PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: ALEXANDRE COUTINHO DE MELLO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ALEXANDRE COUTINHO DE MELLO
DATA: 29/09/2023
HORA: 14:30
LOCAL: https://meet.google.com/onk-uzhr-zus
TÍTULO: PRECONCEITO E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE AS DROGAS E SEUS USUÁRIOS: UM ESTUDO COMPARATIVO SOBRE GÊNERO
PALAVRAS-CHAVES: Representações Sociais, Drogas, Gênero, Preconceito
PÁGINAS: 216
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
SUBÁREA: Psicologia Social
RESUMO: Os fenômenos relacionados ao uso de drogas constituem um campo de investigação muito rico nas ciências humanas, principalmente porque são vivenciados no cotidiano, se estruturam simbolicamente e incluem dimensões da esfera individual, cultural e grupal. A presente tese teve por objetivo principal de analisar as representações sociais sobre as drogas e seus usuários fazendo uma análise comparativa sobre gênero em termos de atitudes preconceituosas. Diante disso foi proposta a tese de que há preconceito em relação aos usuários de drogas sejam eles homens ou mulheres, contudo há mais preconceito em relação aos homens usuários de drogas no que se refere à percepção de ameaça, sobretudo medo da violência física, e no que se refere às mulheres há mais preconceito em ternos de valores morais devido à quebra de paradigma, sendo esse preconceito mais encoberto e benevolente . Para responder essa tese foram estruturados seis estudos. O primeiro estudo foi teórico e teve a finalidade de aprofundar a temática das representações sociais, dos usuários de drogas comparando o gênero, abordando o preconceito. O segundo estudo objetivou conhecer e analisar as representações sociais sobre os usuários e usuárias de drogas a partir da Teoria das Representações Sociais. Tratou-se de um estudo qualitativo, descritivo e contou com 40 profissionais da rede de saúde mental do Estado da Paraíba, com idades variantes entre 19 e 62 anos (M=31 e DP 11,07). Utilizou-se entrevista semiestruturada, submetida à análise textual com uso do software IRAMUTEQ. Os resultados sugerem que os usuários de drogas são alvos de preconceitos pela sociedade e que as mulheres usuárias sofrem mais preconceito, pois as mulheres são percebidas como símbolo do cuidado e zeladora do lar e que o comportamento na dependência química a coloca como transgressora das normas sociais que lhes são impostas nos papéis de mãe, mulher e cuidadora. O terceiro estudo objetivou analisar as Representações Sociais (RS) sobre os usuários e usuárias de crack. Participaram 40 usuários de drogas de ambos os sexos e que estavam em Comunidades Terapêuticas e Clínicas de Reabilitação localizadas no Estado da Paraíba-Brasil. Utilizou-se a Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), com o estímulo indutor "usuário(a)s de crack" e “crack”, analisada com auxílio do software IRAMUTEQ por meio de análises Prototípica e de Similitude, e um questionário sociodemográfico analisado através do cálculo de frequências simples e porcentagens. O núcleo central das representações sociais para o estímulo indutor usuários de crack, objetivou-se nos termos sem confiança, humilhação, roubar e sem caráter. Os homens objetivaram as RS na própria droga, levando a um processo de despersonalização do indivíduo, enquanto as mulheres objetivaram em sentimentos negativos. Para o estímulo indutor “crack” os homens objetivaram a RS em sentimentos negativos, enquanto as mulheres objetivaram a RS na doença e na culpabilização. O quarto estudo abordado nesta tese consistiu na adaptação de escalas de mensuração e na condução de análises exploratórias, visando à obtenção de escalas validadas que contribuam para a compreensão do preconceito dirigido aos usuários e usuárias de drogas. O objetivou a adaptação para o contexto de gênero (homem e mulher) usuários de drogas, as escalas de Percepção de Amaça frente aos Usuários de Drogas (Passos et al. 2023); a Escala de Intenção de Contato Social frente às Mulheres Usuárias de Drogas (Medeiros, 2018) e a Escala de Benevolência frente à esquizofrenia (Melo, 2017). A amostra foi composta por 307 sujeitos da população geral de residentes no Brasil. As análises dos dados foram conduzidas por meio do software FACTOR A análise fatorial exploratória permitiu uma exploração inicial da estrutura subjacente das escalas, revelando saturações de itens que sugerem potenciais fatores subjacentes. O quinto estudo se concentrou nas análises confirmatórias das adaptações dos instrumentos utilizados no estudo anterior, visando a obtenção de escalas validadas que enriqueçam a compreensão do preconceito direcionado aos usuários e usuárias de drogas. O objetivo geral deste estudo foi à condução de Análise Fatorial Confirmatória (AFC). Os resultados indicaram que as adaptações das escalas tiveram boas propriedades psicométricas e que apontam para uma estrutura unidimensional. Por fim, o sexto estudo teve como objetivo analisar as manifestações de preconceito direcionadas aos usuários de drogas, fazendo uma análise em relação ao gênero. A pesquisa contou com uma amostra de 280 indivíduos divididos em dois grupos: 140 participantes que responderam aos questionários de pesquisa relacionados ao gênero masculino e 140 participantes que responderam aos questionários relacionados ao gênero feminino; além de um questionário sociodemográfico. Foram utilizadas as seguintes escalas de mensuração: Intenção de Contato Social, Percepção de Ameaça e Benevolência, em relação a(os) usuárias(os) de drogas. Os dados das escalas de medidas e sociodemográficos, foram analisados por meio de estatísticas descritivas, frequência, comparações de médias (Teste t para amostras independentes e ANOVA fatorial) e correlação bivariada de Pearson. O tamanho de efeito das diferenças foi calculado por meio do coeficiente d de Cohen, tendo como recurso para análise dos dados, o Pacote Estatístico para as Ciências Sociais (IBM SPSS) para Windows - versão 23.0. Como resultados gerais foram encontrados que há preconceito em relação aos usuários de drogas, sejam eles do gênero masculino ou feminino, e que esses são visto como ameaça, havendo baixa intenção de contato social, havendo diferenças entre gêneros, havendo mais benevolência e mais intenção de contato em relação as mulheres usuárias de drogas. Espera-se que este trabalho incite estudos futuros a respeito da temática de gênero, levando em consideração o preconceito frente ao uso de drogas e que auxilie na compreensão dos estigmas sociais que esses usuários de drogas vivenciam
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1285229 - SILVANA CARNEIRO MACIEL
Interno - 2483066 - PATRICIA NUNES DA FONSECA
Externo à Instituição - BETANIA MARIA OLIVEIRA DE AMORIM
Externo à Instituição - THAÍS DE SOUSA BEZERRA DE MENEZES