PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: HELOISA BÁRBARA CUNHA MOIZÉIS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: HELOISA BÁRBARA CUNHA MOIZÉIS
DATA: 23/04/2024
HORA: 11:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE O “INÍCIO DA VIDA HUMANA”: ESTUDOS COMPARATIVOS ENTRE BRASIL E ESPANHA
PALAVRAS-CHAVES: representação social; início da vida humana; embrião humano, aborto
PÁGINAS: 201
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
SUBÁREA: Psicologia Social
RESUMO: Esta tese está organizada em três artigos. Em conjunto, esses estudos buscam contribuir para o campo dos direitos sexuais e reprodutivos. O primeiro artigo adota a abordagem societal de Willem Doise (1992) das representações sociais e objetivou analisar os conteúdos representacionais dos estudantes universitários brasileiros e espanhóis sobre o início da vida humana, considerando as ancoragens psicossociais, particularmente os valores humanos e o partidarismo político. Para tanto, contou com a participação de 424 estudantes universitários, sendo 192 no Brasil (M=23,11; DP=6,2) e 232 na Espanha (M=19,72; DP=5,7). As análises foram conduzidas com o auxílio do software Iramuteq por meio do procedimento da Classificação Hierárquica Descendente (CHD). Os resultados, tanto para a amostra brasileira quanto para a espanhola, formaram cinco classes temáticas. As representações sociais para a amostra brasileira destacaram-se pelos argumentos que exploravam a possibilidade do feto ser considerado uma vida em potencial. Já na amostra espanhola, a ênfase recaiu sobre os aspectos biológicos do desenvolvimento humano. Em relação ao segundo artigo, buscou-se verificar como os grupos de estudantes brasileiros e espanhóis constroem e organizam suas representações sociais acerca dos objetos sociais embrião e aborto. Para isso, utilizou-se a abordagem estrutural proposta por Jean-Claude Abric (2003), que defende que as representações sociais possuiriam uma estrutura organizada em dois sistemas: o central e o periférico. Na amostra brasileira, foram registrados 198 participantes, com idades variando de 18 a 66 anos (M=23,03; DP= 6,14); para o grupo espanhol, 237 participaram, com idades variando de 18 a 70 anos (M=19,69; DP=5,63). O estudo empregou tarefas de evocação hierárquica e os dados foram processados utilizando o software Iramuteq por meio das análises prototípicas. Os resultados evidenciaram eixos argumentativos em que, na amostra do Brasil, o embrião é simbolicamente ligado à vida e visto como uma entidade autônoma, enquanto na amostra da Espanha, destacam-se aspectos biológicos do desenvolvimento 10 humano. Quanto ao aborto, no Brasil, a prática ainda é associada a aspectos que remetem à sua criminalização e na Espanha, associa-se aos direitos sexuais e reprodutivos. Por fim, o terceiro artigo, realizado somente no contexto brasileiro, analisou o impacto de diferentes desfechos gestacionais no nível de culpabilização de uma vítima de violência sexual. Três estudos foram realizados para abordar essa questão. O primeiro envolveu 133 participantes (M=25.29; DP=9.14) e investigou como as condições propostas (aborto, gravidez a termo e controle) afetam o nível de culpabilização da vítima. O segundo, com 161 participantes (M=28.44; DP=10.01), examinou como o sexismo benevolente (SB) previu diferentes níveis de culpabilização da vítima por meio de uma ANCOVA (F (2, 153) = 9,89, p <.001). Para os participantes com uma alta adesão ao SB, observou-se uma culpabilização da vítima na condição de gravidez a termo em comparação com a condição de aborto (p<0,001) e a condição controle (p<0,001). O terceiro estudo, com 173 estudantes (M=27.10; DP=9.43), analisou as justificativas dos participantes diante da culpabilização atribuída à vítima pela violência sexual, considerando as condições em que a vítima optou por abortar ou levar a gravidez a termo. Foi adotada a abordagem societal de Willem Doise (1992), utilizando como ancoragem psicossocial o SB. Os dados foram analisados por meio do software Iramuteq e foi realizada uma análise de Classificação Hierárquica Descendente (CHD). Os resultados sugeriram o aparecimento de quatro classes em que foi possível observar a influência do SB na culpabilização da vítima em uma das classes por meio das justificações de danos. Logo, nota-se que as crenças sexistas, especialmente as benevolentes, apresentam um impacto significativo sobre os papéis de gênero, principalmente no campo dos direitos sexuais e reprodutivos. Os dados pressupõem que as variações históricas e culturais que atravessam as sociedades podem influenciar a maneira como as representações sociais são elaboradas e partilhadas socialmente, impactando nas opiniões em relação a determinados aspectos sociais.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ALICIA GARRIDO LUQUE
Presidente - 1742381 - ANA RAQUEL ROSAS TORRES
Externo à Instituição - ANDERSON MATHIAS DIAS SANTOS
Externo à Instituição - JOSE LUIS ALVARO ESTRAMIANA
Externo à Instituição - LUIZA LINS ARAUJO COSTA
Interno - 3212546 - ROMULO LUSTOSA PIMENTEIRA DE MELO