PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: ANA KAROLYNE FLORENCIO AMORIM

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANA KAROLYNE FLORENCIO AMORIM
DATA: 28/03/2024
HORA: 08:00
LOCAL: Ambiente Virtual Online via google meet
TÍTULO: MUDANDO AS REGRAS DO JOGO: O PAPEL DA DISCRIMINAÇÃO, INTERSECCIONALIDADE E JUSTIFICAÇÃO DO SISTEMA NA AÇÃO COLETIVA DE MULHERES NEGRAS
PALAVRAS-CHAVES: ação coletiva; gênero; identidade social; justificação do sistema; discriminação.
PÁGINAS: 186
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
SUBÁREA: Psicologia Social
RESUMO: A ação coletiva das minorias é um fenômeno amplamente estudado na Psicologia Social. Fatores como ser vítima de discriminação, identificação grupal e justificação do sistema podem ser utilizados para compreender este fenômeno. Com base numa longa tradição de investigação em Psicologia Social sobre a resposta dos grupos desfavorecidos à discriminação social que enfrentam, examinamos as condições sob as quais as mulheres e as mulheres negras respondem à discriminação de gênero através do envolvimento em ações coletivas que desafiam a desigualdade de gênero e aquelas que motivam ações conservadoras, ações coletivas baseadas no status quo. Postulamos a hipótese principal de que as mulheres discriminadas se envolvem em ações coletivas para a mudança social (em oposição à ação conservadora) em função das diferenças de gênero individuais do endogrupo e criticando a hierarquia do sistema de gênero. Testamos essa hipótese em cinco estudos experimentais, resumidos em três artigos empíricos. No primeiro artigo analisamos a identificação intragrupal como fator moderador na relação entre discriminação e ação coletiva. Os resultados mostraram que a mera relevância da discriminação não foi suficiente para a ação coletiva (Estudo 1, N = 147). No Estudo 2 (N = 214), analisamos o papel moderador combinado da identificação do grupo e da justificação do sistema na ação coletiva e confirmamos que a influência da saliência da discriminação no envolvimento das mulheres na ação coletiva para a igualdade de gênero foi moderada pela identificação do grupo e pela justificação do sistema. No Estudo 3 (N = 205), focamos no conteúdo identitário e na justificação do sistema como moderadores da influência da discriminação na ação coletiva. Como previmos, as participantes na condição de discriminação indicaram uma maior intenção de se envolverem em ações coletivas pela igualdade, mas isto só ocorreu entre mulheres com elevada identificação de grupo e baixa justificação do sistema. No segundo artigo, conduzimos uma investigação experimental (Estudo 4, N=198) para abordar se a identidade racial e de gênero e a justificação do sistema desempenham um papel na ação coletiva das mulheres negras para reduzir as desigualdades sociais e na ação coletiva conservadora num contexto de discriminação interseccional racial e sexista. Os resultados mostraram que as mulheres negras em situação de discriminação racial eram mais propensas a pretender tomar medidas coletivas para reduzir as desigualdades sociais quando criticavam o sistema, e esse efeito também ocorreu entre as mulheres que mantêm baixa identificação de gênero. As mulheres negras com menor identificação racial eram mais propensas a responder à ação coletiva conservadora, e este efeito também ocorreu entre as mulheres com baixa justificação do sistema. No terceiro artigo (Estudo 5, N = 240), confirmamos que a ação coletiva das mulheres negras é causada pela discriminação real em situações de sexismo e racismo/sexismo, pela sua elevada satisfação com a identificação do grupo e pela baixa justificação do sistema. Resumindo, o padrão de resultados apoia a nossa hipótese principal de que as mulheres respondem com mais envolvimento na ação coletiva para promover a igualdade de gênero, condicionada às diferenças individuais na identificação do grupo e à sua motivação para justificar o sistema. Além disso, a mera relevância da discriminação interseccional contra as mulheres negras não é suficiente para motivá-las a tomar medidas coletivas em prol da igualdade ou para preservar o sistema. No entanto, a discriminação real de que foram vítimas tem um impacto direto na ação coletiva, em linha com as suas diferenças individuais em termos de identificação racial e de gênero e com a sua crítica às hierarquias do sistema.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2204608 - CICERO ROBERTO PEREIRA
Interno - 1742381 - ANA RAQUEL ROSAS TORRES
Externo à Instituição - DALILA XAVIER DE FRANCA
Externo à Instituição - LUANA ELAYNE CUNHA DE SOUZA
Externo à Instituição - TÁTILA RAYANE DE SAMPAIO BRITO