PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: JESSICA QUEIROGA DE OLIVEIRA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JESSICA QUEIROGA DE OLIVEIRA
DATA: 08/07/2022
HORA: 10:00
LOCAL: Sala virtual no Google Meet
TÍTULO: Vitimização Secundária de Mulheres Vítimas de Violência Doméstica Recorrente e Continuada
PALAVRAS-CHAVES: Violência entre parceiros íntimos; Vitimização Secundária; Sexismo; Sofrimento; Culpabilização da vítima
PÁGINAS: 100
RESUMO: Estar diante da violência entre parceiros íntimos (IPV) pode desencadear comportamentos e avaliações distorcidas em relação às vítimas, um fenômeno que denominamos de vitimização secundária. Essa vitimização ocorre por meio da culpabilização da vítima, pela desvalorização, pela evitação e pela minimização do sofrimento dela. Contudo, quando as vítimas se mantêm no relacionamento sob sofrimento persistente, é mais provável que os observadores se comportem de forma a vitimizar secundariamente mais essas vítimas do que quando elas interrompem o relacionamento, pondo, assim, fim ao sofrimento. Nesse sentido, hipotetizamos que as vítimas serão mais vitimizadas secundariamente quando se mantêm num relacionamento abusivo do que quando terminam o relacionamento em definitivo. Para tal, desenvolvemos um programa de pesquisa no qual conduzimos oito estudos organizados em três artigos empíricos. No primeiro artigo, apresentamos os resultados de quatro estudos e descrevemos o desenvolvimento e validação da Escala de Vitimização Secundária de Mulheres Vítimas de Violência Conjugal (SVS). O Estudo 1 objetivou construir os itens e realizar a análise de conteúdo desses itens por meio da análise dos juízes. No Estudo 2 (N = 374), realizamos uma análise fatorial exploratória, resultando em quatro fatores, e calculamos os índices de confiabilidade. Desenvolvemos o Estudo 3 (N = 292) para compararmos o modelo de medida proposto com modelos alternativos e realizamos a validade convergente-discriminante da SVS. Nesse estudo, encontramos uma estrutura bi-factor, sugerindo a presença de um fator geral da vitimização secundária e quatro fatores específicos (culpabilização da vítima, desvalorização, evitação e minimização do sofrimento). No Estudo 4 (N = 311), analisamos experimentalmente a validade de critério da escala manipulando o sexismo societal, cujos resultados mostraram índices satisfatórios de validade e fidedignidade da SVS. No segundo artigo, desenvolvemos um estudo experimental (N= 261) para testar a hipótese de que é mais provável uma mulher vítima de IPV ser vitimizada secundariamente quando decide reatar um relacionamento abusivo do que quando não reata o relacionamento, e que os homens serão as pessoas que mais usam estratégias de vitimização secundária quando as vítimas reatam do que quando não reatam. Os resultados mostraram que os participantes reconhecem o sofrimento da vítima, desvalorizam e evitam mais as vítimas quando elas reatam o relacionamento com o agressor do que quando não reatam ou quando não recebem informações sobre a reconciliação com o agressor, e os homens culpabilizam, desvalorizam a vítima e percebem menos o sofrimento dela. O terceiro artigo, ainda em desenvolvimento, apresenta os resultados de três estudos para testar a hipótese de que as mulheres serão mais vitimizadas quando o processo de saída envolve vários retornos ao relacionamento abusivo. Em síntese, o conjunto dos estudos vão ao encontro da nossa hipótese central sugerindo que os comportamentos de vitimização secundária dos observadores influenciam a decisão da vítima de voltar ou não ao relacionamento abusivo, uma vez que tem como consequência a ausência de suporte social.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2204608 - CICERO ROBERTO PEREIRA
Interno - 2014467 - CARLOS EDUARDO PIMENTEL
Externo à Instituição - LUCIANA MARIA MAIA VIANA