PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: DANIELA HEITZMANN AMARAL VALENTIM DE SOUSA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DANIELA HEITZMANN AMARAL VALENTIM DE SOUSA
DATA: 09/09/2016
HORA: 14:00
LOCAL: UFPB
TÍTULO: RELAÇÕES DE GÊNERO E VULNERABILIDADES AO ADOECIMENTO EM CIDADES RURAIS PARAIBANAS
PALAVRAS-CHAVES: saúde, vulnerabilidade, gênero, rural
PÁGINAS: 272
RESUMO: Partindo da premissa de que o cuidado, as práticas em saúde e o acesso aos serviços de saúde são influenciados pelas relações sociais de gênero, sendo vivenciados de maneira diferente por homens e mulheres; tendo como base teórica o Modelo da Vulnerabilidade e Direitos Humanos (Ayres, 2012) e o Conceito Social de Gênero (Scott, 1995) este estudo tem como objetivo geral analisar as vulnerabilidades perpassadas pelas relações sociais de gênero no cuidado, nas práticas de saúde e no acesso aos serviços de saúde de homens e mulheres residentes em cidades rurais paraibanas. O estudo empírico caracteriza-se como quantitativo e qualitativo, exploratório, descritivo e analítico, de caráter transversal. A população deste estudo foi constituída por moradores (homens e mulheres) de cidades rurais do Estado da Paraíba, consideradas como sendo aquelas com até de 10.000 habitantes. Uma amostra representativa da população foi determinada por um processo de múltiplos estágios, considerando as quatro macrorregiões de saúde, municípios com menos de 10.000 hab. e populares abordados em seus domicílios, logradouros ou praças. A amostra quantitativa foi composta por 697 participantes, sendo 334 homens e 363 mulheres residentes em 24 cidades rurais paraibanas. A amostra qualitativa foi constituída por 19 homens e 28 mulheres. Como instrumento de coleta foram utilizados um Questionário sociodemográfico, Questionário de Práticas e Acesso em Saúde, Observação e Diário de Campo e Entrevistas semiestruturadas baseada no método de cenas (Paiva & Zuchi, 2012). Para apresentação dos resultados do questionário sociodemográfico e questionário de práticas e acesso em saúde foram utilizados estatísticas descritivas, com a utilização de medidas de posição (Média), de variabilidade (Desvio Padrão) e distribuição de frequências, além de medidas de associação (qui-quadrado e test t). A apresentação dos conteúdos das entrevistas foi realizada com base em Categorias determinadas a partir dos temas suscitados e processados em uma série de etapas, de acordo com a proposta de Figueiredo (1993). O conteúdo do diário de campo será analisado como complemento e contraponto dos dados recolhidos através da mobilização dos outros recursos técnicos selecionados. A análise se dará por triangulação, ou seja, se fará uso de três pontos de referência para adequar e articular as diferentes unidades, variáveis e indicadores diante da complexidade do contexto investigado (Minayo, Assis & Souza, 2005). Os resultados parciais, de caráter apenas descritivo, apontam para um perfil dos participantes com idade variando de 21 a 89 anos (M=43,9 anos; DP=14,5), 57% casados, heterossexuais (99%) tendo como atividade laboral principal para as mulheres ser dona de casa (32%) e para os homens a agricultura (33%). Embora prevaleça a escolaridade até o nível fundamental (60%), tem maior número de mulheres com ensino superior comparado aos homens (p=0,00). Não obstante, os homens apresentam maior renda (p=0,00), ainda que na amostra geral, 57% recebem até dois salários mínimos e as mulheres recebam mais benefícios públicos (32% mulheres/ 15% homens). Em relação ao estilo de vida, o lazer para as mulheres refere-se a ficar em casa (18%), encontrar as amigas (17%) e frequentar a igreja (13%), enquanto para os homens é encontrar os amigos (24%) e jogar futebol (16%) (p=0,00). A atividade física regular foi relatada por 48% das mulheres e 44% dos homens (p=0,01). O tabaco é usado por 19% da amostra, sendo maior para os homens (58% - p=0,01) enquanto 43% são usuários de álcool, dos quais 63% são homens (p=0,01). Os homens (15%) mais do que as mulheres (10%) declararam ter sofrido violência, na maioria física (p=0,05), sendo o agressor desconhecido para os homens (71%) e o cônjuge/parceiro para as mulheres (90%). A saúde foi vista como prioridade (35%) e associada ao bem-estar (24%) e a melhoria depende de comportamentos individuais (28%) e melhor estrutura dos serviços (22%). As mulheres procuram atendimento em menos tempo (últimos 6 meses; p=0,00), sendo a demora/mau atendimento (31%), dificuldade de agendamento (16%) e a distância (16%) os maiores dificultantes. Em relação aos exames preventivos, apenas 22% dos homens afirmaram ter feito exame de próstata, enquanto 66% das mulheres afirmaram consultas regulares ao ginecologista e ter realizado exame de Papanicolau (85%), USG (53%) e mamografia (29%). O constrangimento em exames íntimos com profissional do sexo oposto foi relatado por 43% das mulheres contra 20% dos homens (p=0,00). A leitura do diário de campo aponta para situações de desigualdades no cuidado da saúde, principalmente pelas disparidades sociais a que estão submetidas. Os princípios do SUS são descumpridos e sobressai a política partidária como opressora, a falta de estrutura física e investimentos e um cotidiano marcado pela violência e medo. Palavras-chaves: saúde, vulnerabilidade, gênero, rural
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1497729 - ANA ALAYDE WERBA SALDANHA PICHELLI
Interno - 1024895 - MARIA DE FATIMA PEREIRA ALBERTO
Externo à Instituição - REGINA LIGIA WANDERLEI DE AZEVEDO