PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: MARIA DO SOCORRO ROBERTO DE LUCENA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA DO SOCORRO ROBERTO DE LUCENA
DATA: 19/09/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Sala virtual do GoogleMeet
TÍTULO: “AQUELES QUE A SOCIEDADE JULGA SER DE MULHER, MAS MULHER QUE NÃO ESTUDOU”: ANÁLISE DA RELAÇÃO SUBJETIVIDADE E TRABALHO DE MULHERES TRABALHADORAS DOMÉSTICAS DIARISTAS
PALAVRAS-CHAVES: Trabalho doméstico, diaristas, gênero, interseccionalidade
PÁGINAS: 236
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO: As perspectivas feministas que ancoram suas interpretações sob a interseccionalidade das relações de sexo/gênero, etnia/raça e classe, vêm garantindo ou cuidando para que essas categorias sociais não sejam esquecidas na leitura do campo social ou dos fenômenos decorrentes do mesmo, embora ainda não figurem ou sejam incipientes em diversos campos específicos do saber, como é o caso da Psicologia do Trabalho. Tal cenário é especialmente preocupante, quando se trata da sociedade brasileira, haja vista ser compósita pelo racismo, sexismo e classismo. Da qual, a problemática do trabalho doméstico remunerado (TDR) é expoente dessa história. Na contemporaneidade, assiste-se à diarização do TDR. Assim, a presente tese teve como objetivo analisar a relação subjetividade-trabalho de mulheres trabalhadoras domésticas diaristas com dimensão de sexo/gênero, raça e classe. Para tanto, esta tese está organizada em cinco artigos. O primeiro deles, trata da apresentação detalhada dos fundamentos teóricos que embasaram a definição do problema e os questionamentos norteadores da investigação principal. O segundo artigo reúne informações, resultados de pesquisas e estatísticas, nacionais e internacionais, acessadas a partir de uma pesquisa documental, acerca da situação da(s) mulher(es) em contexto de reestruturação produtiva e pandemia de Covid-19. O panorama construído ou organizado nesse artigo agrega elementos e dar continuidade às discussões teóricas realizadas no capítulo anterior. O terceiro artigo compreende uma revisão sistemática e metanálise da produção científica nacional acerca da relação TDR e gênero. A realização desse estudo permitiu estreitar as discussões em relação às mulheres trabalhadoras domésticas e a realidade brasileira, além de ter possibilitado a caracterização da produção científica brasileira sobre a temática e a identificação de convergências e divergências entre as produções, bem como de direcionamentos ou encaminhamentos de pesquisas. O quarto e quinto artigo referem-se a pesquisa qualitativa com a participação de dez mulheres diaristas. No quarto artigo, o objetivo foi compreender as repercussões de sexo/gênero, raça e classe no cotidiano laboral e na mobilização subjetiva das trabalhadoras diaristas. Evidenciamos várias situações do dia a dia de trabalho ou que configuram a atividade laboral das diaristas engendradas nas insígnias, relações e condições materiais decorrentes das diferenciações/hierarquizações de raça, sexo/gênero e classe. Ademais, identificamos entre as diaristas processos de naturalização ou de assimilação das diferenciações/hierarquizações, que repercutem em suas condutas individuais e coletivas, embora também tenham sido observados movimentos de resistência ou inflexão. O quinto e último artigo teve como objetivo analisar os impactos do contexto pandêmico sobre a atividade laboral e a saúde mental de mulheres trabalhadoras domésticas diaristas, levando em consideração a interseccionalidade entre sexo/gênero, raça e classe no trabalho. Os achados refletem o papel das desigualdades de sexo/gênero, raça e classe no agravamento das condições de trabalho/vida das mulheres diaristas e as consequências negativas sobre a saúde delas. As vivências pandêmicas dessas trabalhadoras foram marcadas por extremas dificuldades de subsistência, novos dilemas ou riscos e a atualização das microopressões nas relações laborais, que suscitaram para elas vários mal-estares, desde ansiedade a sentimentos de inferioridade. A combinação dos artigos fornece elementos de inteligibilidade sobre a condição de mulher trabalhadora doméstica diarista e de sua relação com a configuração das vivências subjetivas e a qualidade da saúde das participantes da pesquisa. Além disso, nos convida a refletir de forma crítica e inventiva acerca das dificuldades ou caminhos de enfrentamento das disparidades de sexo/gênero, raça e classe, que atravessam substancialmente as questões de trabalho/de vida das mulheres diaristas.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1543226 - PAULO CESAR ZAMBRONI DE SOUZA
Interno - 1024895 - MARIA DE FATIMA PEREIRA ALBERTO
Interno - 2042859 - THAIS AUGUSTA CUNHA DE OLIVEIRA MAXIMO
Externo à Instituição - EDIL FERREIRA DA SILVA
Externo à Instituição - RUTH MARIA DE PAULA GONÇALVES