabilidades; Redes Sociais
Online
PÁGINAS: 193
RESUMO: A pandemia de Covid-19 tornou-se a maior emergência internacional de saúde
pública sem precedentes no mundo moderno. Neste sentido, o objetivo geral deste estudo foi
realizar uma análise sobre a saúde mental e o uso de redes sociais online por pessoas na
maturidade e velhice, durante a emergência da pandemia de Covid-19, bem como a auto
percepção de vulnerabilidade frente ao novo coronavírus. Para tanto, parte-se da tese de que
usuários de redes sociais online apresentam melhores índices de saúde mental do que não
usuários, uma vez que estas redes funcionam como facilitador da interação social,
principalmente diante do isolamento social adotado como medida de contenção do vírus.
Outrossim, acredita-se que pessoas na maturidade e velhice apresentam nível elevado de auto
percepção de vulnerabilidade frente ao novo coronavírus, haja vista a grande repercussão
midiática acerca da letalidade da doença nessa faixa etária, um dos principais grupos de risco.
Estruturalmente, esta tese foi dividida em quatro estudos distintos. O primeiro estudo tratouse de uma revisão integrativa da literatura científica nacional dos últimos dez anos (2009-
2019), objetivando conhecer a literatura nacional acerca do uso de redes sociais online por
brasileiros com 50 anos ou mais. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, dois
artigos foram selecionados. Verificou-se que a produção científica relacionada à temática é
bastante escassa. Os resultados apontaram que as principais redes utilizadas pelos
participantes foram: Whatsapp, Facebook, Messenger, Instagram, Snapchat e Linkedln. Além
disso, foi possível constatar que as redes sociais online se apresentam como importante
instrumento na contribuição para um processo de envelhecimento saudável, melhorando a
qualidade de vida das pessoas em processo de envelhecimento. O segundo estudo objetivou
conhecer as representações sociais de pessoas com 50 anos ou mais acerca da internet e das
redes sociais online. A amostra que compõe esse estudo é independente da amostra que
compõe o estudo III e IV. Participaram 50 pessoas, com média de idade de 60 anos, variando
entre 50 e 82 anos. Os participantes responderam a um questionário sociodemográfico e à
Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), tendo como estímulos: Internet e redes
sociais online. Utilizando o software Iramuteq, foram realizadas a análise de frequência
múltipla, a análise de similitude, bem como a análise prototípica. Os resultados apontam que
as representações sociais dos participantes acerca da internet referem a um meio de
comunicação, que auxilia a busca por informações e na disposição das redes sociais virtuais.
Sobre o estímulo redes sociais online, observaram-se representações sociais como uma fonte
de atualização, além de ser mais um meio de comunicação. De forma geral, a internet e as
redes sociais online são vistas pelos participantes como algo bom e ruim simultaneamente,
exigindo cuidado dos usuários. O terceiro estudo apresenta uma investigação e análise acerca
da prevalência de transtornos mentais comuns e sintomas de ansiedade e depressão em
brasileiros, com 50 anos ou mais, durante a pandemia da Covid-19, bem como da
autopercepção de vulnerabilidade desta população frente ao novo coronavírus. Participaram
571 pessoas, com idades variando entre 50 e 88 anos (M=58,83; DP=6,74), sendo 41,5% (N=
237) pessoas idosas (acima de 60 anos). A maioria (78,5%) do sexo feminino, com 93,3%
afirmando estar em quarentena (ou isolamento social?). Como instrumentos, utilizou-se um
questionário sociodemográfico, o Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20), a Escala
Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD) e a Escala de Percepção de Suporte Social
(EPSS). Todos os escores apresentaram diferenças significativas em relação ao sexo dos
participantes. As mulheres apresentaram maiores médias com relação à ansiedade, à
depressão, ao Transtorno Mental Comum, e ao distress. Enquanto os homens apresentam
maior média do que as mulheres na Percepção de Suporte Social. Observou-se também que
adultos entre 50 a 59 anos, com renda mensal inferior a dois salários mínimos e aqueles com
maior percepção de vulnerabilidade à Covid-19 apresentaram maior prevalência de
Transtornos Mentais Comuns, ansiedade, depressão e distress do que idosos. Faz-se
necessário o cuidado em saúde mental, sobretudo das mulheres, das pessoas com menor
acesso à renda e daquelas que se percebem mais vulneráveis ao vírus. Por fim, o quarto estudo
apresenta uma análise acerca do impacto do uso e não uso de redes sociais online na saúde
mental de brasileiros com 50 anos ou mais durante a emergência da pandemia de Covid-19 no
Brasil. Participaram 571 pessoas, com idades variando entre 50 e 88 anos (M=58,83;
DP=6,74), sendo 78,5% do sexo feminino, com 93,3% afirmando estar em quarentena. É
importante ressaltar que do total dos participantes, 41,5% (N= 237) foi composta por pessoas
idosas (acima de 60 anos). Com relação ao uso de redes sociais online (RSO), 93% dos
participantes afirmaram que faziam uso dessas ferramentas. A maioria fazia uso de RSO há
mais de 5 anos e permanece conectado mais de 3 horas por dia. As redes sociais online mais
utilizadas pelos participantes são o Whatsapp, o Facebook e o Instagram. Como
instrumentos, utilizou-se um questionário sociodemográfico, o Self-Reporting Questionnaire
(SRQ-20), a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD) e a Escala de Percepção de
Suporte Social (EPSS). No tocante aos escores de ansiedade, depressão, TMC e Percepção de
Suporte social, não foram verificadas diferenças entre pessoas que fazem uso de RSO e não
usuários de RSO. Contudo, quando o tempo de uso de RSO foi moderado por variáveis
sociodemográficas, constataram-se diferenças significativas em relação ao sexo dos
participantes, a faixa etária, renda e nível de religiosidade. As mulheres apresentaram maiores
médias com relação à ansiedade e depressão, enquanto os homens apresentam maior média do que as mulheres na Percepção de Suporte Social. Observou-se também que adultos entre 50 a 59 anos, com renda mensal inferior a dois salários mínimos maiores prejuízos psíquicos
quando comparado aos idosos. Percebe-se a importância do uso de redes sociais online no
período de pandemia de Covid-19 para todos os participantes, principalmente para os idosos,
dado que para estes, encontraram-se mais benefícios quanto ao bem estar mental. Portanto,
espera-se que os resultados desta tese auxiliem planejamentos de práticas psicossociais e de
saúde, bem como de políticas públicas efetivas para essa população.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1497729 - ANA ALAYDE WERBA SALDANHA PICHELLI
Interno - 332067 - MARIA DA PENHA DE LIMA COUTINHO
Externo à Instituição - JOSEVANIA DA SILVA
Externo à Instituição - LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO