PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Teléfono/Extensión
No Informado

Noticias


Banca de DEFESA: KARLA SANTOS MATEUS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: KARLA SANTOS MATEUS
DATA: 19/02/2015
HORA: 15:30
LOCAL: Sala 404 CCHLA
TÍTULO: Luso-tropicalismo como justificativa para a discriminação contra o negro no mercado de trabalho na Paraíba
PALAVRAS-CHAVES: Luso-tropicalismo; Democracia Racial; Racismo; Mercado de Trabalho
PÁGINAS: 105
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
SUBÁREA: Psicologia Social
RESUMO: As concepções luso-tropicalistas, propostas por Gilberto Freyre (1933), defendem que os portugueses possuiriam uma aptidão especial para a miscigenação biológica e cultural com os povos dos trópicos. Assim, tendo sido o Brasil colonizado por Portugal, também seríamos percebidos como um reduto multirracial harmonioso. Entretanto, diversas pesquisas demonstram a existência do preconceito racial no Brasil. Neste contexto, este trabalho teve como objetivo investigar o papel do luso-tropicalismo como justificativa para a discriminação de jovens negros no mercado de trabalho na Paraíba. Para alcançar este objetivo, foram realizados quatro estudos. Os resultados do primeiro estudo (N=175) e do segundo estudo (N=190), realizados no Brasil, mostraram uma adequação unifatorial (α= 0,65 e α= 0,63, respectivamente), indicando a prevalência apenas do fator “luso-atual”, cujas ideias estão relacionadas à ideia de democracia racial. O terceiro estudo (N=236) demonstrou que em Portugal prevaleceram dois fatores: O primeiro fator, denominado “luso-atual” (α= 0,71) e o fator “luso-histórico” (α= 0,82) que é formado pela ideia de que as relações coloniais portuguesas foram harmoniosas. O quarto estudo (N=194), realizado no Brasil, analisou o papel justificador do luso-tropicalismo na relação entre o preconceito e a discriminação do negro no mercado do trabalho da Paraíba. Tomados em conjunto, os resultados apontam um efeito principal da justificativa na percepção da justiça da decisão da gerente, F (1, 192) =15,6, p < 0,001. Participantes na condição experimental (M=3,03; DP=0,18) avaliaram a decisão como mais justa do que na condição controle (M=2,31; DP=0,18). Este efeito foi qualificado por uma interação entre a justificativa, o luso-tropicalismo e a classe socioeconômica do participante, F (1, 192) = 6,16, p = 0,014. Quando a justificativa era apresentada, apenas os participantes com maior adesão ao luso-tropicalismo e de classe socioeconômica média e alta perceberam a decisão como mais justa (M=3,75; DP=0,36) comparada a condição controle (M=1,77; DP=0,35). Estes resultados mostram que a adesão ao luso-tropicalismo entre os participantes que se autoclassificaram como sendo membros do topo da pirâmide socioeconômica brasileira, e a justificativa para a discriminação faz com que ela deixe de ser percebida como tal.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1742381 - ANA RAQUEL ROSAS TORRES
Interno - 337973 - ANISIO JOSE DA SILVA ARAUJO
Externo à Instituição - THIAGO MORAIS OLIVEIRA