PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: JESSICA QUEIROGA DE OLIVEIRA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JESSICA QUEIROGA DE OLIVEIRA
DATA: 16/12/2022
HORA: 09:00
LOCAL: Sala Virtual via Google Meeting
TÍTULO: VITIMIZAÇÃO SECUNDÁRIA DE MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA ENTRE PARCEIROS ÍNTIMOS RECORRENTE E CONTINUADA
PALAVRAS-CHAVES: Violência entre parceiros íntimos; Vitimização Secundária; Sexismo; Sofrimento; Culpabilização da vítima.
PÁGINAS: 198
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
SUBÁREA: Psicologia Social
ESPECIALIDADE: Processos Grupais e de Comunicação
RESUMO: Estar diante da violência entre parceiros íntimos (IPV) pode desencadear comportamentos e avaliações distorcidas em relação às vítimas, um fenômeno que denominamos de vitimização secundária. Essa vitimização ocorre por meio da culpabilização da vítima, pela desvalorização, pela evitação e pela minimização do sofrimento dela. Contudo, quando as vítimas se mantêm no relacionamento sob sofrimento persistente, é mais provável que os observadores se comportem de forma a vitimizar secundariamente mais essas vítimas do que quando elas interrompem o relacionamento, pondo, assim, fim ao sofrimento. Nesse sentido, hipotetizamos que as vítimas serão mais vitimizadas secundariamente quando se mantêm num relacionamento abusivo do que quando terminam o relacionamento em definitivo. Para tal, desenvolvemos um programa de pesquisa no qual conduzimos sete estudos organizados em três artigos empíricos. No primeiro artigo, apresentamos os resultados de quatro estudos e descrevemos o desenvolvimento e validação da Escala de Vitimização Secundária de Mulheres Vítimas de Violência Conjugal (SVS). O Estudo 1 objetivou construir os itens e realizar a análise de conteúdo desses itens por meio de uma avaliação feita por juízes especialistas. No Estudo 2 (N = 374), realizamos uma análise fatorial exploratória, resultando em quatro fatores, e calculamos os índices de confiabilidade e consistência interna. Desenvolvemos o Estudo 3 (N = 292) para compararmos o modelo de medida proposto com modelos alternativos e realizamos a validade convergente- discriminante da SVS. Nesse estudo, encontramos uma estrutura bi-factor, sugerindo a presença de um fator geral da vitimização secundária e quatro fatores específicos (culpabilização da vítima, desvalorização, evitação e minimização do sofrimento). No Estudo 4 (N = 311), analisamos experimentalmente a validade de critério da escala manipulando o sexismo societal, cujos resultados mostraram índices satisfatórios de validade e fidedignidade da SVS. No segundo artigo, desenvolvemos um estudo experimental (N= 261) para testar a hipótese de que é mais provável uma mulher vítima de IPV ser vitimizada secundariamente quando decide reatar um relacionamento abusivo do que quando não reata m relacionamento, e que os homens serão as pessoas que mais usam estratégias de vitimização secundária quando as vítimas reatam do que quando não reatam. Os resultados mostraram que os participantes reconhecem o sofrimento da vítima, desvalorizam e evitam mais as vítimas quando elas reatam o relacionamento com o agressor do que quando não reatam ou quando não recebem informações sobre a reconciliação com o agressor, e os homens culpabilizam, desvalorizam a vítima e reconhecem menos o sofrimento dela. No terceiro artigo, desenvolvemos dois estudos experimentais para investigar o papel do sexismo societal na vitimização secundária de mulheres vítimas de IPV e testar a hipótese de que as mulheres serão mais vitimizadas quando o processo de saída envolve vários retornos ao relacionamento abusivo e que este fenômeno ocorre sobretudo em contexto no qual o sexismo societal está saliente. Os resultados que encontramos indicam que, quando os participantes são instruídos a responder de acordo com o que a sociedade pensa, eles mais facilmente expressam sexismo societal e tenderam a vitimizar secundariamente mais um mulher vitima de IPV e isso aconteceu especialmente quando os participantes receberam a informação de que essa vítima tinha um histórico de saída e retorno ao relacionamento com o agressor. Em síntese, o conjunto dos estudos vão ao encontro da nossa hipótese central sugerindo que as mulheres serão mais vitimizadas secundariamente quando voltam repetidas vezes ao relacionamento abusivo. Além disso, reforça evidência empírica sobre o papel do sexismo societal nessa vitimização.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2204608 - CICERO ROBERTO PEREIRA
Interno - 2014467 - CARLOS EDUARDO PIMENTEL
Externo à Instituição - KALINE DA SILVA LIMA
Externo à Instituição - LUCIANA MARIA MAIA VIANA
Externo à Instituição - TIAGO JESSE SOUZA DE LIMA