PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: ANA RAQUEL DE OLIVEIRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANA RAQUEL DE OLIVEIRA
DATA: 24/02/2015
HORA: 14:00
LOCAL: SALA DE VÍDEO 02 CCHLA
TÍTULO: AVALIAÇÕES PSICOFÍSICAS CROMÁTICA E ACROMÁTICA DE HOMENS E MULHERES EXPOSTOS A SOLVENTES ORGÂNICOS
PALAVRAS-CHAVES: solventes orgânicos; visão de cores; sensibilidade ao contraste; sexos.
PÁGINAS: 106
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
SUBÁREA: Psicologia Social
RESUMO: Trabalhadores expostos de forma crônica à mistura de solventes orgânicos podem sofrer alterações na visão de cores e na sensibilidade ao contraste (SC). Entretanto, poucos estudos investigaram se há diferenças entre os sexos, um dos fatores que podem alterar a toxicocinética dos solventes. Diante disto, o objetivo do presente estudo foi verificar se mulheres e homens expostos diferiam quanto as respostas psicofísicas visuais cromáticas e acromáticas. Participaram 44 pessoas que formaram os seguintes grupos: Grupo de Estudo I (GE I): 11 homens expostos (Idade M = 30,18; DP = 6,48; Escolaridade M = 9,73; DP = 2,10; Tempo de serviço M = 6,53; DP = 4,38); Grupo de Estudo II (GE II): 11 mulheres expostas (Idade M = 26,91; DP = 5,86; Escolaridade M = 10, 36; DP = 0,92; Tempo de serviço M = 4,70; DP = 3,53); Grupo Controle I (GC I): 11 homens não expostos (Idade M = 26,73; DP = 6,5; Escolaridade M = 9,73; DP = 1,8); Grupo Controle II (GC II): 11 mulheres não expostas (Idade M = 26,55; DP = 6,5; Escolaridade M = 10,45; DP = 1,51). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com número de CAAE: 21350113.9.0000.5188. Inicialmente os participantes passaram por uma etapa de triagem, permanecendo aqueles que, entre outros critérios, apresentaram acuidade visual 20/20 ou corrigida (Optotipos E de Rasquin) e ausência de discromatopsias congênitas (Teste de Ishirara). A avaliação da percepção cromática foi realizada por meio dos testes D15 Dessaturado de Lanthony (D15d) e Cambridge Colour Test (CCT). A avaliação da SC foi realizada com estímulos de grades senoidais verticais de frequências espaciais de 0,2; 0,5; 1,0; 2,0; 5,0; 10 e 16 cpg de ângulo visual. Ainda foi realizada uma avaliação da composição corporal a partir de um exame de biompedância utilizando a balança Inbody 720. Os dados foram analisados por meio do software SPSS, versão 21. A análise das diferenças entre os grupos de frentistas e os grupos controle foi realizada por meio do teste Mann-Whitney e as correlações entre os valores obtidos nos testes psicofísicos e a idade, escolaridade, tempo de exposição, peso, massa corporal magra (MCM), gordura corporal, por meio da correlação linear de Spearman, considerando α = 0,05. Primeiramente, foram comparados os resultados dos 22 participantes do GE com os 22 do GC, em seguida os grupos foram comparados por sexo, 11 em cada grupo. Os resultados mostraram que o grupo de estudo (GE) apresentou ICC (Mdn = 1,18; M = 1,31; DP = 0,32) significativamente maior (U = 128; p = 0,01) ao grupo controle (GC; Mdn = 1,09; M = 1,10; DP = 0,26), ao passo que entre mulheres e homens expostos não houve diferenças (U = 51,0; p = 0,53). Com relação ao CCT, Protocolo Trivector, o GE apresentou comprimento correspondente ao vetor do eixo protan (Mdn = 50,00; M = 54,00; DP = 16,42) significativamente maior (U = 133,50; p = 0,01) que o GC (Mdn = 40,00; M = 42,59; DP = 16,42), já no Protocolo Elipse, o grupo exposto obteve área da elipse A3 (Mdn = 981,15; M = 8086,81; DP = 22787,81) significativamente maior (U = 158,00; p = 0,04) em relação ao controle (Mdn = 657,30; M = 781,75; DP = 528,68), mas homens e mulheres não apresentaram diferenças em ambos os protocolos do CCT. Os resultados da SC mostraram que o grupo exposto apresentou SC menor em todas as frequências espaciais, com diferença estatisticamente significativa para as frequências: 0,2 (U = 93,00; p = 0,01); 0,5 (U = 117,00; p = 0,01); 5,0 (U = 149,50; p = 0,03) e 10 cpg (U = 150,00; p = 0,03) comparado ao controle. As mulheres expostas obtiveram SC significativamente maior (U = 25,0; p 0,02) que os homens expostos na frequência 0,5 cpg. As análises correlacionais mostraram que entre os homens expostos, os valores dos diâmetros dos círculos equivalentes as áreas das elipses A1 e A2 mantiveram correlação com a MCM: ρ = -0,68; p = 0,02 e ρ = -0,83; p = 0,01, respectivamente. Já entre as mulheres expostas o valor do diâmetro do círculo equivalente a área A2 apresentou correlação negativa com a massa de gordura: ρ = -0,67; p = 0,02, ou seja quanto mais gordura menor tendência de erro no eixo de oponência de cor vermelho-verde. Observou-se ainda que o valor do diâmetro do círculo equivalente a área A3 obteve correlação positiva com a MCM: ρ = 0,61; p = 0,04, isto é quanto maior a quantidade de MCM, maior tendência de erro no eixo de oponência de cor. Em suma, os dados relativos à visão de cores e a SC obtidos por mulheres e homens expostos não encontraram fortes evidências de possíveis diferenças entre os sexos. Entretanto, as associações das medidas psicofísicas com as medidas corporais parecem indicar que a gordura pode atuar como um fator de proteção do organismo contra os efeitos dos solventes, já que tecidos gordurosos podem reter produto. Nesta perspectiva, as mulheres poderiam ser menos afetadas por apresentarem quantidade maior de tecido adiposo.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1497729 - ANA ALAYDE WERBA SALDANHA PICHELLI
Externo à Instituição - GIVAGO DA SILVA SOUSA
Presidente - 1347318 - NATANAEL ANTONIO DOS SANTOS