PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: MIRIAN CARLA LIMA CARVALHO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MIRIAN CARLA LIMA CARVALHO
DATA: 30/03/2023
HORA: 16:00
LOCAL: PPGPS
TÍTULO: PRÁTICAS DE SOCIALIZAÇÃO PARENTAL E COMPORTAMENTOS AGRESSIVOS DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
PALAVRAS-CHAVES: Agressão; Práticas parentais; Crianças; Transtorno do Espectro Autista.
PÁGINAS: 126
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
SUBÁREA: Psicologia Social
ESPECIALIDADE: Relações Interpessoais
RESUMO: Essa dissertação foi estruturada em quatro capítulos. No primeiro capítulo foi apresentada uma revisão não sistematizada explicitando as seguintes temáticas: práticas de socialização, agressão e as características do Transtorno do Espectro Autista (TEA). No segundo capítulo, realizou-se uma revisão, cujo objetivo geral foi avaliar sistematicamente a produção bibliográfica, dos últimos 20 anos, sobre a relação entre socialização parental e os comportamentos agressivos de crianças com Transtorno do Espectro Autista. Foram adotados como critérios de inclusão de artigos publicados nos últimos 20 anos, dentro da temática escolhida e tendo como amostra crianças com o diagnóstico de TEA; já os critérios de exclusão foram as teses, dissertações e artigos duplicados. Foram selecionados 25 artigos para a discussão dos dados. Os conteúdos encontrados foram organizados e discutidos em três categorias temáticas: (1) Comportamentos Agressivos na pessoa com TEA; (2) Práticas adotadas pelos pais na educação de seus filhos diagnosticados com TEA; e (3) Práticas parentais e Agressão de em crianças com Autismo. Em relação à primeira categoria, constatou-se que os comportamentos agressivos não podiam ser considerados sintomas específicos do TEA, eles podem existir em decorrência de outros fatores como déficits na comunicação, déficits sensoriais, padrões comportamentais e comorbidades. Em relação à segunda categoria, foi possível notar que os pais utilizavam práticas de proteção e controle excessivos, e, por vezes, exibiam medo que o filho crescesse e baixo nível de cobrança. Em relação especificamente às práticas maternas, algumas pesquisas demonstraram que as mães apresentaram um baixo nível de cobrança e regras, demonstraram uma proteção excessiva, fizeram pouco uso de Regras e Disciplina e utilizaram mais a Parentalidade Positiva. Sobre a terceira categoria, constatou-se que os comportamentos agressivos foram positivamente correlacionados com a Disciplina e o Castigo Duro, e os estilos parentais (permissivo, autoritário e autoritativo) se relacionaram positivamente e de forma estatisticamente significativa com comportamentos agressivos. O terceiro capítulo, constou de uma pesquisa de campo, com delineamento correlacional, sobre as técnicas de socialização materna e a percepção das mães sobre a agressividade de seus filhos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e em Desenvolvimento típico (DT). Esse estudo teve como objetivo geral averiguar em que medida as práticas de socialização adotadas por mães de crianças com o Transtorno do Espectro Autista e de mães que possuiam filhos em desenvolvimento típico relacionavam-se com a percepção delas sobre os comportamentos agressivos de seus filhos. Para esse estudo as seguintes hipóteses foram elaboradas: (a¹) O uso da técnica de controle externo pelas mães de crianças com TEA prediz positivamente a percepção das mães da agressão atribuída aos filhos; (a²) O uso de controle interno pelas mães de crianças com TEA prediz negativamente a percepção da raiva atribuída aos seus filhos; (b¹) As mães de crianças com TEA em nível de suporte leve, como em nível moderado utilizam mais técnicas de controle interno que as mães de crianças em nível de TEA severo; (b²) As mães de crianças com nível de suporte severo utilizam mais técnicas de controle externo que as mães de crianças em nível de TEA leve e moderado; (c¹) As mães percebem seus filhos com TEA mais agressivos que suas filhas com TEA; (d¹) As mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista percebem mais agressão nos filhos do que as mães com filhos em desenvolvimento típico; (e¹) As mães de crianças com TEA farão mais uso do controle externo que as mães com DT; (e²) As mães de crianças com DT farão mais uso do controle interno que as mães de crianças com TEA. Foram entrevistadas 90 mães de crianças diagnosticadas com o TEA. As mães estavam na faixa etária de 26 a 66 anos (M= 37,10; DP=7,54) e as crianças, diagnosticadas com TEA, encontravam-se na faixa etária de 8 a 10 anos e 11 meses (M= 8,93; DP=0,79). Também, contou-se com 46 mães de crianças em desenvolvimento típico, na faixa etária de 22 a 49 anos (M = 33,80; DP=5,74); as crianças tinham idades variando entre 7 e 10 anos (M = 8,28; DP = 1,10), sendo 19 (41,3%) do sexo masculino e 27 (58,7%) do sexo feminino. Para a coleta de dados foram utilizados: um Questionário sociodemográfico, o Questionário de Agressão – BPAQ Versão adaptada para mães e o Instrumento de Técnicas de Socialização. Em geral, observou-se que: a percepção das mães no tocante ao controle externo foi capaz de predizer a percepção de agressão física e de raiva, esses dados corroboraram os estudos de Chaves (2018), Campbell et al. (2010) e Kane e Mazureck (2011). As mães com filhos de nível mais severo de TEA fizeram pouco uso das explicações e as com filho leve ou moderado fizeram mais uso de explicações, o que confirma a hipótese b¹ e b². Também foi encontrado que as meninas com TEA apresentaram mais raiva e hostilidade que os meninos com TEA, o que diverge dos estudos que encontraram mais agressão em meninos com TEA e em DT (Magalhães & Otta, 1995; Zequinhão 2016; Kaartnen et al., 2012). Quando se comparou a percepção das mães de crianças com TEA com as mães de crianças em DT foi possível notar diferença significativa na percepção da agressão, visto que as mães de filhos com TEA, perceberam mais raiva que as mães de filhos cem DT, assim, a hipótese d¹ foi verificada apenas em relação ao fator da raiva. Quando as mães de filhos com TEA foram comparadas com as mães de filhos em DT, no tocante a percepção do uso das práticas, observou-se que as mães de filhos com TEA fizeram menos uso do controle interno do que as mães com filhos em DT, confirmando a hipótese e¹, corroborando o estudo de Chaves (2018). Por último, no quarto capítulo, foi efetuada uma discussão geral, com base nos estudos empíricos já realizados.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 329304 - CLEONICE PEREIRA DOS SANTOS CAMINO
Interno - 1492368 - LILIAN KELLY DE SOUSA GALVAO
Externo ao Programa - 1495824 - CELIA MARIA CRUZ MARQUES CHAVES