PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: MARIA RENATA FLORÊNCIO DE AZEVEDO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA RENATA FLORÊNCIO DE AZEVEDO
DATA: 30/08/2022
HORA: 14:00
LOCAL: google met
TÍTULO: Entre normalizações e estranhamentos: tensões subjetivas nos processos de tornar-se mãe
PALAVRAS-CHAVES: Subjetivação; Sujeito Materno; Discurso; Maternidade
PÁGINAS: 346
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
SUBÁREA: Psicologia Social
RESUMO: Na nossa realidade histórica, identificamos que há um modelo ideal de maternidade radicado nos discursos sexistas, que funciona como um dispositivo de poder quando analisamos que, as condições de emergência desse modelo de maternidade e as injunções que dele decorre no processo de subjetivação materna, trata- se menos de uma preocupação com o bem estar das crianças, e mais de um projeto político. Ao mesmo tempo, temos que, essa realidade histórica – que deu condições de emergência para esse dispositivo - vem sofrendo mudanças significativas em seus pressupostos, de modo que, a subjetivação materna não é mais a única forma de realização pessoal para as mulheres, melhor dizendo, não é mais o único caminho para as mulheres tornarem-se pessoas. No entanto, a experiência de maternidade possível, subordina as mulheres a uma performance subjetiva – relações pré-estabelecidas sobre aquilo que deve ser pensado, dito, visto e praticado, centralizando sobre elas posições de sujeito, que intenta endereça-las para uma sobrecarga de trabalho e um progressivo apagamento subjetivo e social. Partindo dessa compreensão, propomos a tese de que, no processo de subjetivação materna, as linhas de subjetividade se movimentam entre o estranhamento e a normalização dos discursos sexistas, que endereçam as mulheres a reposicionamentos que socialmente, fragilizam o modo como fazem a experiência de si e reforçam as desigualdades de gênero. Assim, o presente estudo tem como objetivo geral: Analisar as produções subjetivas em movimento na experiência da maternidade, a partir de posições de sujeito, ações e efeitos discursivos no processo de tornar-se mãe, e como estas tem reverberado no tratamento de si. Tratou-se de um estudo exploratório, de caráter transversal, com design qualitativo, que permitiu a análise das produções subjetivas em movimento na experiência da maternidade e as vicissitudes encontradas por essas mães nesse contexto. As pesquisas foram realizadas nos locais propostos pelas participantes, considerando a condição fisiológica e emocional, das mulher-mães e seus filhos, sobretudo, em decorrência das limitações impostas pelo isolamento social vivenciado durante a pandemia do Covid-19. Trata-se de uma amostra de conveniência (não probabilística), composta por 9 mulheres-mães primíparas com filhos entre 1 ano e 2 anos, casadas, com idade entre 24 e 35 anos. Foram utilizados um questionário sociodemográfico e realizada uma entrevista semiestruturada. A análise dos dados coletados nas entrevistas foi realizada a partir da Análise do Discurso inspirando-se nas contribuições foucaultiana, delineando às relações produzidas a partir das práticas normativas e seus efeitos discursivos, observamos que, as linhas de subjetivação que funcionam como guia de ação e fragmentos formadores de subjetividades, movimentam-se entre a normalização de discursos com posições legitimadas pelos discursos sexistas, podendo endereçar para quadros de compreensão da realidade pautados na reprodução dessas raízes históricas que só contribuem para a perpetuação de relações de desigualdade, exploração e opressão, e o estranhamento desses discursos com posições insurgentes, podendo endereçar para quadros de compreensão da realidade que maximiza as possibilidades de se conduzir nas relações consigo mesmo na experiência da maternidade. Vislumbro concluir a partir disso que, as relações de força que as mulheres estabelecem com as linhas de subjetivação do dispositivo materno, quando analisadas perspectivando compreender suas tensões - entre as normalizações e os estranhamentos - com seus respectivos efeitos, considerando a constituição histórica que os fizeram emergir, será possível construir conjugações maternas que não se encerram em conflitos e ambivalências individuais, ou seja, será possível pensar outras formas de relação com as verdades, outros modos de ser e agir que não sejam sempre reiteradas por verdades hegemônicas, que produzem uma estilização maciça de subjetividades.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1497729 - ANA ALAYDE WERBA SALDANHA PICHELLI
Interno - 1024895 - MARIA DE FATIMA PEREIRA ALBERTO
Externo à Instituição - ALESSANDRA DA ROCHA ARRAIS
Externo à Instituição - JACQUELINE MATIAS DOS SANTOS
Externo à Instituição - JOSEVANIA DA SILVA
Externo à Instituição - REGINA LIGIA WANDERLEI DE AZEVEDO